Este mês ministrei um curso sobre Inteligência Emocional (IE) em escola do Governo, para formação de servidores do Estado. Foi uma experiência gratificante, tanto na elaboração dos conteúdos, quanto no compartilhamento com as pessoas, das nossas diferentes vivências, valores, opiniões.
A inteligência emocional ganhou destaque em meados dos anos 90, devido aos trabalhos de Howard Gardner, que popularizou o conceito de inteligências múltiplas, e, principalmente, Daniel Goleman, que popularizou o conceito de IE. Goleman sistematizou a IE em cinco atributos agrupados em três competências pessoais: autoconhecimento, autocontrole, automotivação; e duas competências sociais: empatia e relacionamento interpessoal. Analisando os conceitos e estudos de caso, fica claro que o principal atributo, essencial inclusive ao desenvolvimento dos demais, é o autoconhecimento. Sem este, também chamado de autoconsciência, não se desenvolve inteligência emocional.
Sumariamente, define-se IE como sendo a capacidade de uma pessoa controlar suas emoções através da razão, o que pode, às vezes, parecer paradoxal, pois IE não é propriamente o uso de emoções de forma inteligente, como alguns costumam entender. Vale a pena refletir sobre o pensamento de Billy Fraham: “As cabeças quentes e os corações frios nunca resolveram qualquer coisa”. Em contraposição ao QI - Quociente de Inteligência, hoje vem se valorizando cada vez mais o QE – Quociente Emocional, principalmente nas empresas, onde se observa que demite-se mais as pessoas por suas incapacidades emocionais do que incapacidades técnicas.
Apesar de ter me interessado muito pelo tema e continuar aprofundando os estudos, não pude deixar de fazer um paralelo com a Inteligência Evolutiva discutida na Conscienciologia. A inteligência emocional, na verdade, é um dos componentes da Inteligência Evolutiva, que é mais abrangente, por considerar as bases do paradigma consciencial. Enquanto a abordagem dos cientistas da IE restringe-se às condições da vida intrafísica, a Inteligência Evolutiva considera que somos consciências (ego, self, alma) em constante evolução através de várias vidas (multisserialidade), relacionando-nos com diferentes dimensões (multidimensionalidade), através de diferentes veículos de manifestação, não apenas do corpo físico (soma), mas também do corpo energético (energossoma), emocional (psicossoma) e mental (mentalsoma). Outro ponto fundamental é a percepção de nossas bioenergias e a importância de trabalharmos para mantê-las em equilíbrio.
Dentro dos princípios conscienciológicos, a Inteligência Evolutiva se desenvolve a partir do redirecionamento íntimo com o objetivo de se priorizar a autoevolução consciencial, , pautada nos princípios do universalismo e da maxifraternidade, e fundamentada na vivência da cosmoética – ética cósmica, multidimensional. De acordo com os princípios da Conscienciologia, entende-se que cada vida intrafísica tem um propósito mais ou menos avançado, conforme as capacidades e o nível evolutivo de cada pessoa. Esse propósito representa o que se denomina programação existencial (proéxis) e consiste no planejamento da vida intrafísica, antes da consciência ressomar – isto é, nascer em uma nova vida intrafísica. A autopesquisa constitui empreendimento elementar do paradigma consciencial para evoluirmos. Parte da identificação de nossos traços-força (trafores) e traços-fardos (trafares), ou seja, de conhecermos a nós mesmos.
As pessoas ou consciências que utilizam a inteligência evolutiva têm como princípio a interasssitencialidade, ou seja, a assistência, pela qual se entende que todos devem buscar fazer assistência a outras consciências, e que, neste processo, a consciência também assiste a si mesma. Neste ponto, os atributos sociais da IE (empatia e relacionamento interpessoal) se ampliam quando a pessoa faz uso do parapsiquismo, que permite a percepção de aspectos multidimensionais envolvidos numa determinada situação – energias, consciências extrafísicas atuando, informações de outras dimensões. O parapsiquismo, portanto, possibilita uma compreensão mais abrangente da situação e, consequentemente, uma maior empatia com outras consciências, uma vez que obtemos mais informações.
Voltando ao curso que ministrei, tal como ocorre nos cursos de Conscienciologia e Projeciologia, o desenvolvimento destas ideias permitiu-nos perceber como as pessoas valorizam o investimento no autoconhecimento na medida em que compreendem o valor da autoevolução. Essa valorização, provavelmente, está relacionada ao fato de que em algum lugar de sua memória evolutiva, sendo consciência milenar em evolução, cada um sabe que precisa evoluir. Contudo, ao mesmo tempo, e paradoxalmente, há indícios de que muitas pessoas costumam fugir desta empreitada devido aos esforços pessoais exigidos. Não querem abrir mão de determinadas condições de vida, “ganhos secundários”, vivências de instintos primários. Entram em ação os mecanismos de defesa do ego, os trafares, as autossabotagens e autocorrupções.
Diante do exposto, observa-se que o desenvolvimento da Inteligência Evolutiva pode garantir o avanço das conquistas autoevolutivas e das autossuperações, rumo à autorrealização pessoal tão almejada. Fica a dica de investimento nesta inteligência prioritária, que pode ser desenvolvida.
Um comentário:
Gostei do seu blog!
Excelente post!
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