Adoro assistir TEDx. Se há
uma aplicação útil de tempo em vídeos, esta opção o é. E tanta gente fica vendo
os vídeos bobos, inúteis ou falsos do Whatsapp. “Wasting time”! Já fiz um
artigo sobre TEDx. Diz-se muito em pouquíssimo tempo. E todos são profícuos,
reflexivos, acrescentam. Até dos que discordo! O diferente acrescenta, geram
novas perspectivas, provocam o aprofundamento nas ideias.
Ontem assisti um que não
gostei. E por isso mesmo valeu à pena. Primeiro porque mais uma vez constato
como uma ideologia, por melhor que pareça, leva ao engano, às perspectivas
distorcidas, e como premissas falsas impedem as pessoas avançarem em soluções
efetivas para a sociedade. Segundo porque me ajudaram a refletir sobre alguns
conceitos apresentados.
Li alguns comentários.
Positivos e negativos. Há boas colocações, reflexões importantes. A questão é
que a palestra usa várias replicações de jargões partidários estigmatizados e
improdutivos... Argumentum ad nauseum...
Por exemplo, sei que existem, sim, pessoas que "odeiam pobre".
Felizmente, nunca encontrei nenhum. Nunca ouvi alguém se manifestar como os
exemplos toscos do palestrante. Escuto sim, várias pessoas no “disse que
disse”. E seguramente, é uma minoria (acho que o próprio palestrante falou em 7%
para um dos exemplos, segundo certa “pesquisa de opinião”). Qual a razão da
ênfase? É por essa razão que o Brasil não progride? Em quê este tipo de discurso
ajuda?
As afirmações de uma
SOCIEDADE COM JUSTIÇA, DIGNIDADE SOCIAL É FUNDAMENTAL, SIM! Mas não é inventando
argumentos, e distorcendo fatos e valores, que resolvemos esta questão. Por
exemplo, como o faz o palestrante deste TEDx, ao atacar uma virtude - a
meritocracia, para se resolver um problema de base: EDUCAÇÃO DE QUALIDADE PARA
TODOS.
Mérito = merecimento
(Dicionário Aurélio).
Meritocracia: Forma de
administração cujos cargos são conquistados segundo o merecimento, em que há o
predomínio do conhecimento e da competência. (Dicionário Michaelis)
O problema não é a cultura
da meritocracia (que infelizmente, ainda não temos). É a falta de Educação de
qualidade para todos! Precisamos solucionar ESTE problema. Não vai ser
desvirtuando o senso de mérito, que algo vai ser resolvido. Temos vários
exemplos de “soluções” implementadas para compensar problemas de base (ex.:
cotas). Meros paliativos, e, às vezes, nocivos! Concordo que enquanto não for
possível dar dignidade a um cidadão que esteja na miséria, ele receba uma ajuda
social (o bolsa família precisa existir, sim!). Mas isso é melhor do que
dar-lhe educação, um trabalho, condições de saúde, segurança?
Infelizmente a ideologia,
por melhor que pareça em seus fins, tolhe o raciocínio mais amplo, repetindo
jargões partidários inconsistentes, incompletos, e muitas vezes, falaciosos! Perde-se muito tempo e energia em argumentos
que não levam a nada. A polarização insiste em permanecer entre os brasileiros.
Não avançamos na discussão de soluções. E pior, acabamos desvirtuando o que
existe de bom.
Tenho resistido não me
colocar em discursões polarizadas. Há grande parcela de cidadãos que defendem
seus “partidos” como torcedores de futebol – como bem colocou um colega.
Felizmente, quem me conhece sabe que não sou politicamente omissa. E sou cidadã
ativa. Felizmente, há muitos que conseguem conversar respeitando a tendência
política do outro. Política não se inclui entre o não discutível (tal como é o
tema futebol, cheio de emoção). Precisamos discutir política. Somos seres
políticos.
Os fatos e o discernimento
precisam prevalecer sobre os discursos e sobre as ideologias. Foco no debate
das ideias, sem ataques às pessoas que pensam diferente (argumentum ad hominem). Evitemos os PARALOGISMOS! É possível sim,
pessoas com preferências políticas diferentes, trabalharem pelo Bem. É só terem
um objetivo comum: o Bem refletido em Educação, Segurança e Saúde para TODOS os
cidadãos brasileiros.