O filme
Uma Mente Brilhante é uma
excelente recomendação para todas as cinematecas por vários
motivos. Acrescenta à nossa cultura informações científicas e
muito mais. Baseado em fatos, apresenta um exemplo de vida e de
autossuperações nos processos íntimos do seu principal
protagonista, John Forbes Nash, e o exemplo da sua companheira.
Também nos dá oportunidade de questionar se sua doença era
fisiológica (esquizofrenia) ou parapsíquica (no caso, ele via
pessoas que que o perturbavam). Por fim, apresenta John Nash à
humanidade, que, por sua Teoria dos Jogos, recebeu o Prêmio Nobel de
Economia, em 1994.
O
que me motivou a escrever este texto foi a abordagem de uma de suas
teorias, simplificada como “teoria do bem comum”, em um curso que
fiz há algum tempo, direcionado para altos gestores de
administrações públicas e privadas. Entre os temas apresentados, o
curso focou que o líder/gestor deve priorizar os liderados e o seu
desenvolvimento humano e profissional. Isto está dentro do “óbvio
não percebido”, pois, sem equipe, líderes não existem, não
podem fazer grande coisa, mas mesmo assim, frequentemente, líderes
deixam a equipe em segundo plano.
O curso
investiu, entre outros temas, na abordagem do “bem comum” e do
“jogo ganha-ganha”. É interessante como apresentou a contradição
entre a teorias da competição (“Teoria da Ganância”) do “pai
da economia” Adam Smith e a proposta de Nash, mais recente,
demonstrada no filme. Nesta breve biografia que o longa-metragem
apresenta, vemos como Nash, modestamente, não afirmou que a teoria
de Adam Smith estava incorreta, mas sim que estava incompleta.
Enquanto Smith afirmava que o ideal para o equilíbrio econômico
seria, falando simplificadamente, todos quererem 100% para si, Nash
demonstrou que o melhor acontece quando todos querem o melhor para si
e também para os outros. E demonstrou sua teoria
matematicamente. Sim, com uma mente brilhante.
Assim,
por esta, e por outras razões, por exemplo, sociais, éticas,
econômicas, é importante que os líderes reformulem seus valores,
preocupando-se mais com os outros, pensando mais no bem comum. Para o
Capitalismo vigente isto parece inconcebível, mas é hora de a
sociedade rever seus valores e procedimentos. Percebe-se que os
modelos vigentes não se sustentam mais, nem economicamente, nem
ecologicamente. Cabe aqui outra dica: o documentário Colapso.
E, para
ampliar esta reflexão, sugiro um o exercício de analisar essas
ponderações na perspectiva multidimensional, considerando que somos
todos consciências em evolução através de várias vidas. A
Conscienciologia, ciência da consciência, defende os valores da
Cosmoética (ética acima dos interesses humanos), do Universalismo e
da Maxifraternidade. Abro aqui um parêntese para mais uma dica de
filme que é exemplo destes valores: Avatar, de James Cameron
e seu povo Na´vi.
Para
continuar ampliando a temática, considerando o paradigma
consciencial, explico que as bases da Conscienciologia demonstram que
somos todos consciências (indivíduo, self, ego, espírito) em
constante evolução, através de várias vidas, em busca do
serenismo, nível máximo de evolução em nosso planeta. Superarmos
os traços negativos e desenvolvermos os positivos, vivendo com
cosmoética (ética universal, acima da ética humana) e
interassistencialidade (ajudando-nos uns aos outros) é fundamental.
Assim, a teoria de Nash é bastante alinhada a tudo isso. Evoluir
implica em pensar nos outros, no “bem comum”. E os marcos de sua
vida nos fazem pensar no quanto nós mesmos precisamos promover
nossas autossuperações. Pequena observação: será que a
obstinação desde a juventude, de encontrar uma ideia original, já
não seria sinal de captação de sua programação existencial
(missão de vida previamente definida antes do renascimento)?
Diante
do exposto, vale fazermos alguns autoquestionamentos. Qual o nível
evolutivo em que nos encontramos? Quanto contribuímos para a
sustentabilidade do planeta e na prática da fraternidade? Temos uma
programação existencial?Estamos cumprindo-a? É necessário, sim,
cada pessoa repensar seus valores e escolhas. Afinal, somos nós que
mantemos o sistema, apoiando-o ou omitindo-nos. Somos todos
co-responsáveis, por tudo. E tudo faz parte da nossa evolução
consciencial. Eis o maior valor da sua teoria, a do bem comum,
abordada matematicamente e vivencialmente, por John Nash, em Uma
mente brilhante – filme
imperdível.