São duas questões polêmicas – uma, a questão da liberdade de
expressão para a arte. Outra, o que deve compor a educação sexual para crianças.
O cuidado com as falácias e argumentações ilógicas da
hermenêutica – Argumentum ad hominem*.
A razão de meu compartilhamento de um vídeo de uma menina contra
certas coisas que estão sendo disponibilizadas em exposições de arte e outros
equívocos na educação sexual de crianças: a defesa dos direitos da Criança e do
Adolescente, cujo Estatuto é nobre, coerente.
E as recentes exposições de “arte” a burla-lo – o homem nu
para crianças tocar (mesmo que a ideia original não tenha sido essa). Ou as
imagens de pedofilia e zoofilia do Queermuseum Santander – isso não é
educacional. Para mim, várias das denominadas artes desta exposição, são crime
hediondo. A criança não vai elaborar entendimento sadio dos atos retratados.
Será que ela vai olhar as imagens e refletir e concluir que sexo entre adulto e
criança, ou adultos e animais, não é sadio? É uma porta pedofilia, e à
perversidade com os animais.
O vídeo da menina defendendo o ECA – não importa quem
produziu o vídeo. Tenho até alguns contrapontos que não gostei da produção do
vídeo, mas a argumentação, as ideias apresentadas, não devem ser sobrepujadas
pela autoria dos conteúdos, ou se vão usar este vídeo para manipulações
espúrias... seria o mesmo, tirando as proporções, que tentar bloquear os
achados do Einstein, porque foram usados para a Bomba Atômica. Minha ideia não
foi focar o debate político, e, pior ainda, retornar às polarizações.
“Não há de ser na exaltação do mal que o bem encontrará base
para se estabelecer”. Por isso acho muito ruim falar de coisas horripilantes da
sociedade. Mas às vezes, temos que nos posicionar, na intenção de provocar
reflexões evolutivas, e tentar diminuir o ritmo acelerado das atrocidades
perversas que vêm crescendo na sociedade brasileira.
“Liberdade de expressão não significa permissão para
qualquer coisa”, e não há de ser em nome de possível retrocesso à
opressão/repressão, que devemos aceitar que a arte manifeste perversidades. Não
é “discurso moralista”. Vejo o sexo como fonte de infinitas possibilidades de
prazer, e, principalmente, expressão de amor. E não de expressões hediondas.
Algumas das imagens liberadas para se expressarem nestas
“exposições de arte” expressam coisas consideradas crimes. Devem ser
permitidas? A arte poderia ter liberdade de expressões de cenas, hoje, que
humilhassem negros? Não. Seria crime. Porque então liberar expressão de cenas
que são crimes contra os animais e contra as crianças? O que a sociedade ganha de
bom com isso? Para mim, só ganha perda
de valores dignos, para a apologia à torpezas hediondas das cenas de imolação
de animais e pedofilia.
“Liberalistas”
falam em “intolerância”. Deve haver algum tipo de tolerância ao hediondo, à
pedofilia ou zoofilia? Argumentam que censurar seria o início de uma série de
outras proibições, que levariam à opressão, repressão, “tempo da ditadura”. O
que sustenta este argumento? Isto é uma suposição. Poderia ser instituída Lei
somente com proibição de manifestações artísticas relacionadas à pedofilia e
zoofilia. Ponto. Muito ruim quando surgem com argumentos de hipóteses trazidas
como certeza absoluta.
Em resumo, ainda penso que "liberdade de
expressão" tem que ter limites. Ainda que seja uma "censura",
repito sem arrependimento. O mal gosto, o desrespeitoso, o agressivo, o
violento, a perversidade, a falta de ética, o imoral, entre outros adjetivos
para mim, só devem ter liberdade de se manifestar no local privado de seus
defensores. Jamais em praça pública, e nem em exposição pública, onde até
crianças , e desavisados, podem vir a ser obrigados a contemplar. Pior, é
chamar tantas excrecências, de ARTE....
Fica minha opinião - polêmica para alguns, clara para mim -
mas sem ser "dona da verdade", apenas enquanto eu não escute
argumentos melhores. Especificamente sobre arte, em um outro extremo, vale
assistir este vídeo: “ Quando a beleza deixou de ser apreciada? A arte moderna
matou o belo?” https://www.facebook.com/zoemartinezoficial/videos/523678987974601/
Eis então uma terceira polêmica: as polarizações. Extremos
são posicionamentos perigosos. É triste quando defendemos um ponto de vista e o
outro responde com o extremo oposto, ou outro enfoque, com casuísticas
específicas e pontuais, ou superficialidade, às vezes sem mencionar a ideia que
você quer falar.
Transcrevo abaixo as falácias a atentarmos, e evirarmos,
neste debate, e em todos os debates de ideias:
Argumentum ad hominem. O
ataque pessoal, direto, formulado contra característica da pessoa defensora de
determinada tese, desqualificando-a e reduzindo a credibilidade do
argumentador. Trata-se de ataque a características pessoais, irrelevantes para
a veracidade da tese apresentada pelo oponente.
Síndrome booleana. Trata-se de representar o continuum apenas pelas
extremidades. Consiste em dividir a série inteira de opções em 2 extremos, e depois
insistir na escolha a ser feita entre 1 ou outro extremo, sem levar em conta as
demais alternativas.
Superficialidade espúria. Ocorre quando o adversário desvia-se do assunto em debate
utilizando-se de irrelevâncias, recusando a lógica e as provas do contraditor.
Não podendo lançar mão do conjunto do problema, concentra-se sobre pequena parte
orientando a refutação sobre fragmento minúsculo, apenas o perceptível a ele.
Falácia da “Casuística”: O rechaçamento de determinada
generalização alegando exceções, muitas vezes, irrelevantes.