Foi desanimador ler artigo do Secretário de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco clamar pelo reconhecimento da população às vantagens da Refinaria Abreu e Lima. Compartilho minhas reflexões sobre este assunto.
"Pernambuco espera há 50 anos", diz o autor.
Eu diria que Pernambuco resistiu 50 anos.
É lamentável que ainda existam pessoas que só possam pensar com o curto prazo. Ou pior, argumentar com foco no curto prazo, e sem conhecimento holístico da situação, restrita ao reducionismo cartesiano dominante e imediatista. Ouso sonhar que um dia poderemos contar com a compreensão de todos também dentro do paradigma consciencial.
Contudo, limitando-me a argumentos técnicos, lembro que em 1989, em visita técnica (geológica) a praia Paraíso - quando a vista era ainda paradisíaca, ouvi meu professor falar com orgulho sobre os movimentos que aconteceram para impedir a catástrofe ecológica que tal proposta traria. Hoje, o "Porto de Suape" já nos trouxe as inúmeras consequências previstas - destruição de nossos berçários estuarinos, garantidores da produção pesqueira em constante declínio, comprometimento da paisagem, abandono do sonho do complexo turístico que se adequava à área com até maiores benefícios econômicos que os trazidos pela Refinaria, exploradora de um recurso não renovável. Sem falar nos comprometimentos para as pessoas e para o Estado, resultantes quanto aos ataques de tubarões.
50 anoos depois, finalmente, os "donos do Poder" desta nossa pátria que vai na contra-mão da ecologia, da educação e da evolução, seja por interesses escusos, seja por analfabetismo ecológico, seja por limitações técnicas, condenam-nos a uma perda irrecuperável, de patrimônios ecológicos, culturais, e de nossa qualidade de vida. Condenam-nos a perda de nossa própria dignidade, quando manipulam informações e obnubilam nossa capacidade de ação.
E nem entro no mérito da matéria ser assinada pelo Ilustre Secretário. Só tenho a lhe dizer que NÃO. Não comemoro. Não comemoro "Crescimento" a qualquer custo. Deixo o lembrete do que é ideal, atual, lícito: Desenvolvimento SUSTENTÁVEL.
Com foco principal na Conscienciologia, Ecologia, Autopesquisa e Interassistencialidade, este blog foi criado com o objetivo de compartilhar artigos e reflexões.
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
"Clarinha em 2047"
Gostei do artigo de Carlos Tautz, Clarinha em 2047:
Não. Clarinha não sou eu. É a filhinha dele. Tautz fala como finalmente se tocou que estamos acompanhando nossa autodestruição nesta embarcação - Terra, sem nada, ou muito pouco fazermos. Há alguns anos invisto em colaborar na preservação do planeta. Encontro todos os tipos de resistência. Dos ignorantes que não agem por não saber do perigo eminente; dos que estão preocupados em garantir o pão de cada dia; dos que estão preocupados apenas com o próprio umbigo, ainda que a sua barriga por trás dele esteja farta; e finalmente dos "birrentos" que simplesmente não querem colaborar.
É lamentável que a verdadeira EDUCAÇÃO não alcance tantas pessoas. lamentável que não consigamos alcançar o número quântico falado pelo Leonardo Boff, morfogenético, que garantiria o padrão generalizado do cuidado ecológico por todos os seres humanos. Mas mantenho minha esperança. E mantenho meus esforços. Faço minha parte e convido a todos para participarem desta construção de nova cultura ecológica de cuidar da preservação do planeta. Como bônus, ganhamos um padrão de consciência em evolução, registrando novas aprendizagens e compartilhando algumas flores. Ecologia é consciencial. Cuidando do planeta,cuidamos de nós mesmos. Por isso, retomo a colocação de Tautz, citando o filósofo italiano Antonio Gramsci: podemos ser pessimistas na avaliação, mas precisamos ser otimistas na ação. Vamos em frente!
Olimpíadas no Brasil: custo/benefício = ?
Recebi um e-mail que dizia que o Brasil vai ter mais ônus que bônus com a realização das olimpíadas 2016. Não estudei com cautela a questão e quis compartilhar a reflexão. Parece-me que a despesa vai ser mais alta que a receita.
E um pensamento que me ocorre é que se investíssemos tantos bilhões de Reais que vão para estes jogos, em educação, todos os demais problemas - saúde, desemprego, segurança, etc, seriam minimizados.
No mais, permaneceremos no país da ilusão da TV... Miniminorias verão as olimpíadas de perto ou participarão da sua construção. Quanto o Rio vai melhorar? Esta melhora vai ser proporcional ao investimento?