Quando vi um pronunciamento da jovem Greta pela primeira vez, algo me
desagradou. Tive o sentimento de que algo não colava. Li um comentário em que o
autor a desqualificava em críticas devastadoras, e o contraponto de uma colega
que colocava as críticas em irrelevância, face à realidade dramática em que
nosso Planeta se encontra, onde reconheço que qualquer excesso nos alertas e reclamações
é pouco diante do quanto destruímos e
prejudicamos nossos ambientes, fauna e flora. E a verdade, é que a preocupação
é mínima, irrisória, por parte de governos, corporações e da própria população
em geral.
Mas porque a Greta tem incomodado e sido criticada? Por que há uma
polarização? Por parte de brasileiros que a criticam, vejo que primeiro, há a
problemática da polarização política, que não pretendo expandir aqui. E há a
falta de desconhecimento sobre a Greta, que também não vou expandir aqui, e
sobre a real condição ecológica do Planeta. Não faltam informações lícitas na
internet.
Só cabe a mim refletir o que me incomodou. E alerto que este incômodo
não diminui em nada o valor da dedicação desta adolescente à causa ambiental. E
nem diminui a importância que precisa ser dada à problemática da
sustentabilidade do Planeta. Percebo dois pontos nos discursos que vi: um, algumas
falas que não tem sentido, mero chavão de impacto. Outro ponto, mais relevante,
um pensamento que ouvi a vários anos, com o qual me identifiquei: “Não há de
ser na exaltação do mal que o bem encontrará base para se estabelecer”.
Considero a “forma” muito importante. O valor do conceito de confor da Conscienciologia: conteúdo e
forma são fundamentais na apresentação das ideias. Claro que o o conteúdo é
mais relevante. Mas uma forma ruim pode bloquear o entendimento do seu valor.
O confor menos agressivo,
ainda que às vezes eu seja estriônica, é o meu modus operandi predominante. Por outro lado, reconheço que muitas
pessoas só conseguem ser sensibilizadas por uma forma mais forte, emocional, de
receber a informação. Uma vez ouvi o Leonardo Boff dizer numa palestra “o ser
humano precisa viver angustiado”, como sendo a maneira de se garantir o
movimento em prol de uma causa. De fato, é a maneira como muitas pessoas
funcionam. Enquanto outras podem ficar paralisadas pela sua angústia e não
partir para as ações necessárias.
Então aceito as diferentes modalidades de expressão. Entendo a
necessidade de múltiplas formas de apresentação das ideias, ainda que não me
agradem, mantendo acima de tudo a lucidez, e principalmente, o foco nas ideias,
e não nas pessoas. Precisamos evitar o argumentum
ad hominen, onde o que argumentador ao invés de focar as ideias,
desqualifica a pessoa que a defende, para invalidar sua opinião, caindo em
argumentação ilógica, como fazem com a Greta. Então, apesar de não me agradar a
forma da Greta apresentar a problemática ambiental, nas vezes que me incomodou,
a apoio, por saber que na forma dela, muita gente pode ser sensibilizada. Hoje
a vi pela primeira vez, numa forma mais suave, gostei, por isso vou
compartilhar aqui: http://encurtador.com.br/iEGQS.
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