O
autodesenvolvimento é uma meta que deveria interessar a todas as
pessoas, como meio de atingir a autorrealização e o bem-estar
pessoais. Tenho escrito artigos e reflexões sobre diferentes formas
de operacionalizar o desenvolvimento pessoal, tanto na perspectiva
profissional, como na vida pessoal, e, sobretudo, na perspectiva da
evolução da consciência, proposta pela Conscienciologia. Para a
ciência da consciência (pessoa, self, ego, alma), o desenvolvimento
pessoal é muito mais complexo e abrangente, posto que considera a
consciência de maneira integral, multidimensional, evoluindo através
de várias vidas.
Contudo, há muito tempo venho me questionando
sobre a “desistência”, a falta de persistência das pessoas em
seu processo evolutivo, mesmo quando percebem que depende somente de
cada um, de suas escolhas e ações, alcançar seus objetivos –
sejam eles materiais ou conscienciais. Há alguns anos, em
diferentes cursos que participo, como aluna e como docente, observo a
dificuldade das pessoas em manterem os investimentos na evolução
pessoal. Apesar de todo o entusiasmo dos alunos ao término dos
cursos, entendendo as vantagens e possibilidades de desenvolverem
talentos e maior qualidade de vida, poucos dão continuidade às
práticas, leituras e investimentos pessoais em seu desenvolvimento.
As
causas deste descaso consigo mesmo - falta de
disciplina, acomodação, vontade débil, pusilanimidade, ganhos
secundários, falta de instrumentação técnica ou outra razão,
podem ser as mais diversas, mas todas com significado de
autossabotagem. A fobia à mudança, ainda que seja para melhor, pode
decorrer do medo do novo (neofobia), ou de perdas que podem ocorrer
com as mudanças, os chamados “ganhos secundários”, que são
condições que as pessoas não querem perder, no caso de mudar. Por
exemplo, o fumante, que mesmo sabendo do mal que faz à saúde, não
quer perder o sentimento de segurança, ou o emagrecimento, que o
cigarro o traz. Traços pessoais negativos também podem comprometer
os investimentos pessoais no autodesenvolvimento, como a preguiça,
dificuldades de aprendizagem, baixa autoestima, baixa lucidez,
carências afetivas e sexuais, falta de cosmoética (ética mais
ampla, cósmica) consigo e com os outros, entre outras possíveis
causas.
Daí
a importância de cada um investir no seu autoconhecimento, focando a
superação de traços que mantém comportamentos ultrapassados e
enrijecedores da consciência. Também é necessária coragem para se
ver adentrando no seu universo íntimo, e se enfrentar, para poder
então mudar, evoluir, desenvolver-se de maneira plena, promovendo as
mudanças necessárias para o alcance das metas pessoais – sejam
estas materiais ou conscienciais.
Penso
que a falta de conhecimento e uso de recursos técnicos, ferramentas,
metodologias para o autodesenvolvimento possa ser um dos obstáculos
para que as pessoas vençam a dificuldade de manterem os
investimentos em seu autodesenvolvimento. Quando eu sofria muito mais
que hoje, com meu processo de ansiedade, não fazia a menor ideia do
que eu poderia fazer para superar aquele sentimento de angústia, que
comprometia minha serenidade, e que me levava a mil escolhas
aleatórias, e acabavam me prejudicando ainda mais. Investi dois anos
em entender as razões deste meu traço e em desenvolver técnicas,
ferramentas, rotinas que me ajudaram nas autossuperações
alcançadas.
Estas
reflexões são para incentivar o leitor a manter a motivação
pessoal em seu autodesenvolvimento e a investir em encontrar suas
próprias técnicas, rotinas e recursos, otimizando a evolução
pessoal. Penso que há duas excelentes razões para isso: a primeira
e mais importante, a evolução da consciência, com o
desenvolvimento da inteligência evolutiva, aumentando a serenidade
íntima e a qualidade nos relacionamentos consigo e com outras
pessoas. A segunda razão, a facilitação para o alcance das metas
da vida intrafísica, relacionadas aos bens materiais, metas
profissionais, entre outras. Dispensável reforçar a soberania da
importância da primeira razão, uma vez que esta vida intrafísica é
temporária.
Neste sentido, poderíamos sintetizar tudo isso
na proposta do termo “Persistência evolutiva”, com a seguinte
definição preliminar: a Persistência
evolutiva consiste
na insistência da pessoa em utilizar diversas técnicas, práticas,
rotinas e recursos informacionais, cujas estratégias colaborem,
estimulem ou até mesmo garantam a manutenção da motivação,
engajamento e disciplina nos investimentos pessoais no progresso,
expansão ou aprimoramento pessoal, integral,
otimizando o aproveitamento da vida
intrafísica, com foco na evolução consciencial.
Sejam
quais forem seus motivos pessoais, só há vantagem em investir no
autodesenvolvimento. Isto é inteligência evolutiva. Finalizo
reforçando quais são os maiores poderes da consciência: a Vontade,
que é o maior deles; a Intenção cosmoética, lembrando que é esta
que dá sentido evolutivo às metas; e, o terceiro poder, o
Autodiscernimento, cuja qualidade viabiliza o bom senso, a
criticidade sadia, a lucidez e as escolhas acertadas. Persista na
evolução consciencial!
Um comentário:
O artigo é muito bom.
Parabéns.
Realmente, o medo da mudança, acaba fazendo com que entremos muitas vezes pelos caminhos 'menos agradáveis para a evolução'.
Melhor seria que cuidássemos de nosso bem-estar mental e físico e que fizéssemos exercícios regulares e nos alimentássemos melhor. Evitaríamos algumas doenças, por exemplo.
Mas o adiamento de cultivar estes hábitos saudáveis, mais cedo ou mais tarde, acaba nos jogando em uma situação adversa. Aí temos que reagir e gastamos muito mais energia para reverter um quadro do que seria necessário em relação a mudarmos nossas atitudes.
A vida sempre nos força a aprender: Muito melhor é nos anteciparmos aos acontecimentos e evitarmos, dentro do possível, passar por adversidades.
Jardenes.
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