O filme Jornada da Alma é uma bela
produção e nos toca por diferentes perspectivas. Conta a história de Sabina Spielrein, uma paciente russa com histeria
trazida para tratamento à Zurique em 1904, pelo Dr. Jung, na época ainda
discípulo de Freud. Várias abordagens da Psquiatria e da Psicologia são
apresentadas, enriquecendo o filme com registros históricos e de análises
psicológicas do âmago humano, incluindo como se deu o surgimento do método
junguiano de associação de idéias.
Achei incômoda a redução do grande Jung
a um homem comum, com inúmeras fragilidades e limitações éticas e morais, e o
foco no romance entre ele e Sabina. Apesar dos erros anti-éticos cometidos por
Jung, que se envolve com a paciente, e reincide em atitudes que demonstram a
fragilidade de seu caráter, Sabina não somente alcança a cura, como se torna
uma mulher excepcional. Forma-se em Medicina, dá contribuições à Psicanálise e
funda uma escola infantil diferenciada, chamada Escola Branca, que lida com
crianças de forma mais humana e amorosa.
As posturas de Jung gerou-me
sentimentos contraditórios quanto à importância de sua contribuição à cura de
Sabina, que deu um exemplo de autossuperação sem igual, ao ser abandonada e
traída. Contudo, o apoio e dedicação do médico revelam a importância que alguém
pode ter no processo evolutivo e de superação de outrem, sendo este o paralelo
que podemos traçar entre o filme e os processos de orientação psicoterapêuticas
ou de Coaching.
Segundo
a perspectiva do filme, Jung foi responsável sim, pela cura de Sabina. Mas
a própria força de vontade da mesma foi decisiva para sua superação
e sucesso de vida. Infelizmente, não há um final feliz, pois Sabina e suas
filhas, judias, foram mortas pelos Nazistas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário