sábado, 5 de outubro de 2019

Sobre a polêmica Greta Thunberg


Quando vi um pronunciamento da jovem Greta pela primeira vez, algo me desagradou. Tive o sentimento de que algo não colava. Li um comentário em que o autor a desqualificava em críticas devastadoras, e o contraponto de uma colega que colocava as críticas em irrelevância, face à realidade dramática em que nosso Planeta se encontra, onde reconheço que qualquer excesso nos alertas e reclamações é pouco diante do quanto  destruímos e prejudicamos nossos ambientes, fauna e flora. E a verdade, é que a preocupação é mínima, irrisória, por parte de governos, corporações e da própria população em geral.
Mas porque a Greta tem incomodado e sido criticada? Por que há uma polarização? Por parte de brasileiros que a criticam, vejo que primeiro, há a problemática da polarização política, que não pretendo expandir aqui. E há a falta de desconhecimento sobre a Greta, que também não vou expandir aqui, e sobre a real condição ecológica do Planeta. Não faltam informações lícitas na internet.
Só cabe a mim refletir o que me incomodou. E alerto que este incômodo não diminui em nada o valor da dedicação desta adolescente à causa ambiental. E nem diminui a importância que precisa ser dada à problemática da sustentabilidade do Planeta. Percebo dois pontos nos discursos que vi: um, algumas falas que não tem sentido, mero chavão de impacto. Outro ponto, mais relevante, um pensamento que ouvi a vários anos, com o qual me identifiquei: “Não há de ser na exaltação do mal que o bem encontrará base para se estabelecer”. Considero a “forma” muito importante. O valor do conceito de confor da Conscienciologia: conteúdo e forma são fundamentais na apresentação das ideias. Claro que o o conteúdo é mais relevante. Mas uma forma ruim pode bloquear o entendimento do seu valor.
O confor menos agressivo, ainda que às vezes eu seja estriônica, é o meu modus operandi predominante. Por outro lado, reconheço que muitas pessoas só conseguem ser sensibilizadas por uma forma mais forte, emocional, de receber a informação. Uma vez ouvi o Leonardo Boff dizer numa palestra “o ser humano precisa viver angustiado”, como sendo a maneira de se garantir o movimento em prol de uma causa. De fato, é a maneira como muitas pessoas funcionam. Enquanto outras podem ficar paralisadas pela sua angústia e não partir para as ações necessárias.
Então aceito as diferentes modalidades de expressão. Entendo a necessidade de múltiplas formas de apresentação das ideias, ainda que não me agradem, mantendo acima de tudo a lucidez, e principalmente, o foco nas ideias, e não nas pessoas. Precisamos evitar o argumentum ad hominen, onde o que argumentador ao invés de focar as ideias, desqualifica a pessoa que a defende, para invalidar sua opinião, caindo em argumentação ilógica, como fazem com a Greta. Então, apesar de não me agradar a forma da Greta apresentar a problemática ambiental, nas vezes que me incomodou, a apoio, por saber que na forma dela, muita gente pode ser sensibilizada. Hoje a vi pela primeira vez, numa forma mais suave, gostei, por isso vou compartilhar aqui: http://encurtador.com.br/iEGQS.

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