quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Para contribuir com um país melhor

Para contribuir com um país melhor

Refletir mais, ampliar discernimento, analisar friamente os fatos, empreender ações solucionadoras, quebrar paradigmas, contribuir efetivamente para um país melhor, ao invés de atacar os compatriotas, amigos, familiares, que pensem diferente de você. É o que tenho exercitado e gostaria de compartilhar neste texto, um pouco repetitivo, mas com as melhores intenções

É tempo de pararmos as agressões motivadas por diferenças de opinião política. Minha opinião política já postei em outros artigos. Este, agora, é para contribuir para maior discernimento e provocar a pensarmos em soluções, ao invés de troca de ofensas ou defesas de paixões ideológicas, marcadamente no facebook.

É para trazer a reflexão quanto a parar de agredir os colegas, amigos e familiares por terem opinião diferente. Se for para debater, que discutam as ideias. Foco nas ideias, não na pessoa que argumenta. E sim, acredito que é a partir do debate que podemos encontrar soluções. Mas, discutir em busca de soluções para os dramas que temos hoje em nosso país, considerando os fatos, e evitando as argumentações ilógicas, falaciosas, sofismas e manipulações para ter razão ou por outros motivos piores. Desapegar da ideologia partidária, concentrando-se nos valores nobres e causas comuns é importante. Não preciso de ideologia partidária para ser defensora da liberdade, da justiça social, da sustentabilidade ecológica, de educação, da saúde, da qualidade de vida para todos.

Tenho sido agredida quando manifesto a minha insatisfação com o atual governo. Atitude antidemocracia de alguns. Ocorre que continuo insatisfeita, desde a adolescência, com a condição em que vive a maior parte da população brasileira, dependente de serviços públicos. E ocorre que agredir uma pessoa, tirando o foco da ideia central de discordância é o artifício do Argumentum ad hominem: o ataque pessoal, direto, formulado contra característica da pessoa defensora de determinada tese, tentativa de desqualifica-la e reduzir a credibilidade do argumentador. Trata-se de ataque a características pessoais (por exemplo, minha profissão), irrelevantes para a veracidade da tese apresentada pelo oponente.

Esta vem sendo a principal estratégia de muitos radicais defensores de suas ideologias e opiniões fechadas, seja qual for, infelizmente, deixando de discutir as ideias para atacar as pessoas que discordem de sua opinião, e pior, com generalizações distorcidas.

Não sou a favor de intervenção militar, mas entendo que quando pessoas que conheço a defendem, não querem a “volta da ditadura”. Ouvi alguns. Simplesmente pensam que seja a única maneira de limpeza da corrupção generalizada em todas as esferas do governo. Não é objetivo aqui argumentar meus motivos para ser contra a intervenção militar. Mas vejo claramente que não tem lógica em dizer que meus colegas a favor da mesma sejam a favor de ditadura, ou tortura, ou repressão de classes sociais importantes e fundamentais do país. E não, eles não são fascistas.

Há outras argumentações ilógicas que vem sendo muito utilizadas, como o Argumentum ad nauseam (se credita maior probabilidade de algo ser verdadeiro em função do número de vezes o qual é dito), Argumentum ad populum (Argumentum ad numerum) (baseado no apelo irrelevante da popularidade) ou o Argumentum ad verecundiam (utiliza-se a posição do argumentador -  poder, riqueza ou popularidade de quem fala). Esta última modalidade de argumentação ilógica é a que tenho mais visto ultimamente, como se o prestígio ou titulação de alguém garantissem a integridade de suas opiniões. Podem até ser, desde que embasadas em lógica, em fatos que exemplifiquem sua razão.

Também há o fato de pegarem informações fragmentadas, isoladas, em detrimento de todo um contexto maior, para criar um argumento, ou distorcerem os fatos. Coisas realmente esdrúxulas são postadas no afã da paixão partidária, como o colega que “fundamentou” a “estocagem de vento”, distorcendo um vídeo (era em inglês) para afirmar que o vento era estocado, quando na verdade o que é estocado é a energia gerada pelos ventos através de tecnologia eólica. Ou outros, que para ficarem contra o atual governo começam a distorcer e valorizar candidatos imprestáveis só porque são da oposição.

Até que ponto estas atitudes seriam resultado de lavagem cerebral? Como uma vez exemplifiquei, a mãe do estuprador, preso em flagrante e que ainda continua a defender o filho querido. Fica a questão para os especialistas.

Infelizmente, não é partido, nem ideologia que garantem a integridade do ser humano que assume o poder. E já escrevi em outro texto: nem raça, nem nacionalidade, nem religião, nada de fora pra dentro determina o caráter de ninguém.

Diante do exposto, modestamente convido a todos a exercitarmos a união por uma causa comum: um Brasil melhor, buscando inovações, ações e soluções, descansar das quebras-de-braços ideológicas.  Quem ainda não for voluntário ou não exercitar plenamente os deveres de cidadania começarem a por a “mão na massa”. ATUAR, para o país mudar.  CONTRIBUIR.

Mais que o texto de João Ubaldo Ribeiro, agora com mais de 10 anos, AGIR (http://claressencia.blogspot.com.br/2015/12/precisa-se-de-materia-prima-para.html). Para citar apenas algumas alternativas:
  • 1.       Seja voluntário. Há centenas de instituições necessitando de colaboradores.
  • 2.       Participe das audiências públicas e leve gente para impedir desmandos
  • 3.       Posicione-se e exija daqueles em que votou, enviando cartas, e-mails, publicando nas redes sociais e dando visibilidade às suas exigências de cidadão.
  • 4.       Denuncie corrupções ao MP, aos Tribunais de Conta, às Ouvidorias do serviço público.
  • 5.       Faça a sua parte na sustentabilidade do planeta: separe o lixo para reciclagem, economize água, luz, papel. Bom também para seu bolso.
  • 6.       “Seja a mudança que quer ver no mundo”. Invista em você, através do autoconhecimento, da superação dos limites e dificuldades íntimas. Pacifique-se. Qualifique suas relações pessoais. Tenha Inteligência Emocional, ou ainda melhor, Inteligência Evolutiva. Seja uma pessoa melhor e dê sua contribuição para um mundo melhor. Não importa que sua mudança seja diminuta, uma gota no oceano. Vale lembrar o poder da Ressonância Mórfica (Sheldrake)


terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Quero viver a Democracia

Resposta a postagens ilógicas - Quero viver a Democracia

Cansada da parcialidade e passionalidade de visão da ideologia partidária radical. Quero poder apresentar opiniões e ver minhas ideias contra-argumentadas com base em fatos, em lógica, ao invés de ser agredida, desrespeitada, até por familiares e amigos que partem em defesa não de ações para melhorar o Brasil, mas simplesmente de defender seus políticos, independentemente da realidade das classes mais pobres.
Se a maior parte da população brasileira, dependente dos serviços públicos de Educação, Saúde e Segurança, estivesse bem atendida, eu defenderia o atual governo. Mas os fatos denunciam a miséria em que milhões de pessoas permanecem. E não importa se os líderes atuais são de partido A, B ou C. Não importa que antes era assim, ou pior. Nunca fui adepta de nenhuma ideologia partidária. Nunca precisei me associar a partidos ou ideologias para defender meus valores de justiça social, sustentabilidade, honestidade, integridade, paz, discernimento, serviços decentes para a população carente.
           Vivemos em uma crise de valores, com pessoas mais preocupadas em defender suas ideologias e se agredir mutuamente, do que por a mão na massa para contribuir para um país melhor. Eis um exemplo:

Algumas críticas:
1.       “Toda generalização é burra” – e aqui, temos uma mentira explícita na primeira frase.
2.       A classe a qual pertence a colega que fez esta postagem é a Média. Temos então um erro de autoconceito.
3.       Nem vou entrar no mérito de esmiuçar se este texto é da Marilena Chauí, ou onde e quando foi, ou qual o contexto, ou quais as reais palavras, ou os erros de associação e generalização.
4.       É a argumentação ilógica denominada Argumentum ad verecundiam (utiliza-se a posição do argumentador -  poder, riqueza ou popularidade de quem fala).

      Eu tenho criticado o governo porque tenho estado com cada vez mais vergonha da situação do país, da quantidade e magnitude dos casos de corrupção, e da piora em tudo para a população brasileira: educação pública – insuficiente, má qualidade. Saúde – insuficiente, má qualidade, dramática, desumana, colapsada, gerando inúmeras mortes. Segurança – cada vez maior a criminalidade, violência contra mulheres, tráfico de drogas, todos com índices alarmantes. Bilhões de dinheiro público desviado, roubado e má gestão dos recursos que ficam. E muita gente somente assistindo, sem fazer nada. Se algo melhorou no país, no governo de 12 anos de PT, torna-se insignificante ante a realidade dos fatos, que não nos deixam calar, que não nos deixam nos mantermos compassivos.
      Em países mais desenvolvidos, Chefes de Estado renunciaram seus cargos ao menor sinal de corrupção de subordinados à sua liderança. No Brasil, nem com provas das corrupções os líderes se envergonham e renunciam. Tanto os no poder, quanto na oposição. É mesmo uma crise de valores. E há brasileiros do bem para defendê-los!
      Às vezes leio os artigos ou escuto as entrevistas dos defensores do governo. Mas recorrentemente escuto meras opiniões parciais e passionais, como “a presidenta foi eleita legitimamente e democraticamente” como se tivesse ocorrido por maioria massiva, omitindo que a vitória foi por quantitativo percentual insignificante, e que a maioria global dos votos, não foram para ela, diante da população dividida, e omitindo as incontáveis mentiras vergonhosamente ditas durante a campanha eleitoral. E, pior, como se essa eleição fosse garantia de integridade ad infinitum. O Collor também foi eleito “legitimamente e democraticamente”. De maneira que este argumento não é indicador ao que se propõe: que ela deva permanecer aplaudida no poder.
      O fato é que por não defender o PT e a atual Presidente (pelo Português, serve a dois gêneros), apesar de meus ideais que são classificados como de esquerda, recorrentemente tem alguém a me agredir e rotular, lamentavelmente recorrentes do Argumentum ad hominem. Atacam a minha pessoa, e não as ideias. Desconfiguram meu valor como cidadã. Desconfiguram a Democracia. Desconfiguram os fatos. E quem me conhece, conhece minhas ações, sem cabotinismos.

...E ser incluída em um pacote, que engloba mais de 50% da classe média brasileira (eu diria até mais de 90%, atualmente está insatisfeita com o Governo), rotulado de “classe média fascista a favor da ditadura e contra ”... é no mínimo mais uma ilogicidade, distorção cognitiva agressiva e desesperada de colegas que ainda não perceberam que “o sonho virou pesadelo”. Não é ideologia que garante integridade e ética de ninguém. Seres humanos corruptos não se transformam em santos ao vestirem rótulos partidários ou religiosos. E o fato dos políticos anteriores terem feito péssimos governos também, não dá o direito aos atuais fazerem o mesmo ou pior. E o fato de “agora ficamos sabendo de toda a corrupção, graças ao atual governo”, não o inocenta!
        O apego passional a ideologias, fachadas e alguns méritos do atual governo impede sobrepairamento aos fatos para melhor entendimento. Não é necessário se acumpliciar a nenhum partido para ter princípios nobres que visem ao melhor para toda a população. Não é racional esta postura de “se não está comigo está contra mim”!
       Lamentavelmente, o Brasil encontra-se em crise sem precedentes – econômica, social, cultural, valores e tanto mais. Não vejo quem possa assumir o governo do país. Pode ser desesperador não vislumbrar um “salvador”.  E repito, não importam os argumentos, os fatos denunciam que o país piorou: temos mais violência, temos um sistema de saúde pior, e cada vez maior proporção de doentes. Salvo as exceções, todo o sistema público de educação básica, fundamental e ensino médio está em colapso.
      Enfim, mesmo diante de toda a crise, para mim, ainda há uma saída: as mentes pensantes e ativas do país pararem de medir picuinhas partidárias passionais, postagens chulas, distorcidas e ofensivas no Facebook,  e começarem a por a “mão na massa”, ATUAR, para o país mudar.  CONTRIBUIR. Vide o texto de João Ubaldo Ribeiro, agora com mais de 10 anos (http://claressencia.blogspot.com.br/2015/12/precisa-se-de-materia-prima-para.html ) Então, vamos AGIR. Para citar apenas algumas alternativas:
  • 1.       Seja voluntário. Há centenas de instituições necessitando de colaboradores.
  • 2.       Participe das audiências públicas e leve gente para impedir desmandos
  • 3.       Posicione-se e exija daqueles em que votou, enviando cartas, e-mails, publicando nas redes sociais e dando visibilidade às suas exigências de cidadão.
  • 4.       Denuncie corrupções ao MP, aos Tribunais de Conta, às Ouvidorias do serviço público.
  • 5.       Faça a sua parte na sustentabilidade do planeta: separe o lixo para reciclagem, economize água, luz, papel. Bom também para seu bolso.
  • 6.       “Seja a mudança que quer ver no mundo”. Invista em você, através do autoconhecimento, da superação dos limites e dificuldades íntimas. Pacifique-se. Qualifique suas relações pessoais. Tenha Inteligência Emocional, ou ainda melhor, Inteligência Evolutiva. Seja uma pessoa melhor e dê sua contribuição para um mundo melhor. Não importa que sua mudança seja diminuta, uma gota no oceano. Vale lembrar o poder da Ressonância Mórfica (Sheldrake)

           Eu queria poder escrever melhor, mas a esta altura, busco simplesmente fazer o meu melhor, seja em ações cotidianas, seja nas atuações de voluntariado. Aceito críticas e sugestões que contribuam para atender a este desejo de dar a minha contribuição para um país melhor para todos os brasileiros – sejam de esquerda, direita, de qualquer ordem, raça ou credo. Somos todos seres humanos. Sejamos ainda mais: Sejamos Universalistas!
           Democracia é poder apresentar sua opinião e vê-la respeitada. Este respeito é não atacar a pessoa, ainda que possa discordar das ideias. As ideias devem ser debatidas, com argumentação baseada em fatos.

Democracia (Houaiss):
1.       governo em que o povo exerce a soberania (Isso não está acontecendo no Brasil)
2.       sistema político em que os cidadãos elegem os seus dirigentes por meio de eleições periódicas (OK –  com a ressalva da atual presidente eleita por pouco mais da de 50%)

3.        regime em que há liberdade de associação e de expressão e no qual não existem distinções ou privilégios de classe hereditários ou arbitrários (Isso não está acontecendo no Brasil)

Precisa-se de Matéria Prima para construir um País

Precisa-se de Matéria Prima para construir um País
Resumo Adaptado do original de João Ubaldo Ribeiro (2008? Ainda atual)

A crença geral anterior era que Collor não servia, bem como Itamar e Fernando Henrique. Agora dizemos que Lula não serve. E o que vier depois de Lula também não servirá para nada. Por isso estou começando a suspeitar que o problema não está no ladrão corrupto que foi Collor, ou na farsa que é o Lula. O problema está em nós.  Nós como POVO. Nós como matéria prima de um país. Porque pertenço a um país onde a “ESPERTEZA" é a moeda que sempre é valorizada, tanto ou mais do que o dólar. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família, baseada em valores e respeito aos demais. Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países,  isto é, pondo umas caixas nas calçadas onde  se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO OS DEMAIS ONDE ESTÃO. Pertenço ao país onde as "EMPRESAS" são papelarias particulares de seus empregados desonestos, que levam para casa, como se fosse correto, folhas de papel, lápis, canetas, clipes e tudo o que possa ser útil para o trabalho dos filhos ...e para eles mesmos. Pertenço a um país onde a gente se sente o máximo porque conseguiu "puxar" a tevê a cabo do vizinho, onde a gente frauda a declaração de imposto de renda para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país onde a impontualidade é um hábito. Onde os diretores das empresas não valorizam o capital humano. Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos. Onde pessoas fazem "gatos" para roubar luz e água e nos queixamos de como esses serviços estão caros. Onde não existe a cultura pela leitura (exemplo maior nosso atual Presidente, que recentemente falou que é "muito chato ter que ler") e não há consciência nem memória política, histórica nem econômica. Onde nossos congressistas trabalham dois dias por semana para aprovar projetos e leis  que só servem para afundar ao que não tem, encher o saco ao que tem pouco e beneficiar só a alguns.
Pertenço a um país onde as carteiras de motorista e os certificados médicos podem ser "comprados", sem fazer nenhum exame. Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no ônibus, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar o lugar. Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o pedestre. Um país onde fazemos um monte de coisa errada, mas nos esbaldamos em criticar nossos governantes.
Como "Matéria Prima" de um país, temos muitas coisas boas, mas nos falta muito para sermos os homens e mulheres que nosso país precisa. Esses defeitos, essa "ESPERTEZA BRASILEIRA" congênita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos de escândalo, essa falta de qualidade humana, mais do que Collor, Itamar, Fernando Henrique ou Lula, é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são brasileiros como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não em outra parte... Me entristeço.
Porque, ainda que Lula renunciasse hoje mesmo, o próximo presidente que o suceder terá que continuar trabalhando com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada...
Não tenho nenhuma garantia de que alguém o possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá. Qual é a alternativa? Precisamos de mais um ditador, para que
nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror?  Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa "outra coisa" não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados....
Mas quando essa brasilinidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas  possibilidades de desenvolvimento como Nação, aí a coisa muda...
Não esperemos acender uma vela a todos os Santos, a ver se nos mandam um Messias.     Nós temos que mudar, um novo governador com os mesmos brasileiros não poderá fazer nada. Está muito claro... Somos nós os que temos que mudar.  Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda nos acontecendo: desculpamos a mediocridade mediante programas de televisão nefastos e francamente tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez. Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o responsável, não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim, exigir-lhe) que melhore seu comportamento e que não se faça de surdo, de desentendido. Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO EM OUTRO LADO.  E você, o que pensa?.... MEDITE!!!!!"    


JOÃO UBALDO RIBEIRO

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

DICAS PARA ALGUÉM QUE NÃO ENCONTRA A FELICIDADE, MESMO SENDO UMA PESSOA BOA, COM UMA “VIDA BOA” DE SOLTEIRA

Este texto é baseado em uma carta que escrevi para uma amiga com este perfil, e resolvi compartilhar no Blog por talvez servir a outras pessoas em situação semelhante.

Querida amiga,
Frequentemente penso em você e fico preocupada por vê-la recorrentemente em crises existenciais relacionadas à afetividade. Envolve-se com pessoas que não valem à pena e foca a vida demais em trabalho e momentos de diversão. Várias vezes já conversamos e as coisas não mudam muito. Por isso resolvi registrar por escrito, algumas dicas essenciais que já conversamos e concordamos. Sugiro que reserve um tempo do cotidiano para dedicar-se a si mesma com mais seriedade, integralmente – saúde física, emocional, mental e espiritual. Anexei alguns materiais que podem ajudar. Indico fortemente dois livros: Rituais de amor e felicidade  - para um autocuidado feminino. E Maturidade Pessoal – um dos melhores livros orientadores que já li. Os dois são leves e práticos. Ambos estão esgotados e você só encontrará em sebos. Na perspectiva da Conscienciologia, o livro Diário de Autocura – Bárbara Cioto - é um dos melhores e mais leves de ler. Anexei alguns materiais pra você dar uma olhada e começar a sua busca objetiva de Autoaceitação, Autopacificação e autorrealização. 

1)                  A saúde física depende da saúde mental e emocional, então é essencial um autocuidado integrado. Mas o mínimo para o corpo é fundamental: exercícios físicos e alimentação saudável. Momentos de relaxamento também são importantes.
2)                  A vida não é apenas intrafísica, e mesmo que fosse, é importante encontrar um sentido de vida, como propõe a Logoterapia – Leia o livro Em busca de Sentido de Viktor Frankl.
3)                  A felicidade não se encontra fora, mais dentro da gente – locus interno. Por muito tempo vivi o complexo de Cinderela, uma patologia psíquica, onde minha felicidade dependia de encontrar alguém. Considero ter alguém algo importante, principalmente pra mim, com antiga carência afetiva, mas não é fundamental.
4)                  O prazer é importante, mas não deve ser o foco da existência. O ser humano precisa sentir-se útil, ter conquistas que tragam satisfação pessoal. (escrevi dois pequenos textos sobre isso:  http://claressencia.blogspot.com.br/2015/02/fugacidade-x-proposito-de-vida.html).
5)                  “Ficações” dificilmente vão acontecer com pessoas que valem à pena. A velha técnica de não ter sexo nos primeiros encontros pode funcionar pra ver quem vale realmente à pena.
6)                  A psicoterapia é essencial quando não conseguimos sair do buraco e fazer as mudanças necessárias sozinhas. Fiz mais de 5 anos, em diferentes momentos de minha vida.
7)                  A autopesquisa é uma ferramenta excelente, sendo necessária vontade, disciplina e determinação para este investimento. Usamos nossos traços força para superar os traços fardos. Neste processo um caderno de registros, ou usar o computador para os achados pesquisísticos, é obrigatório.
8)                  Você é uma pessoa maravilhosa! (...) Todos tem traços força, talentos, competências. Muita gente com tantos talentos tem uma missão de vida muito mais ousada que as metas sociais de trabalhar, ganhar dinheiro, casar, ter filhos, se divertir e morrer feliz.
9)                  Todas as religiões, seitas e proposições metafísicas convergem em duas questões essenciais que considero o principal: evolução íntima e interassistência – darmos nossa contribuição para ajudar outras pessoas e contribuirmos para um mundo melhor. Estamos nesta via pra evoluir! E de acordo com minhas experiências práticas, já viemos de várias vidas, e por isso há coisas a corrigir, compensar (resgates cármicos) e também somos resultado de experiências passadas – boas e más. Neste ponto, escolhi como trilho de vida a Conscienciologia, pela cientificidade e a responsabilização de tudo em nós mesmas, oferecendo várias técnicas e ferramentas integradas, sem precisarmos terceirizar nada (por exemplo, nada de “se deus quiser”, ou ter algum guru).
10)              Então amiga, seguem alguns materiais pra você começar a fazer uma correção de rota e se por em trilhos evolutivos que tragam o equilíbrio e a felicidade tão sonhada (meio redundante – felicidade = equilíbrio).

Bjos, com amor,
Clara.

Materiais
·         Livros citados em negrito
·         Artigo: Autopesquisa, parapsiquismo e Autocientificidade
·         Verbetes – Complexo de Cinderela, Predisposição ao Duplismo e Boemia
·         39 dicas de inteligência emocional
Filmes para lazer evolutivo
·         Ghosttown – um espírito atrás de mim
·         O feitiço do tempo
·         O outro lado da nobreza
·         Escritores da liberdade
·         Seriado: Ghost Whisperer


terça-feira, 1 de setembro de 2015

Conscienciologia: escolha científica de “caminho espiritualista”

Tenho refletido sobre ocorrências com pessoas queridas defensoras de suas linhas espirituais, religiosas e sectárias. Sei que temos que respeitar as escolhas de fé de cada um, mas minha cientificidade e ceticismo tem dificuldades em aceitar “fé”. O acreditar. O acreditar sem evidências de que aquilo que se acredita seja verdadeiro. Pior ainda é quando acreditam em algo que os fatos contradizem a crença. E aí surgem os dogmas, os sectarismos, as fantasias, as miraculosidades, e suas consequentes orientações e regras, lamentavelmente limitadoras do discernimento, da lógica, da racionalidade, do pensamento crítico.

Logo na primeira fase da adolescência comecei minhas buscas por respostas às questões filosóficas e espirituais clássicas – quem sou eu? De onde vim? Para onde vou? O que vim fazer nesta vida? A alma existe? Iniciei longa fase como buscadora borboleta – imersão em religiões, filosofias, “era new age”, misticismos etc. Sentia que há uma consciência permanente, e que vivi outras existências, explicação para tantas aparentes contradições na vida atual do planeta.

Até que encontrei a Conscienciologia (Ciência que estuda a consciência – ser, pessoa, alma, de maneira integral) e finalmente me encontrei, já aos 36 anos de idade. Entre as principais bases deste novo paradigma estão a autopesquisa, a percepção de outras dimensões extrafísicas, a multissserialidade (as várias existências) e o holossoma – veículos de manifestação da consciência, que são corpo físico, o energético, o emocional e o mental. Os focos na cientificidade, criticidade, discernimento, autodidatismo e autopesquisa foram arrebatadores para mim, juntamente com o entendimento da importância do desenvolvimento da intelectualidade, do parapsiquismo e da interassistência – ajudar os outros em seus processos evolutivos. Fiz desta ciência meu trilho evolutivo, minha prioridade, e tenho me dedicado a expandir a divulgação da mesma, para que fique ao alcance de todos que possam se identificar com esta, onde cada um é o único responsável pela própria evolução. Sem terceirizar para qualquer “ser supremo” ou algo metafísico inexplicado.

Os pontos abaixo para mim resumem os motivos de investimentos na Conscienciologia e o descarte de religiões, ordens, seitas e outras abordagens místicas, muitas vezes disfarçadas por chavões espirituais como paz, luz, sagrado, contemplação, sabedoria, divino, inspiração, antigas escrituras etc, e que muitas vezes já vivenciamos demais em outras existências. Frequentemente somos atraídos por estas coisas já experimentadas, que nos cativam por serem familiares (em inúmeras vidas fomos religiosos!), sem perceber a obsolescência em que se encontram, depois de tantos séculos, às vezes milênios em que a humanidade já avançou e tem novas propostas mais evoluídas e racionais, baseadas nos fatos e parafatos mais recentes e na nossa evolução pessoal.

Contudo, percebo que cada um precisa encontrar a sua forma/maneira/ferramentas/técnicas para os investimentos na autoevolução e sigo respeitando a escolha de cada um, mesmo que seja uma religião cheia de incoerências. Cabe a cada um o exercício de criticidade e discernimento nas escolhas e filtros que utilizem nas propostas disponíveis mundo afora.

Porque Conscienciologia:

1) Cientificidade. Necessito de cientificidade na minha busca espiritual. Nada de dogmas, gurulatrias, achismos, especulações, elucubrações, teorizações, simbolismos.
2) Descrenciologia. Sou fã do princípio da descrença: Não acreditar, ter as experiências pessoais. Vivenciar os fatos e parafatos.
3) Abertismo.  O que é do bem, deve ser aberto, ao alcance de todos os interessados. Pode ser questionado, refutado, debatido. Todos podem expor sua opinião baseada em fatos.
4) Antigurulatria. Não ter guru, guia, orientador. Nem o Waldo foi considerado guru na Conscienciologia, sendo recorrentemente contestado em debates. Mestres, guias espirituais, anjos. Criam de tudo, e acredite quem quiser. Para mim, somos todos consciências, em diferentes níveis evolutivos, uns no intrafísico, outros no extrafísico. Todos são consciências em contínuos ciclos existenciais, buscando evoluir. Encostos, demônios, nada mais são que consciências que estão no extrafisico, às vezes muito primitivas.
5) Lucidez. Não me identifico mais com rituais e coisas místicas, simbologias, velas, incensos, cores, cristais, pirâmides, florais, mantras. A multidimensionalidade é real, objetiva, certa. Não precisa de muletas, fantasias ou abordagens místicas, na maioria das vezes somente teorizadas. Infelizmente, poucos têm parapsiquismo bem desenvolvido. Clarividência, por exemplo. Então a maioria fica só com a teoria. E muitos pensam até estar vendo algo, mas é pura imaginação, que o cérebro não consegue diferenciar da realidade. Daí a importância de desenvolvermos o parapsiquismo, e verificarmos o que se passa “no outro lado”.
6) Propósito. O foco principal da espiritualidade, em minha opinião está em dois pontos: 1) evolução pessoal (desenvolver traços força, fraternismo, universalismo, cosmoética, pacifismo. Aprimorar a intelectualidade, comunicabilidade, parapsiquismo. Superar características negativas: carências, pusilanimidade, desorganização etc) e 2) interassistência - ações que ajudem outras pessoas a evoluírem também, assistência intrafísica e extrafísica.

Atentemos à obsolescência das coisas do passado. Não precisamos regredir, reincidir em abordagens ultrapassadas. Há outras alternativas para usarmos nos momentos de crises e dúvidas. Críticas a parte, reforço que considero válido tudo que nos ajudar àqueles dois propósitos: autoevolução e interassistência. Cada um opta pelo melhor que pode. O indicador da boa escolha, são os resultados positivos na vida.

Porque não quero mais seitas ou religiões

Fico triste com as crises e dramas que as pessoas vivenciam, e suas crenças e religiões, na maior parte das vezes, são inoperantes em orientar ou aliviar, ou, quando pior, ainda as põe mais no buraco ainda. 

A melhor maneira de checarmos a validade das escolhas é através de seus resultados. Então, conforme a Experimentologia, é verificar se aquilo que investimos ajuda ou atrapalha. E viva as diferenças e o binômio admiração-discordância, cada um fazendo o seu melhor, com respeito mútuo. 

Em minha experiência e reflexões pessoais,  não quero mais seitas e religiões na minha vida. Listo abaixo, as principais razões, entre tantas outras:
  1. 1)      Pelas guerras, discórdias, pilhagens, homicídios, torturas, preconceitos, condenações e belicismos que vêm desde os primórdios dos tempos, até dias atuais, levando milhões à morte e a todo tipo de sofrimento, e ainda com o disparate de argumentar que é “em nome da fé”.
  2. 2)      A rejeição ou limitação à logica, ao pensamento crítico, em nome de fé e dogmas, muitas vezes com bases em livros, códigos ou escritos ultrapassados, desconsiderando que todos foram escritos, remodelados e reescritos por homens, ao longo dos séculos, sem uma atualização, com muitas coisas obsoletas e muitas vezes mal interpretados.
  3. 3)      O responsabilizar entidades pelos sucessos e fracassos pessoais – ex.: tal “ser divino” quis assim.
  4. 4)      As apologias ao sofrimento, submissões, subserviências e generalizações – ex.: “é sofrendo que se aprende”; ”a glória do céu aos sofredores”; “é mais fácil um camelo passar pelo buraco da agulha, do que um rico entrar no reino do céu”.
  5. 5)      O valor em ser bom ou não errar para garantir um benefício pós morte – ex.: “faça o bem para merecer o céu”. “Não errar para não ser castigado”. E não por isto ser o correto, ético, nobre, e melhor para si e para todos.
  6. 6)      As proibições ilógicas, sem justificativas racionais, muitas vezes prejudiciais à vida. Exs.: contra doação de sangue, “sexo só depois do casamento” ou “não usar preservativos e outro métodos de prevenção”, somente para citar algumas destas ilogicidades.
  7. 7)      As cobranças (às vezes irracionais) financeiras que algumas igrejas e seitas fazem aos seus seguidores, apelando para que demonstrem sua fé ou garantindo que serão “salvas” se derem dinheiro, manipulando as pessoas em cima das carências e sofrimentos, inclusive muitas delas pobres, que não têm nem o mínimo de dinheiro para sobreviver. E pior, quando paralelamente, gastam o dinheiro dos fiéis em suntuosidades e benefícios aos próprios líderes destas igrejas e seitas, mesmo quando antagônicas ao que pregam.
  8. 8)      Porque penso que se existisse algo sagrado, tão justo, evoluído e benevolente como as religiões e seitas pregam, o que mais interessaria, não seria “acreditarmos” – em nada. Seria fazermos o bem uns aos outros, porque isso é o certo, e é o melhor pra todo mundo, ser ético, moral, honesto, justo, universalista, fraterno, entre outros, sempre buscando tornar-se uma pessoa melhor. E tudo se vê nos resultados de nossas vidas – o que somos, construímos, aprendemos, e doamos para um mundo melhor.



sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Cartas a um amigo ilustre, que enviou-me texto um tanto ambíguo “Manifesto da democracia Brasileira”.

1)Resposta 1 ao pedido de assinar tal manifesto: Amigo Marcelo,

gostaria de saber se os fatos que vem sendo denunciados quanto ao nível de corrupção envolvendo inúmeros políticos - das mais diferentes "ideologias" e partidos estão sendo ignorados neste manifesto. Soa-me mais uma proposta ideológica, cheia de emoção e sem clareza de propostas - efetivas, práticas, pragmáticas - de solução. O manifesto soa apenas defesa ao atual governo.

Escrevi a pouco tempo um artigo. Não acredito mais em nenhuma ideologia. Tenho vergonha do que tem sido feito pelos "políticos" neste país. E mais ainda quando nas mãos de grupo que se dizia (e ainda se diz) defensores do povo, dos trabalhadores. Nem estes fizeram diferente. Bizarros os resultados. 

Continuamos com a grande maioria da população brasileira na lama, sem educação, saúde ou segurança. Nunca fui militante de "esquerda ou direita". Continuo militante pelo implemento na Educação, para mim, único caminho de mudança, ainda que para longo prazo. Por isso há 32 anos sou voluntária em instituições sem fins de lucro, tentando dar minha contribuição para um país melhor. A cultura do brasileiro de acomodação e calar atrapalha. Mas para a grande maioria que tem que gastar toda a energia em sobreviver a cada dia, dá pra entender. E muitos que poderiam formar massa crítica, dispersam-se nas trocas emocionais ideológicas. 
Exemplo típico de vazio: "luta por mudanças profundas no país, por outra política econômica, contra o ajuste fiscal e contra a corrupção. "

Pergunto quais, qual, como, quando?

Se eu fosse adotar uma ideologia, ficaria com "Imagine" = "a brotherhood of men" - Lennon.

Desde já agradeço o compartilhar.

Bjin, com carin,

Clara.

Resposta 2) - Querido amigo,

não respondi sua mensagem ainda. Queria lhe dizer que, de acordo com as definições tradicionais de esquerda e direita, sou totalmente de esquerda, e entre meus amigos e familiares mais próximos, apenas um se proclama direita, mas com a posição de "Centro".
Para mim, pouco importa a nomenclatura, principalmente com a total desfiguração do antes admirado PT.
Mas insisto que não precisamos nos acumpliciar com ideologias ou partidos para nos posicionarmos. A posição que tomo é pela Ética, pelo Universalismo, pelo Pacifismo, pela Interassistência, pela Ecologia, pela Educação, pelo atendimento das necessidades básicas para todo brasileiro, pelo exercício da cidadania. E na prática efetiva. Não em discursos, falácias, e teorias postas no papel.
 Vou "pra rua" domingo não simplesmente contra o PT, mas principalmente para dar voz à minha insatisfação com a situação política e com os políticos – quase todos - deste país, com a chocante corrupção sem precedentes em quantidade e magnitudes financeiras e de envolvidos, escancarados. E o fato disso existir desde sempre não consola. Ao contrário, choca ainda mais, pois me sinto "enganada". Precisamos dar um basta.
Impechment não é solução. Pode ser apenas um passo. Muito menos a insanidade de uma Intervanção militar. Mas há muito o que mudar. Mudança na cultura do povo - que na maioria acha corrupção normal e não sabe exercer cidadania, reclamar, cobrar, e votar - é uma das necessidades hoje, entre várias, e esta é a que estou fazendo, indo para a rua. Coisa que a Ditadura proibiu e o brasileiro continua sem reaprender. Discordo de vários posicionamentos deles (o movimento). Uso o binômio admiração-discordância.
Vamos? Brincadeirinha. Sei que você não vai. Mas gostaria de vê-lo hehe.

Grande e fraternal abraço,

Clara.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Felicidade: opções para encontra-la

Por estes dias li uma artigo interessante sobre felicidade, abordada por pesquisas científicas (http://awebic.com/pessoas/a-ciencia-do-porque-voce-deve-gastar-seu-dinheiro-em-experiencias-e-nao-com-coisas/ ) - A ciência do porque você deve gastar seu dinheiro em experiências e não com coisas.
Assunto relevante, e, o melhor, abordado com cientificidade. Aos poucos, vamos quebrando paradigmas e repensando o Ter x o Ser.
Em exercício de pensamento crítico, tenho ainda alguns complementos a esta reflexão sobre felicidade. Penso que tampouco as experiências sejam suficientes. Principalmente se são compostas de alegrias fugazes, momentâneas, e que não acrescentem muito ao “Ser”. Insiro a importância da evolução deste Ser (=consciência) e o propósito de vida. Frequentemente, nem mesmo viagens, lazer, festas, farras, diversões diversas, mantem nossa felicidade. Escrevi um artigo simples sobre isso em meu Blog (http://claressencia.blogspot.com.br/2015/02/fugacidade-x-proposito-de-vida.html ). Indico pra quem ainda não leu, o livro Um sentido de Vida, de Viktor Frankl, propositor da Logoterapia – o propósito do existir como condição sin equa non para a felicidade.
Na perspectiva da Conscienciologia (neociência que considera a evolução da consciência através de várias vidas e a multidimensionalidade, abordadas de maneira científica) podemos ampliar ainda mais esta reflexão. Particularmente, Considero o aprender (nos tornarmos continuamente melhores), e, principalmente a interassistência (quando ajudamos alguém, o primeiro assistido somos nós mesmos), os pontos essenciais para uma existência feliz. No mais, fica a reflexão de que felicidade só pode existir concretamente a partir da abordagem do locus interno, e não colocando no externo a nós. Este fato se comprova quando verificamos pessoas que têm tudo, inclusive os bens e experiências abordados no artigo, e não são felizes. Outras há que não têm nada – nem bens nem as tais experiências, e são muito felizes. Claro que um pressuposto genérico para estas conclusões é o fato da pessoa já ter suas necessidades mais básicas atendidas – fisiologia, moradia etc.
         Por fim, muita gente busca felicidade e apoio na religião. Eu não tenho mais religião. Mas não sou materialista. A forma que a Conscienciologia aborda a “espiritualidade”, a paranormalidade e a abordagem desta existência, sem misticismos, sem simbologias, sem gurulatrias, sem dogmas, mas cientificidade, foi com o que me identifiquei. Principalmente pela adoção do “Princípio da Descrença: Não acredite em nada. Tenha suas experiências pessoais.”
        Aproveito para divulgar um artigo que inclui as bases teóricas da Conscienciologia e argumentos sobre cientificidade para a busca pela evolução pessoal da consciência (ser, ego, alma, pessoa): http://www.interparadigmas.org.br/wp-content/uploads/2015/06/Interparadigmas-B-PT.pdf.


quarta-feira, 22 de julho de 2015

Argumentações ilógicas e falácias

A cada dia testemunho mais argumentações sem fundamento, sem logicidade. Chamou-me a atenção o verbete da Enciclopédia da Conscienciologia “Argumentação ilógica” e o capítulo 151 “Consciências bélicas mentirosas” do livro Homo sapiens pacificus (pg. 420). Ajudou-me a discernir melhor alguns entendimentos empíricos. A título de curiosidade, vejamos algumas entre os 100 tipos de exemplos de das argumentações ilógicas e falácias citadas na referida bibliografia:
Argumentum ad hominem. O ataque pessoal, direto, formulado contra característica da pessoa defensora de determinada tese, desqualificando-a e reduzindo a credibilidade do argumentador. Trata-se de ataque a características pessoais, irrelevantes para a veracidade da tese apresentada pelo oponente.
Argumentum ad nauseam. Ocorre quando se credita maior probabilidade de algo ser verdadeiro em função do número de vezes o qual é dito. É tentar persuadir pessoas não pela qualidade da evidência em suporte da afirmação, mas pela constância da repetição.
Argumentum ad populum (Argumentum ad numerum). Ocorre sempre quando se argumenta sobre ideia baseado no apelo irrelevante da popularidade. Ênfase na tese de a opinião pública e popular repousarem sobre fundo de verdade.
Argumentum ad verecundiam. Este sofisma de autoridade apoia-se no fato de as pessoas aceitarem facilmente as argumentações baseadas no prestígio de quem as anuncia. Utiliza-se a posição social de alguém para chamar atenção e criar crenças coletivas. Argumento dependendo do poder, riqueza ou popularidade de quem fala.
Amostragem seletiva. A apreensão de base de dados específica e a comparação com dados mais genéricos levando a erros de avaliação.
Argumento do consenso. O argumento de defesa de serem as ideais e opiniões da maioria as mais corretas e melhores para todos. Toda unanimidade é perigosa.
Deificação. Tipo de raciocínio non sequitur no qual a falta de compreensão de algo leva a argumentação e à defesa de tratar-se de obra divina.
Jornalísticas. Métodos sutis de distorções midiáticas, com uso de imagens de apelo emocional; isolamento de eventos do próprio contexto histórico; personificação de realidades complexas; enfoques de pontos de vistas dissidentes de modo a torná-los triviais.
Razão pelo forfaif. Ocorre com presunção de superioridade sobre o assunto em pauta e a recusa ao debate a partir da acusação de o opositor não estar apto porque não tem preparo ou leitura de dados supostamente imprescindíveis, na verdade, irrelevantes para tal discussão.
Síndrome booleana. Trata-se de representar o continuum apenas pelas extremidades. Consiste em dividir a série inteira de opções exaustivamente em 2 extremos, depois em insistir na escolha ser feita entre 1 ou outro extremo, sem levar em conta as demais alternativas.
Superficialidade espúria. Ocorre quando o adversário desvia-se do assunto em debate utilizando-se de irrelevâncias, recusando a lógica e as provas do contraditor. Não podendo lançar mão do conjunto do problema, concentra-se sobre pequena parte orientando a refutação sobre fragmento minúsculo, apenas o perceptível a ele.
Exemplificando alguns incômodos que tenho tido com defesas em temas polêmicos, discorro alguns deles, e suas respectivas argumentações ilógicas ou falaciosas. O primeiro foi o incômodo de constatar que está se proliferando a defesa da “campanha armamentista” no Brasil, a ideia indefensável de que a liberação do porte de arma é uma coisa positiva. Argumentam em nome da “Liberdade” (!), que a violência está aumentando, que é uma questão de segurança (!). É a Falsa correlação. A utilização de correlações indevidas gerando afirmações equivocadas. Também incorre-se na falácia da Reificação do possível (hipóstase). Tomar possível efeito como certeza ao se fazer a avaliação de determinada causa (Há duas vertentes: reificação do improvável e reificação do existente). Basta ver o que acontece em países que têm liberação do porte de arma – cresce a violência! O que faz as pessoas pensarem que todos poderem ter porte de arma vai diminuir a incidência da violência, se a arma é instrumento de violência? Na verdade, nem precisaríamos discutir nada disso, se a Educação no país fosse de qualidade, incluindo uma formação cultural mais digna, social, altruísta.
Outra ilogicidade é a defesa da “Descriminalização do uso de drogas”. Uma vez ouvi uma professora doutorada fazer esta defesa com o argumento dos “absurdos que um drogado passa na cadeia ao ser preso somente por ser usuário”. Cai-se no clássico “Um erro justifica um outro”.  E na falácia da Negligência de consequências secundárias. Considerar apenas os resultados imediatos de determinada ação, ignorando efeitos de longo termo. Assim, esta defesa ignora o argumento de que este drogado incorre em ato ilícito. Ignora as possíveis consequências de uma pessoa drogada. Que em primeiro lugar atenta contra a própria saúde física e mental, com possíveis sequelas degenerativas e custosas à sociedade, ao governo, à sua própria família. E quem paga a conta dos resultados mais graves – acidentes, assassinatos, delinquências – provocados pelos usuários? E tudo para ter um patológico e desequilibrado estado alterado de consciência seja por fuga ou hedonismo “barato”. Diria até que os argumentos defensores da Descriminalização das drogas também caem na clássica falácia “Falsa correlação”.
Mais um grande problema é a argumentação ilógica em defesa de tradições. Tradições que se perpetuam às vezes por milênios e que por isso devem ser respeitadas. Isto se chama Argumentum ad antiquitatem. A afirmação de algo ser verdadeiro, bom e inquestionável apenas porque é antigo ou porque sempre foi assim. Mas tradições que causam dor e sofrimento a outro ser vivo (touradas), ou ainda pior, ao ser humano (infibulação, a burca, casamentos entre castas) deveriam ser execradas. Nada que cause sofrimento, dano físico ou moral, a bens ou seres vivos podem ser dignos de respeito, muito menos ante ao Argumentum ad antiquitatem, “a cultura”, como se esta fosse sempre positiva, como se não existissem verdadeiros idiotismos culturais, tema de outro artigo. Às vezes usam também a falácia da “Funcionalidade”:  a argumentação de algo existir porque "funciona", embora tal afirmação seja questionável ou ilusória. São idiotismos culturais cruéis, truculentos e irracionais, que não acompanham as mudanças e evoluções dos tempos, não contribuem em nada para a humanidade, ao contrário, a mantém em estigmas, no atraso, e o pior, na crueldade indefensável que destrói milhares de vidas.
Uma vez um colega defensor de tradições me falou que as próprias mulheres defendiam. Perguntei quantas. Esta é falácia da “Casuística”: O rechaçamento de determinada generalização alegando exceções, na verdade, irrelevantes. De fato existem vítimas tão lavadas cerebralmente, desde tenra infância, entre outras manipulações que sofrem, que são capazes de fazer uma “defesa” (se não fizerem, até são mortas). Mas porque esta minoria com razões questionáveis deveria prevalecer aos argumentos lógicos, e se sobrepor à grande maioria de pessoas da própria classe, mais racionais, revoltadas, indignadas e justificadamente contra estas tradições?
As pessoas têm total liberdade para apoiarem idiotismos culturais como o belicismo – encontram justificativas ilógicas e falaciosas para defenderem as guerras em curso, quando as verdadeiras razões são interesses econômicos, manipulações da indústria bélica, e insanidades dos líderes de países em guerra. As pessoas transformam assassinos em heróis, por exemplo, em nome da coragem que o policial teve de dar tiros à queima-roupa, no ladrão que escapava.  Ou o caso da presidente que participou de várias ações criminosas, incluindo sequestro, e hoje é chamada de coração valente (!) por ter sido torturada – talvez seja o caso do Argumentum ad consequentiam (valorações irrelevantes). Pretende refutar tese (caráter violento/terrorista) ou plano apelando a consequências irrelevantes para o objeto pretendente à demonstração (ter sido torturada inocenta atos prévios?). Aliás, como já disse um pensador: ditadura e radicais são as duas pontas de uma mesma ferradura. Vem à tona outra falácia que abomino: “os meios justificam os fins”.
E a defesa da monarquia, da ditadura, da pena de morte, do regime comunista (existe comunismo não ditatorial?). São tantas loucuras que têm sido postadas com defesas nas redes sociais. Opiniões que certamente não passam por um crivo de aprofundamento. Eu mesma gostaria de discutir cada um destes temas com maior aprofundamento. Por isso não ouso justificar as razões que levam as pessoas a estas defesas de ilogicidades. Tantas falácias e argumentos sofísticos, parciais, ideológicos, emocionais, passionais, furados. Então fico no debate das ideias, não da critica às pessoas. As hipóteses podem ser as mais diversas, as justificativas ideológicas, o conhecimento incompleto e restrito, a falta de cosmovisão, a falta de mundividência, a afetividade ectópica, o sadismo, o masoquismo, tantas outras possibilidades. Trago então a falácia que apela para a “Complexidade”: A falsa atribuição a conjunto de fatos específicos ser muito complexo para se chegar a simples solução ou a diagnóstico ou afirmação de não existir resposta simples para o caso. Complexidade não significa ininteligibilidade.
Reforço avaliar com profundidade os argumentos de sustentação de defesa de idiotismos culturais e tradições, sejam eles mais leves ou mais graves e atentar às ilogicidades e falácias. Evidencia-se a importância de ampliação cognitiva e do discernimento. A Educação configura-se como essencial. Estudo, pesquisa, leituras de qualidade. O autoconhecimento idem, face a realidade de muitas opiniões derivarem de processos patológicos e autodefensivos do ser. Acrescentemos a importância do desenvolvimento da criticidade, da autocriticidade, e do aprender a pensar.
“0 INTELIGENTE É MANTER POSTURA HETEROCRÍTICA EM RELAÇÃO AS AFIRMAÇÕES PUBLICAS  PEREMPTÓRIAS. QUALQUER NOTÍCIA ESPETACULAR TEM CERTO PERCENTUAL DE MENTIRA, NO MÍNIMO, NA FORMA” (Vieira, 2007).
“A ARGUMENTAÇÃO ILÓGICA EVIDENCIA A AUSÊNCIA DA RETILINEARIDADE DA INTELECÇÃO DA PESSOA, CARENTE DE MAIOR AUTORGANIZAÇÃO DAS IDEIAS, REFLETINDO TAL FATO NA PRÓPRIA VIDA HUMANA.
Você reconhece logo os desvios do próprio pensamento quando ilógico e busca retificá-los de imediato, ou teima em sustentá-los de modo irracional? A maturidade mentalsomática já chegou, ou não, até você?” (Vieira, 2012)
Referências:
Vieira, Waldo; Homo sapiens pacificus; 1.584 p.; 3ª Ed. Gratuita; Associação Internacional do Centro de Altos Estudos da Conscienciologia (CEAEC); & Associação Internacional Editares; Foz do Iguaçu, PR; 2007.

Vieira, Waldo; Enciclopédia da Conscienciologia - Eletrônica; EDITARES/CEAEC; 7ª ED.; 2012. 

Por que respeitar os pais


Recentemente fiquei atônita com o comportamento em relação ao pai de dois queridos jovens que conheço. Jovens de boa índole, saudáveis. Mas que pareceu que não conseguem entender a posição de respeito aos pais. Fez-me refletir para entender o que se passou, fez-me refletir na minha relação com meus pais (bem diferente) e pesquisar hipóteses que explicassem tal comportamento. Dei-me conta que o respeito aos pais (para mim) é algo tão intrinsecamente natural, lógico, inato, que tive dificuldades em descrever o porquê deste respeito.
Pesquisei na internet “por que respeitar os pais” e pra minha surpresa, tirando os links religiosos, não encontrei quase nada. Recusei ler os argumentos religiosos, porque não me interessa que este respeito seja porque Deus quer assim, porque seja um mandamento, ou porque se não fizer assim você vai para um inferno. E, frequentemente, certas “leis” religiosas, quando assertivas, não ditam mais que o óbvio do que é adequado.
Li alguns artigos de especialistas em educação, vi alguns vídeos. Chamou-me a atenção a explicação do Içami Tiba (Quem Ama Educa), colocando que a geração passada foi tão massacrada pela predominância autoritária dos pais, que resolvendo fazer diferente com os próprios filhos, partiram para o extremo oposto, tornando-se pais lenientes, permissivos. Sem impor limites aos filhos, muitos pais criaram “príncipes”, crianças que tornam-se jovens sem noção de muitos valores nobres do ser humano, de respeito, e com um alto nível de acomodação a terem as coisas fáceis. Há várias outras causas explicativas para o desrespeito dos filhos aos pais. O próprio desequilíbrio e conflito entre os pais, as sutis ou grosseiras ações de alienação parental, os erros na educação, as distorções de valores, a pouca cognição de pais e de filhos, que pouco leem/estudam e muito ficam nas banalidades da TV, entre outros.
Falando genericamente, é cenário comum, na classe média e mais abastada, o incomodo ou recusa a pegar ônibus, mamãe ou papai tornam-se seus motoristas particulares, sendo às vezes os próprios pais que fazem o padrão. Ano passado um colega me falou que buscava o filho de 18 anos todos os dias na faculdade na hora do almoço. Sim, temos tempos de maior criminalidade que 20-30 anos atrás, quando eu, ainda menor de idade, trabalhava até 22h no shopping Recife e descia do ônibus na deserta avenida Conde da Boa Vista para andar alguns quarteirões até em casa, passando das 23h.
Mas e aí? Vamos manter a redoma nos filhos? Alimentando a cultura do medo, geralmente excesso de precaução? Estarão eles preparados para a vida? Para o mercado de trabalho? Amplia-se o nível de dependência, restringe-se a visão de mundo. E os pais que não têm carro? Aliás, os pais sem carro são maioria neste país de grandes desigualdades! É o paradoxo do excesso de zelo da minoria burguesa no Brasil.
É também cenário comum, não colaborarem nas tarefas domésticas, não terem suas coisas ou seu quarto devidamente organizados. Comum desenvolverem sobrepeso, e, o pior de tudo, não saberem o que é respeitar os pais. Não entenderem a posição de filho, querendo discutir em pé de igualdade e falar o que bem querem e entendem, rebatendo os argumentos ou ordens dos pais, quebrando as regras mínimas de obediência, respeito e consideração pela autoridade dos pais. Fazem expressões de “estou de saco cheio” ou as verbalizam. Às vezes aumentam a voz e até ameaçam os pais. Veem-se no mesmo nível de direito e competência com relação a sua opinião. Pensam que esta tem o mesmo valor – que pode até ocorrer excepcionalmente, mas o maior problema, é que não respeitam a autoridade dos pais. Em um extremo, observa-se o incremento dos crimes de matricídio e parricídio no país.
Já falei pra várias pessoas “não importa a qualidade dos nossos pais. Mesmo que sejam maus pais, devemos o respeito. Se não fossem eles, não existiríamos”. O fato é que na pior hipótese devemos a eles a nossa vida, a nossa existência. E caso tudo corra bem, aí a dívida dos filhos fica bem maior com seus pais: os vários anos dedicados aos cuidados fisiológicos e educativos, formativos. A troca de fraldas, a alimentação, as noites em claro, o ensinar a engatinhar, falar, dar os primeiros passos, todas as aprendizagens básicas de vida, a presença em tantas ocasiões especiais, os custos de escola e outros benefícios e tantas outras atenções. E depois de tudo, ver um filho desrespeitar um pai ou uma mãe, esta que ainda mais o carregou meses no ventre e deu de mamar por tantos outros meses, muitas vezes com complicações fisiológicas. Opor-se às determinações dos pais (desobediência aos pais), medir forças nos argumentos opinativos, achar que tem os mesmos direitos, impor vontades, sem falar em casos mais graves.  É simplesmente incompreensível. Às vezes, chocante.
E se o filho chega aos 60 anos de idade, e ainda é um privilegiado em ter um pai, e se o pai discorda de uma opinião deste filho, qual a postura?
Diante de todo o exposto, penso que o filho sempre poderá dar sua opinião, argumentar, explicar, mas jamais, desenvolver postura de maior autoridade, maior valor que o daquele que lhe deu a vida – o genitor, o responsável, o provedor. Que faça um exercício de paciência. Palavras-chaves: reconhecimento, gratidão. Filhos “respondões” sabem o que é isso? Infelizmente há casos que somente com a ajuda de um profissional a situação poderá se resolver.

Exceção: pais violentos. Entra aí em ação os profissionais – do serviço social, da psicologia, e, se for o caso, da polícia.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Opinião política - continuação

Este texto é para compartilhar reflexões trocadas com um amigo, ante uma postagem de vídeo que fez, onde manifestantes contra o governo insultavam o antigo integrante do CQC, petista, vestindo vermelho, com bebê no colo, passando no meio da manifestação e o qual revidava os “insultos”.  Meu amigo postou “essa é a nossa direita: autoritária e desrespeitosa”. Decepciona-me meu amigo antes antimaniqueísta, restrigindo sua visão e opinião, sendo parcial. Cadê suas tantas leituras, informações, dedicação à espiritualidade e filosofia? Trocou pela ideologia radical esquerdista?
Escrevi o texto como exercício de concatenar meu posicionamento político e incômodos com a situação do Brasil, e a divisão de opiniões na população. O fato é que não aguento mais assistir e ouvir as notícias “direitistas” ou “petistas”.
Numa análise imediata sobre o vídeo, pensemos: As posturas (realmente) lamentáveis não seriam composição do ser humano predominantemente belicista e reacionário? Os “esquerdistas” agiriam diferente em situação inversa (temos vários fatos)? As facetas depreciadas não seriam do Ser, e não do partido? Você retrucaria insultos com seu filho ainda bebê em seus braços? Mais um factóite pinçado para dizermos o que quisermos. Espero que o ator não tenha feito de propósito, justamente pra criar um factoide.
Temos hoje no nosso país uma série sem precedentes de ilogicidades, incoerências, corrupções autocorrupções, seja por maior acesso às informações, seja pela piora dos valores e da cultura brasileira. Para mim, não é questão de esquerda ou direita. É uma decadência de valores e princípios, somados à corrupção generalizada e a impunidade, entre outros ingredientes piores.
Ser partidário hoje, e eu, nesta existência,  felizmente, nunca fui, é mais arriscado que nunca: o risco das emoções se sobreporem à razão, o risco de  ser passional, o risco de ser tendencioso, o risco de apegar-se a fatos isolados para defender uma falsa conclusão, onde há toda uma situação formada por inúmeras variáveis, o risco de restringir as opiniões e perder uma visão mais ampla, mais neutra, mais racional e menos reacionária. Não precisamos de tendências políticas para almejarmos o bem comum, a justiça social, ou a tão distante e almejada paz.
Fico triste por meus amigos tornarem-se partidários ou presos a ideologias (algumas delas ultrapassadas), e tantas vezes empenharem-se em disputas argumentativas questionáveis, muitas vezes ilógicas, mesmo diante de fatos contraditórios. Atacar os erros da “direita” justifica os erros da “esquerda”? O que acrescenta? “A direita” também corrupta inocenta a corrupção da “esquerda”? No Brasil ainda existe “Direita” e “esquerda”? E fico triste de perdermos tempo com argumentações partidaristas, ao invés de reivindicarmos decência, de defendermos a honestidade e a lisura, ao invés de AGIR.  
Foi neste sentido que fui às ruas, com esta intenção de tornar pública minha insatisfação com a realidade do país. Infelizmente, há poucas manifestações. Parece que os brasileiros ainda não se acostumaram de não estar mais na ditadura e não se empenham em movimentos públicos. Em países mais avançados existem movimentos todos os dias nas praças públicas (mais inteligentes, sem prejudicar o trânsito). Não concordo com pedidos de impeachement (sabemos que sequer há cabimento jurídico para isso – ainda não), muito menos a defesa absurda de intervenção militar. Mas têm sido únicos estes movimentos de ir às ruas sob o lema de dizer aos políticos um simples “ estamos insatisfeitos”. Ou sendo mais ousada, que eles entendessem “suas próximas candidaturas estão em risco”. “Mudem, cumpram com a sua obrigação!” Minhas críticas ao governo, não são porque são do PT, mas este é o atual governo.
Mantenho o uso do binômio admiração-discordância. Nos fatos e nas amizades. Não deixo de admirar as facetas positivas de algo ou alguém, por existirem facetas que discordo.
Em termos práticos penso que a melhor maneira de ajudarmos o país a se desenvolver – socialmente, culturalmente, intelectualmente, é o investimento na ampliação do discernimento das pessoas, para que saibam reivindicar a justiça social, votarem corretamente, argumentar com logicidade. E mais que isso, investirem em tornarem-se pessoas melhores. Ideologias e partidarismo são antíteses do discernimento. O emocional se sobrepõe a racionalidade. Por isso os evito.
Convido você a discutirmos possíveis soluções para ajudarmos nosso país a melhorar. Reclamar, OK, mas e aí? O que fazer pela mudança? Meu foco é a Educação. Qual a sua sugestão?

Idiotismos culturais

    A partir da leitura do Homo sapiens pacificus, despertei para maior atenção  a valores, escolhas, opiniões e rotinas que costumeiramente testemunhamos na sociedade. Algumas extremamente valorizadas, aplaudidas, consideradas o must, o estar up to date, e a pessoa que participa se acha o máximo com isso.
    Nestes idiotismos culturais o belicismo se apresenta nas mais diferentes nuances, frequentemente ignoradas pelas pessoas. Pior é quando estes valores são defendidos com unhas e dentes, normalmente com argumentos distorcidos, falaciosos, incoerentes.  Não é intenção criticar ou julgar qualquer pessoa que se encaixe nas reflexões aqui apresentadas. Mas ampliar a reflexão sobre os temas, alguns, polêmicos.
   Vivemos em um zeitgeist sem precedentes de acesso à informação e de possibilidades de experiências. Evoluímos em diversos aspectos, marcadamente relacionados à tecnologia, desde o ano zero. Mas o nível de belicismo – guerras, violência, continua o mesmo ou piora, e com grande parte da sociedade apoiando. Também é possível notar comportamentos anacrônicos e nocivos nos grupos que participamos, frequentemente relacionados a certo nível de belicismo inato em muitas pessoas. É assim que verifica-se o nobelista pedófilo e o nobelista ex-guerrilheiro, somente pra citar alguns casos mais esdrúxulos.
    Estas tendências bélicas se revelam em várias situações. Por exemplo, nas várias tradições insanas, irracionais, sádicas, cruéis? Com o argumento ilógico de merecer respeito por ser uma tradição secular, ou milenar, tanto que piora o fato: a infibulação, as imposições religiosas anacrônicas e tantas vezes cruéis (não poder usar a camisinha, a obrigatoriedade da burca), a mulher que é obrigada a casar com um desconhecido, a menina que é vendida ou dada ao adulto como moeda ou em casamento – sim, a mulher é a mais frequente vítima destas tradições irracionais e cruéis.
Sintetizo meu repúdio a estas “tradições” com a síntese de que “Nada que cause sofrimento, dano físico ou moral, a bens ou seres vivos podem ser dignos de respeito”. São idiotismos culturais cruéis e irracionais que não acompanham as mudanças e evoluções dos tempos, não contribuem em nada para a humanidade, mantendo-a, naquele estigma, no atraso, e o pior, na crueldade indefensável que destrói milhares de vidas.
   Mas há também idiotismos culturais “supostamente” mais “leves”. As “brincadeiras” com as abóboras ou tortas (desperdício de alimentos); as rinhas de galo; as lutas de cães; os adestramentos dos animais (subjulgação);  as lutas de boxe, UFC, marciais (violência entre humanos); o paint-ball; as torcidas organizadas; os fã-clubes dos astros;  os excessos de horas gastas em conversas de bar vazias; a supervalorização das emoções; a preocupação excessiva com a moda; a frequência exagerada no shopping center, mesmo quando não precisa comprar nada; o excesso de horas desnecessárias na academia, com a supervalorização da bigorexia; a supervalorização dos esportes e os excessos de horas gastas seja na prática, seja apenas como expectador;  e o atual maior desperdiçador de tempo e isolamento das pessoas, as chamadas “redes sociais” . As pessoas adotam assistir ou participar de atividades violentas em nome da diversão. As pessoas têm liberdade para assistir ao BBB ou novelas vazias. Também tem-se notado crescente inserção de violência e belicismo no cinema e TV. O que estes idiotismos culturais, frequentemente acompanhados de argumentações ilógicas, acrescentam à nossa existência?
   Para uma consciência mais crítica, é possível verificar que falta desenvolvimento de lucidez, autodiscernimento, e, frequentemente, conhecimento, quanto às escolhas e opiniões, para grande parte da população robotizada e manipulada pela mídia. Sim. Porque é possível gostarmos de idiotismos culturais e fazermos o que gostamos. Mas quais prejuízos os  idiotismos adotados podem gerar? Diria como exemplo o obeso, que não diminui a comida à dieta necessária à sua própria saúde e bem estar e nem faz exercícios físicos. Muitos até partem para a cirurgia (e alguns sofrem complicações ou até morrem), ao invés de priorizar a disciplina e a força de vontade. Por que então insistir em fazer, defender, apoiar, justificar,  o que gera prejuízos à vida? Ou ao que simplesmente ocupa tempo precioso da nossa vida, quando poderíamos estar passando-o com pessoas queridas, lendo um bom livro, assistindo um debate elucidativo ou um bom filme, ou fazendo um curso que amplie nossas competências.
   Vale avaliar, com profundidade, os argumentos de sustentação de defesa de idiotismos culturais e tradições, sejam eles mais leves ou mais graves. Afinal, há tanto mais na vida para construirmos, interagirmos, ampliando a qualidade da nossa intraconsciencialidade e dos nossos relacionamentos, gerando autoaprimoramento, bem estar, amizades sadias, gerando uma sociedade melhor e mais justa.
   Não me canso de reafirmar a importância da Educação, a aprendizagem de desenvolvimento da criticidade, o aprender a pensar e refletir.


sábado, 21 de fevereiro de 2015

Fugacidade x Propósito de vida

“Não estou querendo dizer que lazer, diversão, prazer não sejam importantes. Eu também busco-os sempre! Mas que estes itens, por si sós, não consolidam um sentido de vida que traga a real satisfação de viver”.

Melhor ter uma vida evolutiva, com momentos de alegrias/prazer, que viver sem um sentido, na tentativa vã de ser feliz apenas através de momentos – felizes, mas fugazes.

Por bastante tempo busquei a felicidade em caminhos inúteis, fantasiosos, ilusórios. Há algum tempo descobri que apenas momentos de prazer ou alegrias fugazes não me faziam feliz. Recentemente li um texto antigo do Gikovate em que colocava a felicidade como dependente do indivíduo se ver evoluindo ao longo dos anos. Viktor Frankl, propositor da Logoterapia e sobrevivente de um campo de concentração, demonstrou a importância de a pessoa ter um propósito de vida.

É mais inteligente buscar momentos de prazer e alegrias em meio a uma vida com propósito altruísta, que traga a permanente satisfação íntima de viver uma vida com sentido pessoal ideal, a razão de viver personalíssima, do que buscar esta satisfação em repetidas investidas em momentos fugazes de alegria/prazer, que sempre terminam, evaporam-se, normalmente sem preenchimento de nosso ser.

É fundamental que cada um identifique um sentido pessoal de vida. Para mim, é inarredável o propósito da Evolução consciencial. Ajudar a fazer um mundo melhor. Dar sua contribuição à sociedade com ações de cidadania, ecologia, voluntariado. Ter um trabalho construtivo. Educar. Ajudar outras pessoas em algo que você já sabe. São algumas alternativas.

Diante do exposto, questionamos você leitor ou leitora: Qual a preponderância em sua vida? Atividades hedonistas ou atividades evolutivas? O que lhe traz prazer de viver? Qual o sentido da sua vida?

Recomendações bibliográficas:
Um sentido de vida – Victor Frankl

Maturidade e Poder Pessoal Caminhos do Autodesenvolvimento - Waldir Bíscaro; prefácio de Flávio Gikovate