Não é um drama hollywoodiano, nem realityshow, aproxima-se de um documentário...
Claro que é um documentário. Imperdível, gente! O filme narra a empreitada de um ano, do artista Vik Muniz, em fazer arte com o lixo reciclável, no maior lixão do mundo, o Jardim Gramacho no Rio de Janeiro.
Mais que aprendizagens sobre reciclagem, ecologia, sobre a realidade dos catadores, as condições desumanas que circundam este aspecto social, o filme fala de vida!
São muitas as reflexões, mas destaco apenas algumas. Primeiramente, pude ver como pessoas sem instrução escolar nenhuma podem ser repletas de sabedoria, articuladas, além de caráter admirável. É o que se vê na Magna, uma bela mulher, que vai para o lixão mas não perde a dignidade. Na Suelem, com dois filhos pequenos deixados com a mãe para poder trabalhar no lixão, pois o pai das crianças foi para “boca de fumo”. É cheia de vida, diz que adora crianças, que um dia abriria uma creche. E Isis, linda, sensível, com história de vida trágica. Todas são unânimes em dizer que antes o lixão, que a prostituição. Tem o Tião, presidente da associação, caráter irretocável, inteligente, sensível, tornou-se líder nacional de catadores.
Finalmente, como a arte pode ser usada para o bem, sem desperdiçar energia para o emocionalismo dos artistas que extravasam-se em exageros de toda ordem, muitas vezes criando coisas esdrúxulas e sem sentido. Vik elaborou fotografias fantásticas com fotos tiradas dos próprios catadores personagens do filme, a partir da construção de imagens gigantes criadas no chão de um galpão, onde os recicláveis foram usados para compor os efeitos de luz e sombra para formar uma nova fotografia. Vocês podem colocar no Youtube: Lixo Extraordinário. Vale a pena conferir. Valeu, Felipe, o presente do vídeo!
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