sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

From my inner most being – Recomendações de Documentário e Minissérie


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Há alguns dias assisti a mini-série 'Black Earth Rising”, que recomendo a todos. Várias lições e reflexões profundas. Sobre uma das maiores tragédias da humanidade – o genocídio de Ruanda. Os personagens nos trazem tantas reflexões que não ouso colocar algumas aqui, evitando o risco de tornar medíocre os conteúdos. Dá pinceladas sobre a verdadeira história, a capacidade de crueldade dos homens, corrupção em todas as classes, política, egoísmo, dor, perdão.

Sincronicamente, assistindo hoje ao documentário Story of Us, com Morgan Freeman, também excelente, o episódio 2 ("A Luta pela Paz") trouxe um recorte do genocídio de Ruanda. Perdão, reconciliação, busca pela paz, cooperação, união, nas histórias de vida, nas palavras de pessoas que fazem a diferença no mundo. Emocionou-me. Ousei transcrever algumas das palavras finais do narrador no episódio: “Perdão requer grande sacrifício e coragem...pessoas que colocam de lado a vingança, para abraçar a paz.(...) temos que buscar nossa própria humanidade. Afinal somos a espécie que prospera através da cooperação. É o que sempre fizemos melhor”.
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Em meu âmago, a dor por ver tantas atrocidades no continente berço da humanidade, o desejo de contribuir para a evolução neste continente. Provavelmente na próxima existência.

Alguns falam que documentários são “chatos”. Talvez alguns o sejam. Os 5 primeiros episódios que assisti do Story of Us foram excepcionais!Marcadamente, o 3: "O Poder do Amor" e o  5: "O Poder de Nós". Fica a dica para um certeiro bom investimento de tempo na sétima arte - Pílula 34: Cinema.

Black Earth Rising
Story of Us

 “Não acredite em nada que eu escrevi aqui. Tenha suas experiências pessoais.”

sábado, 18 de janeiro de 2020

Exemplo de ações do Bem – bolsas de colostomia para pessoas carentes


A falta de bolsas de colostomia é dura realidade por todo o Brasil, como se já não bastasse o enorme transtorno de quem precisa usá-las. Exemplo de notícias:



Há algumas semanas, almoçando em um restaurante, vi um grupo animado comemorando aniversariantes do mês. Conheci uma delas, que me explicou que desde algum tempo combinaram que ao invés de cada um comprar presentes para os aniversariantes, fariam uma cota única. Uma cota única destinada à compra de bolsas de colostomia para pessoas carentes!

Simples assim. Demonstração de como pequenas iniciativas podem fazer uma grande diferença na vida de tanta gente. É fácil fazer o bem. Basta querer, e fazer. E unindo esforços, pode-se fazer muito mais.  Se cada pessoa que tem mais condição financeira, ajudar um pouquinho quem não tem, sem dúvida, juntos, mudaria a realidade do país.

Aqui então também falta a Educação para solidariedade, a cultura da empatia, do querer ajudar o outro, da verdadeira fraternidade, do voluntariado, do exercício de cidadania, o que me lembra a sábia frase de Paulo Freire: “Educação não muda o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas mudam o mundo”.
Cultivemos então a cultura da Educação para a solidariedade, para a mudança necessária ao mundo. Esta foi a motivação para escrever estas poucas palavras. 

E se você se sente solidarizado com alguma causa, junte-se a um grupo para ampliar a ajuda. Faça diferença na vida de outras pessoas. E também verá uma diferença na sua própria vida.

A perda de noção da realidade por parte dos políticos


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Há um tempo atrás fiquei triste com as falas de um amigo do bem. Para mim, sempre bom ouvir outras perspectivas a respeito dos fatos, e por isso também pretendo entregar a ele este texto, pois o tempo foi apertado e não podíamos conversar com maior profundidade.

Três argumentos dos quais discordo foram trazidos:

      1)     Na “Lei de abuso de autoridade” há lógica em o policial se identificar para o bandido no momento de prendê-lo; falou que já foi policial (há mais de 23 anos atrás), e que o bandido que é preso porque cometeu crime não vai querer se vingar do policial (questionável), a não ser que seja espancado, que é o problema da Polícia (todos?);

      2)     É justo o acusado responder em liberdade até que haja comprovação absoluta das provas dos crimes em juízo! Perguntei o caso do estuprador. Resposta: sim... pois afinal, a mulher pode acusa-lo mentindo (!); O que dizer de um pedófilo, responder em liberdade, e na velocidade da justiça brasileira.

      3)     A liberdade deve ser dada a todos (OK, vírgula – a liberdade de um acaba onde começa o direito do outro). Falamos do ponto polêmico do aborto. Para ele, somente os pobres não tem esse direito, pois os demais, basta pagar que consegue fácil, como ir pra Portugal e pagar R$2.000.
Fácil? A maioria não tem noção do drama que é um aborto – legalizado ou não. Em relação a este ponto, nunca pensei numa possibilidade como esta de ida a Portugal para abortar. Nem sabia que seria tão “simples” pagar em Portugal, um aborto. Será? Ademais, o valor, com passagens, hospedagens, etc, ainda seria para uma microminoria brasileira. E diante de uma população sem uma educação de qualidade mínima, podemos estimar que o percentual de grávidas na infância e adolescência, certamente cresceria exponencialmente, já que poderia abortar! E pensemos: hospitais públicos onde hoje morrem milhares por falta de atendimento, comportariam os incontáveis abortos? Não dão conta de salvar vidas, teriam condições realizar os abortos?

Medidas idealizadas precisam considerar a viabilidade no contexto real. E para conhecer o contexto real, é necessário ir lá. Presenciar.

Contrapontos apresentados, para os quais estou convidando o amigo para uma conversa com tempo para o exercício do pensamento crítico, restou-me um ganho adicional. Além das reflexões e fortalecimento dos meus valores e ideias: a hipótese destas visões parciais, distanciamento da realidade, como um dos problemas dos políticos “do bem” lá em Brasília. Não conhecem a realidade do povo. Não sabem a verdade que se passa na mente e na vida das pessoas.

Daí surgem os comentários, propostas e decisões descabidas, ou insuficientes, descoladas da realidade. Daí também se justifica a inércia, o atuar parcamente, alheios aos incontáveis dramas em que perdem a chance de resolver, se realizassem seus papéisl de representantes do povo. Sabemos também que não é fácil irem no contrafluxo de uma maioria desonesta.

E se os do bem são inefetivos, o que dizer dos que só pensam nos seus interesses? É o Brasil carente de políticos, onde a maioria das centenas de homens vestidos de pinguins, nas cadeiras de supostos representantes do povo, representam apenas aos seus interesses. Nem fazem o mínimo que lhes cabe, e ainda gastam, drenam, milhões de reais dos cofres públicos.

Eis o preço do isolamento em Brasília. É sempre essencial a interação nas comunidades carentes. As visitas, os diálogos, o conhecimento da realidade em que vive a grande maioria na injustiça social de nosso país.

sábado, 4 de janeiro de 2020

Palavra controversa: autoimperdoamento


Continuo achando cosmoética a premissa da pessoa saber perdoar a si mesma. E importantíssimo o autoperdão.

Autoimpedoar-se é sinônimo de não se perdoar. Soa bem pra você? Se devemos perdoar os outros, porque não perdoar a nós mesmos? Não perdoar a si, insinua uma autocobrança exigente, excessiva, nosográfica. Se não posso me perdoar, como vou me sentir bem com relação a mim mesma?

Entendo que o Prof. Waldo Vieira, ao propor o neologismo, quis dizer que autoimperdoamento tem a ver com não errar mais, com um “movimento de correção, como disse a verbetógrafa do Binômio imperdoador-heteroperdoador. Claro que não é evolutivo ser condescendente com os próprios erros, não buscar corrigi-los ou se corrigir, mas não considero a palavra adequada, pois autoperdão não é sinônimo de passar a mão na própria cabeça, ou se permitir errar novamente. A pessoa pode sim, se perdoar, e compreender que errou, buscar corrigir, se melhorar, resolver o problema que causou. A palavra autoimperdoamento se associa a ideia de autocondenação, ou no mínimo, culpa.

Por definição, perdoar significa desculpar, absolver, relevar, poupar, escusar (sinônimos do Dicio online). Estas são medidas sadias para consigo! Para mim, perdoar a si mesmo é coerente com perdoar aos demais. E se o erro já traumatizou a pessoa, muitas vezes, uma tormenta já está instalada. Tendo a pensar que uma pessoa que não se perdoa, terá dificuldade de perdoar aos outros, poderá se sentir culpada, ou insatisfeita consigo mesma.

Se a pessoa já compreendeu o seu erro, e busca corrigir, porque o uso do termo autoimperdoamento?

Em síntese, acho que foi uma má escolha este neologismo. Associaram autoperdão, equivocadamente, a antievolutivo, a não se permitir corrigir o erro, a permanecer estagnado, o que não é fato obrigatório.

Não é incompatível se perdoar e investir na autocorreção, autoevolução. Paradoxalmente, é premissa para evoluir, a autoaceitação, o autoafeto, e estes envolvem se perdoar, sim, assim como devemos fazer na vivência do heteroperdão.

É clara a intenção de firmar a importância de buscar se corrigir ao errar, mas daí a querer chamar isso de autoimperdoamento, na minha opinião, não foi uma boa ideia. Não cola nem semanticamente, nem ideativamente.

Assim, o termo se queda ambíguo, polêmico, leva a incompreensões, e não se sustenta na proposta de seu significado.

Sugestão de nova nomenclatura: autoperdoamento cosmoético.