domingo, 14 de abril de 2019

Cuidados nas trocas de mensagens interpessoais nas redes sociais – escritas e voz


Já passei por grandes conflitos, mal entendidos e desentendimentos, em razão de mensagens de email, facebook e whatsapp. Por voz e escrita. Seja por minhas falhas e limitações ou das do destinatário na comunicação enviada – apesar da responsabilidade da qualidade da comunicação ser sempre do emissor. Uma palavra mal empregada pode comprometer todo o sentido e entendimento por parte do receptor da mensagem. Mas algumas condições podem ser decisivas.

Acumulam-se problemas: a comunicação parcial; a comunicação parcelada; a apresentação de ideias e reflexões incompletas; as falas partidas; a pressa em falar; o tom inadequado, as más interpretações de trocas de mensagens; entre outros. E quando as pessoas não convivem com mais frequência, pior. Pois são muitas as lacunas de conhecimentos prévios para que o receptor de uma mensagem possa usar para entendê-la melhor. A ausência do olho no olho é crítica. Além disso, frequentemente as pessoas têm opinião formada a respeito do outro. E normalmente, uma visão incompleta ou mesmo errada sobre este.

Isso se agrava nas postagens públicas em blogs, facebook, etc. Mas as ponderações deste texto são mais para mensagens particulares, entre duas pessoas, ainda que valham para mensagens públicas e em grupos.

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Destaca-se a importância da convivência mais frequente entre as pessoas que querem manter relacionamentos. Relacionamentos virtuais podem ser catastróficos. Se o outro não conhece a rotina real da pessoa com a qual não convive, só pode deduzir a partir das falas apresentadas. Por exemplo, se a pessoa não fala do seu trabalho formal, o outro pode pensar que a pessoa não gosta do trabalho, ou até que não trabalha! Pessoas que convivem mais, por outro lado, possuem maiores chances de se entenderem. Possuem mais informações. Há casos que duas pessoas se entendem apenas num olhar. Mas mesmo entre os que se conhecem bem, há assuntos, que devem ser falados pessoalmente. Nem por telefone é producente.

Desentendimentos já acontecem nos diálogos entre pessoas que se veem e se encontram regularmente. Imagina nas mensagens por whatsapp!! Geralmente curtíssimas e muitas vezes impulsivas. Quando longas, duram 6 – 10 minutos, apenas. E mais que isso, não é para whatsapp! Marque um encontro com a pessoa! E talvez perceba que nem precisaria tanto tempo para dizer o que queria.

Tampouco convivência sem troca, como nas ilhas do trabalho, pode acrescentar maior entendimento. O diálogo é necessário, sempre! A questão é tão complexa, que existem vários cursos, livros e técnicas para ajudar na comunicabilidade sadia, efetiva, assertiva.

Pode até ser agradável para os que gostam de gravar mensagens de voz, poder falar sem nenhuma interrupção pelo outro. Mas às vezes estas interrupções são necessárias! Um dos problemas na “comunicação parcelada” nas redes sociais é a impossibilidade de interrupção sadia ajustadora de rumo da conversa. Quando alguém monta sua fala numa premissa ou interpretação falsa a respeito do outro, ou do que ele disse, não sendo possível ao interlocutor fazer o ajuste, a pessoa segue com um raciocínio se distanciando da realidade, e consequentemente com interpretações equivocadas. Quando presencial, e alguém demonstra um entendimento errado, o outro pode rapidamente interromper para corrigir o mal entendido, evitando que o interlocutor avance em elaborações e argumentações descabidas.
Pior é quando o assunto é delicado, e a pessoa com o mal entendimento pode se magoar ou acabar magoando o interlocutor. Como disse antes: tem assuntos que não cabem em trocas de mensagens rápidas! Tive experiências de dicotomias crassas de mal entendidos.

Em resumo, alguns problemas que podem ocorrer das comunicações nas redes sociais – facebook, whatsapp, email, etc:

·        Os “mal entendidos” – palavras mal colocadas, falas truncadas, frases não concluídas, linguagem inadequada, falas a partir de uma única perspectiva, ausência de contrapontos, emoções alterando os conteúdos e formas das ideias apresentadas, palavras e formas de falar que para um não tem nada demais, e para o outro é ofensiva, entre outros.
·        As comunicações “parceladas”, sem possibilidade de ajuste para não avançarem equivocadas.
·         A energia discordante das palavras, que transparece nas entrelinhas.
·        As interpretações e deduções errôneas do receptor da mensagem, que impactam nos entendimentos subsequentes do restante da mensagem que continua lendo ou ouvindo.
·        A condição/circunstância em que o receptor se encontra ao receber a mensagem, podendo levar a distorções crassas.
·        A dificuldade de expressão por palavras, que pode ser minimizada pela presença e ajuda do outro, no momento da conversa presencial, cara a cara.
·        As duras palavras podendo ser relidas ou escutadas infinitas vezes – o dito que não pode ser apagado.
·        As consequências da divulgação para outras pessoas, atitude antiética, prejudicando o emissor da mensagem encaminhada a outras pessoas.

Conclusão

Se a comunicação verbal presencial frequentemente já tem problemas, imagine a mensagem gravada ou escrita nas redes sociais! Na presencial, instantânea, você pode cortar e redirecionar a fala do outro ao perceber que ele deduziu algo equivocado. Perguntar no ato, tirar dúvidas, confirmar o que escutou, para garantir o entendimento no momento e das ideias subsequentes. Pode até interrompê-lo antes que lhe diga uma bobagem da qual se arrependeria. Pode se desculpar de imediato, ao perceber que se equivocou. Pode perceber a energia, se está equilibrada, se vale a pena continuar a conversa ou retomá-la em momento oportuno. Perceber a sinceridade e intenções no olhar. Pode evitar instantaneamente um mal-entendido e fazer ajustes imediatos. Pode inclusive redirecionar o assunto, tornando a conversa mais produtiva e interessante.

Portanto, debates de causas polêmicas ou delicadas, somente cara a cara! Ainda que seja no telefone, mas bate e volta por email ou whatsapp, dificilmente será producente. Principalmente, em curtas mensagens, sob pena de incorrer naqueles e outros problemas citados aqui.

Particularmente, uso Facebook e Blog para compartilhar ideias – artigos, reflexões, vídeos, dicas, etc. E o Whatsapp para agilizar ações, divulgar algo interessante, ou dar um simples oi para alguém querido. Dizer que estou com saudades, que dê notícias etc... Debater questões sérias, para mim, melhor marcar um café e conversar J