Recebi um artigo enviado por uma amiga para opinar. Pensei
muito se ia disponibilizar conteúdos tão nocivos, mas em nome da transparência,
segue link: https://ivannlago.blogspot.com/2020/02/o-jair-que-ha-em-nos.html
Contraponto: “Não será à custa de demonstrar o mal, que o
bem encontrará clima em que possa desenvolver-se." (Micael Pereira)
Os argumentos são uma ofensa ao discernimento elementar. Como
gostar deste texto? Como concordar com tal visão generalizada dos brasileiros?
Nesta proporção de 1/3 da população brasileira é o que o autor afirma? Aliás,
porque chama 1/3 de “média”?
É um texto tendencioso, pessimista, cheio de raiva, parcial
e passional, que defende, sem citar qualquer base científica - nem fatos e nem
pesquisas consistentes, que 1/3 dos brasileiros – o “brasileiro médio” – são
machistas, racistas, homofóbicos, violentos, autoritários e toda a escória “que
votou e defende o Bolsonaro”. Claramente tendencioso politicamente.
Lamentável.
Antes de tudo: são sim lamentáveis as incontáveis más
posturas e decisões do presidente do país.
Agora, independente da minha opinião negativa com relação ao
presidente, seguem contrapontos sobre o artigo de Fulano de Tal – Sociólogo e
Doutor numa Universidade brasileira:
Achei o texto de cunho meramente opinativo, e de cujas
opiniões discordo.
Fato: o autor defende, sem citar qualquer base científica -
nem fatos e nem pesquisas consistentes, que 1/3 dos brasileiros – o “brasileiro
médio” – é “machista, racista, homofóbico, violento, autoritário, cínico,
desonesto, entre outros atributos depreciativos de toda a escória brasileira que
votou e defende o Bolsonaro”. E 1/3 não é média – não entendi a distorção/ampliação
do conceito de média, enaltecendo a teoria proposta.
Generaliza o que possa ser verdade para uma microminoria de
indivíduos radicais, e inclusive induzindo a crer que este indivíduo
necessariamente possui simultaneamente vários dos terríveis atributos citados
(machismo, racismo, homofobia, etc). O texto transpira raiva e pessimismo – nas
palavras e nas generalizações. Tem inclusive um infantilismo em omissão: como
se não existissem machistas, racistas, etc, entre todos os anti-bolosonaristas.
Como se tais características fossem necessariamente acopladas. Por ter votado
em Bolsonaro, a pessoa tem, necessariamente, estas características nocivas.
Para mim, o autor é um retrato de um extremista do outro
lado – anti-Bolsonaro, repetindo os mesmos argumentos que vem sendo ditos na
polarização que estamos vivenciando, com preconceitos, “ódio”, radicalismos.
Portanto, uma opinião polarizada, parcial e negativamente passional - agressiva.
Triste. Sugiro não compartilhar este tipo de texto, que sim,
“dissemina ódio”, algo que está no discurso da polarização de esquerda,
incoerentemente. Penso que não é atacando e denegrindo pessoas, de maneira
generalista, que se difunde um bom argumento.
Tenho evitado os argumentos polarizados dos dois lados. Não
preciso de um partido ou de um “líder” para dar validade aos meus valores –
marcadamente os de Educação com qualidade para todos, honestidade, dignidade e
justiça social, e garantia dos direitos humanos.
Há muito tempo, não vejo real preocupação com o povo por
parte dos governantes. É raridade entre os representantes do povo no Brasil. E às
vezes, quando parece que ela existe, esconde um interesse por trás. Portanto,
para mim, no momento, não tem sentido discutir quem é “menos ruim”, como se
existisse alguém minimamente aceitável entre os políticos que estão em destaque.
Perda de tempo. Enquanto lá no planalto, eles se abraçam e se apoiam,
comemorando que têm cada qual seus defensores – os pobres brasileiros que vão
pra briga por eles L
Sou pragmática. Não gosto de apresentar opiniões pra ter
razão. Não vejo sentido em ficar compartilhando opiniões entre amigos, colegas,
e familiares se não for pra discutir uma solução, apenas reclamar. Só acirra
indignações improdutivas. Sou “mulher de ação”. Ação para o que estiver ao meu
alcance. Se tiver passeata para Impeachment de Bolsonaro estarei lá e
pacificamente. Para mim, ele já perdeu a oportunidade de caminhar corretamente.
Já deu motivos para uma renúncia – coisa que por aqui raríssima vez acontece.
Não largam o osso. Quem quer perder as mamatas? Sigo no voluntariado, que
pratico há 36 anos, exemplo a ser seguido.
Outra coisa que não faço mais é agir pela violência, pela vociferação,
pela postura indecorosa ou agressiva. Hoje sou totalmente contra o uso da
força, contra qualquer forma de ação pela violência, física ou verbal, como
faziam os revolucionários, apesar de várias licitudes de suas causas. E nem vou
ficar aos gritos, aos pulos, ou atitudes pra “chocar”, como já vi em alguns
movimentos, cujas causas até eram válidas – mas a forma estraga o argumento.
Vale também para posts ofensivos de Whatsapp. E textos ofensivos como este
também rejeito. Só li porque uma amiga querida me pediu opinião. Meu movimento
político público se limita aos textos reflexivos que venho esporadicamente
publicando. Nos bastidores, estudos, debates e trocas de ideias com colegas
apartidários (Parapoliticologia), autopesquisa para reciclagens
intraconscienciais, tenepes.
Enfim, pra não mais me estender, e acreditando que a palavra
escrita é mais adequada, e fica registrada, vou ficando por aqui, na esperança
de conseguir uma desvinculação sadia deste universo político-partidário. Um
movimento que iniciei há alguns anos, e que culminou com a publicação de dois artigos
que escrevi:
https://claressencia.blogspot.com/search?q=ideologia
http://claressencia.blogspot.com/2018/10/maxidissencia.html
Em mais uma tentativa de me expressar, diria a minha amiga
que já me pôs um rótulo, que entre as teorias, o mais próximo a mim seria
centro-esquerda, mas há aversões já formatadas. O engraçado é que há amigos de
direita que me chamam de comunista e outros de esquerda que me chamam de “coxinha”
– extremos incompatíveis com meus valores reais.
Infelizmente, sinto que mitos desenvolvem a postura dentro
daquele dito – “se não está comigo, está contra mim”. Uma pena.
Finalmente, o ponto de visão da minha amiga de esquerda (e
de vários outros esquerdistas que escuto): o de quem é de Direita,
automaticamente tem aversão a pobres! Onde aprenderam isso? Congelados na Revolução
Francesa – Jacobinos e Gerondinos? A preocupação com minorias, dignidade e
justiça social não é privilégio de esquerdistas! Precisam rever as premissas
que me afirmam. Anexo artigo simples, didático, destinado aos meus filhos para
maior esclarecimento e desconstrução de rótulos fechados. Política é algo
complexo. Não se pode colocar as pessoas nestes rótulos, a não ser os
verdadeiramente extremistas – e ainda assim, cada um com suas peculiaridades.
Cada indivíduo é único!
Agradeço a minha amiga a oportunidade de reflexão, expressão
e troca de opiniões. Um privilégio para mim. Vai pro meu blog pra ser
compartilhado, dando a cara a tapa.
Aos que estudam a Seriexologia, posso compartilhar a
hipótese de compensação para minha postura contra ideologias políticas,
principalmente a de esquerda (passadão), que sempre foi a dos mais reacionários.
Hoje se nota como os de Direita em geral são mais quietos (exceto os
extremistas), até pra fazerem jus à coerência cristã, de grande parte deles,
quando é o caso.
A hipótese é que estive à frente de movimentos
revolucionários, cujas consequências e experimentações foram desastrosas. Tenho
culpa no cartório. Por isso hoje, tento desdizer o que esbravejei. O fato é que
hoje me empenho para realizar uma Desvinculação cosmoética de antigos ideais e
companheiros.
Pontos para
autopesquisa:
·
Como fazer a Desvinculação cosmoética?
·
Como ser assistencial para os antigos
companheiros?
·
Ponto: se ainda me incomodo, é porque não
superei. A pessoa entende que estou contra ela se eu discordo. A distorção da discordância
é estar contra ela.
Fundamental: Valores e não
ideologias partidárias! Valores de vida decente a todos – Educação, Segurança, Saúde
não precisam de ideologia partidária.
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