sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Resenha - Jornada da Alma – em 27/03/2012


      O filme Jornada da Alma é uma bela produção e nos toca por diferentes perspectivas. Conta a história de Sabina Spielrein, uma paciente russa com histeria trazida para tratamento à Zurique em 1904, pelo Dr. Jung, na época ainda discípulo de Freud. Várias abordagens da Psquiatria e da Psicologia são apresentadas, enriquecendo o filme com registros históricos e de análises psicológicas do âmago humano, incluindo como se deu o surgimento do método junguiano de associação de idéias.
     Achei incômoda a redução do grande Jung a um homem comum, com inúmeras fragilidades e limitações éticas e morais, e o foco no romance entre ele e Sabina. Apesar dos erros anti-éticos cometidos por Jung, que se envolve com a paciente, e reincide em atitudes que demonstram a fragilidade de seu caráter, Sabina não somente alcança a cura, como se torna uma mulher excepcional. Forma-se em Medicina, dá contribuições à Psicanálise e funda uma escola infantil diferenciada, chamada Escola Branca, que lida com crianças de forma mais humana e amorosa.

As posturas de Jung gerou-me sentimentos contraditórios quanto à importância de sua contribuição à cura de Sabina, que deu um exemplo de autossuperação sem igual, ao ser abandonada e traída. Contudo, o apoio e dedicação do médico revelam a importância que alguém pode ter no processo evolutivo e de superação de outrem, sendo este o paralelo que podemos traçar entre o filme e os processos de orientação psicoterapêuticas ou de Coaching.

Segundo a perspectiva do filme, Jung foi responsável sim, pela cura de Sabina. Mas a  própria força de vontade da mesma foi decisiva para sua superação e sucesso de vida. Infelizmente, não há um final feliz, pois Sabina e suas filhas, judias, foram mortas pelos Nazistas.

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