segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Avatar – reflexões pessoais.

Mesmo sem a emoção com a qual saí cinema, pois já faz mais de uma semana, não poderia deixar de fazer meu registro sobre o filme Avatar, para incentivar as pessoas a assistirem. A estória central é de homens que invadem Pandora, satélite do planeta Polifemo, para a extração de um minério bilionário, que se encontra sob o solo onde vive o povo Na´vi. Uma sinopse excelente pode ser lida no site http://teianeuronial.com/avatar-resenha-parte-1/. Outra reflexão muito boa é o artigo Uma visão conscienciológica do filme Avatar de James Cameron, de Thiago Leite http://intercampi.org/2010/02/11/artigo-uma-visao-conscienciologica-do-filme-avatar-de-james-cameron/.

Apesar da presença da “hiperprodução hollywoodiana”, e dos clichês rebatidos, o filme impressiona pelo show de cores e efeitos especiais, uso de tecnologia e dos belos estereótipos azuis dos personagens de Pandora. Imagens a parte, o roteiro tem rico conteúdo, retomando o valor da natureza, do respeito à vida, e do amor incondicional, figurado no romance terno e universalista que se desenvolve paralelo. É uma demonstração do que poderíamos ser se pudéssemos galgar alguns degraus evolutivos.

Do ponto de vista consciencial, espiritualista, é prazeroso, através do mágico filme, ver materializado de forma rica e bela, como podem ser outros planetas, e uma outra cultura, muito mais evoluída que a nossa, apesar da inexistência de qualquer tecnologia. Enquanto homens que desta vez são os alienígenas - sem escrúpulos, fazem demonstração de estúpida ganância destruidora, a representante humana da ciência reconhece e demonstra, qual é a maior riqueza de Pandora – que é biológica e bionergética (e que seria muito mais importante para a humanidade adquirir, inclusive economicamente, do que o minério tão valioso que requer a destruição).

Chorei muito durante o filme, pela dor de termos uma realidade tão diversa em nosso planeta, porque o filme escancara o quanto a humanidade ainda precisa evoluir – e o quanto nosso nível tão primitivo imprime demasiada dor a milhões de outros seres – humanos e também a outras formas de vida. Naqueles momentos de filme, inundou-me a dor por tantos povos dizimados, e de forma tão cruel. As Guerras por poder e território e até as por motivos “religiosos”. Os povos indígenas massacrados, adultos e crianças, em suas terras devastadas. Crimes hediondos. Humanidade paradoxalmente desumana. Chorei pelo que deixamos de vivenciar de amor, de cosmoética, fraternismo e de universalismo, e também por vislumbrar a possibilidade de amor tão puro, que se dá entre Homem e Na´vi, e que resumem seu amor em uma frase tão simples, mas tão profunda: “eu vejo você” (E que bom que é amar assim!).
Avatar é, sim, um obra prima! Parabéns James Cameron!

Uso de Tecnologia no Ensino

Ultimamente tenho conversado com vários colegas sobre o uso da tecnologia na educação escolar e profissionalizante. Não há dúvidas quanto à importância da adoção de recursos tecnológicos para motivar os alunos, acompanhar os avanços tecnológicos da atualidade, bem como ampliar a aprendizagem dos conteúdos das aulas ministradas. Particularmente para as novas gerações - e também para aqueles que já incorporaram tecnologia em suas vidas, e que experimentam um excesso de estímulos multimídia pela WEB e pela TV, manter esta turma interessada e atenta em uma sala de aula tradicional pode ser uma tarefa quase impossível.

Sem dúvida, a didática, empatia e profissionalismo do professor influenciam na atenção e interesse dos alunos. Mas mesmo quando há a competência necessária ao ensino, e mais ainda quando esta competência é “insuficiente”, sempre é possível implementar a qualidade do ensino. E aí entram as inúmeras propostas, que vêm sendo apresentadas por professores iniciantes como eu, e nas discussões mais profundas de grandes nomes como José Manuel Moran e Marcos Silva. Ferramentas para o uso de imagens, cores, som, música, vídeos, e uma infinidade de conteúdos audiovisuais, além de recursos para aumentar a interatividade entre professores e alunos (Fóruns de discussão, Listas, Blogs, chats, Redes Sociais, etc), são exemplos do que pode ser utilizado em “metodologias tecnológicas” de ensino.

Mas é preciso estar atento à reflexão controversa que coloco aqui, que é a forma como a tecnologia deva ser inserida na Educação, pois também vem sendo discutido o contraponto dos impactos negativos da tecnologia na vida das pessoas, principalmente nos jovens e adolescentes. Estes impactos são bem discutidos no artigo de Luciano Valleda “Filhos da revolução digital” (http://revistaensinosuperior.uol.com.br/textos.asp?codigo=12518) , que relata como a virtualidade distorce valores, identidade e realidades, além de prejudicar os relacionamentos humanos. O uso de notebooks individuais na sala de aula, por exemplo. Será que já não é suficiente o tempo que os alunos se defrontam com a tela da WEB em suas casas e em Lan Houses? Temos que aproveitar o espaço da sala de aula, para o exercício da convivência com os colegas e professores, para trocas dialogadas, olho no olho, exercitando a integração comunial propagada por Parker Palmer e a pedagogia da libertação proposta por Paulo Freire. Há outras formas de inserir a tecnologia no método de ensino, nas aulas, e em atividades paralelas, principalmente de forma dirigida pelos professores, mesclando e implementando o método de ensino presencial.

Para mim, fica clara a necessidade dos professores incorporarem o uso da tecnologia ao ensino presencial, cuidando porém para manter os laços afetivos e relacionais que freqüentemente, somente na sala de aula, estes alunos poderão vivenciar. Aliás, recursos tecnológicos também podem ser usados para potencializar estes aspectos. Vale à pena pesquisar e conferir, o que já vem sendo proposto.