segunda-feira, 15 de junho de 2020

Quando um livro pode atrapalhar mais do que ajudar

Autoajuda Ajuda ou Atrapalha? – Faça Valer a Pena!


“A sutil arte de ligar o fxda-se” tem sutis propostas perigosas... para a pessoa se fxxer.

Perdoem-me os que gostaram do livro. E este artigo não é para criticar o livro em si. Mas o fato de serem livros como estes que levantam as chuvas de críticas e condenações às propostas de auto-ajuda, e pior, se juntam às fileiras dos auto-atrapalham.  Estigmatizam os bons conteúdos para o desenvolvimento pessoal das pessoas. O perigo se acentua quando o autor mistura argumentos válidos com as falácias trazidas. A leitura deve ser sempre crítica, alerta. Que o discernimento se imponha! O que é mais difícil para uma pessoa que em crise, busca ajuda em um livro.

Chama a atenção como a comunicabilidade manipuladora pode vender mais do que eloquência, fatos, profissionalismo, embasamento científico e qualidade de conteúdo. O apelo emocional frequentemente se impõe e vende!

Claro que de tudo se extrai coisas boas, e é verdade que alguns trechos são interessantes. É aí que mora o perigo. Argumentos coerentes validando a competência do autor para outros totalmente irracionais e até prejudiciais. Já no primeiro capítulo encontrei afirmativas tão “desvirtuosas” que não consegui avançar a leitura além da página 38. Espero que a partir daí não tenha mais absurdos. Pergunto-me se as promessas fantásticas feitas a quem lê serão cumpridas.

Alguns trechos e ponderações - Dicas ótimas para uma vida de fracassos:

1) “Já percebeu que, às vezes, quando você se importa menos com alguma coisa, acaba se saindo melhor? Já notou que geralmente é a pessoa menos empenhada que acaba se dando bem?”(p. 18)
De onde o autor tirou isso? De que exemplos raros? Ao que esta opinião induz? Imaginemos um jovem ou pessoa  mais acomodada ao ler uma afirmação destas? Olha o prejuízo na vida de alguém que acreditar neste postulado! Os fatos demonstram o oposto! Existem milhares de exemplos e estudos que provam: dedicação e empenho é o que gera resultados!

2) “Esses momentos em que jogamos tudo para o alto são os mais decisivos na vida. As maiores guinadas na carreira; a decisão espontânea de largar a faculdade e formar uma banda de rock;(p. 20)”
Que insanidade é essa? Por quantas exceções estas afirmativas foram construídas? Em quantos buracos – depressão, doenças, crises, e até suicídios, as pessoas foram parar por decisões instintivas de “chutar o pau da barraca”? Não se pode balizar uma opinião assim por alguns casos raros, circunstanciais! Olha o perigo para aquele jovem que só precisa de uma forcinha pra largar a faculdade “e ir atrás de seu sonho” de maneira inconsequente, sem bases.

3) “Ficamos putos se ninguém no trabalho pergunta como foi o fim de semana justamente quando fizemos programas incríveis”. (p. 21)
O que temos aqui? Você que me lê agora, experimenta isso? Que dependência é essa de lhe perguntarem e você precisar falar como foi seu incrível final de semana? E você só tem programas incríveis nos dois dias do final de semana? O autor vai na contramão das abordagens de vida melhor, onde hoje, as pessoas buscarem fazer com que o seu trabalho seja fonte de prazer, em razão de valores mais nobres, ao invés de focar a diversão. Adulto não é criança.

Afirmações que reúnem padrão de apologia ao prazer, aos impulsos imaturos, reunindo argumentos egocêntricos e infantis. É verdade que tem horas que eu realmente tive vontade de dizer “dane-se”, e “chutar o pau da barraca”. Felizmente o racional falou mais alto. E com inteligência emocional, ajuda de profissionais e amigos, e livros realmente bons, fui capaz de encontrar as soluções e as bonanças após verdadeiras tempestades.

Nunca foi “ligando o fxda-se” que me dei bem. Aliás, esta é uma expressão que usamos e revela bem sua ardilosidade, indiferença em relação aos outros, para aquele que liga o alerta do carro em situações absurdas, ilegais. Uma vez uma senhora parou o carro literalmente no meio da rua estreita, impedindo o fluxo dos carros, para buscar o filho na escola, 30m à frente. Esperei longamente, com uma fila de carros atrás de mim, buzinando.

Biografia do autor na orelha – quem é esse cara? Um bonitinho legal que mora nos Estados Unidos e tem um blog de sucesso. Escreve bem. Oi? Estudou o que? Trabalhou em quê? Vivenciou o quê? Criador da “filosofia do fxdx-se”. Por estas e outras os livros de autoajuda são tão criticados. Já foi publicado um livro bem crítico sobre os mesmos. Vale ler o artigo sobre o livro “O seu último livro de auto-ajuda”: https://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/849087-autoajuda-deturpa-psicologia-difunde-chavoes-e-prejudica-adeptos-diz-autor.shtml.

Cabe destacar aqui uma diferença importante, de tema muito abordado na Psicologia, que é a necessidade de aceitação – de maneira muito consciente, trabalhada, discernida, equilibrada, racional. Não pode ser confundida com a proposta do título do livro. Tal como tem livros de autoajuda que levam a pessoa a reprimir as emoções para um suposto autocontrole. Um excelente livro para aprender quando e como aceitar é o Liberte-se de Kurt Harris. Leitura de qualidade garantida e excelentes lições para uma vida melhor.

Sempre bom priorizar leituras de qualidade, que ajudem e não atrapalhem a vida. Chequem indicações, críticas, e se puder, resultados na vida de alguém que mudou pra melhor graças a leitura.

terça-feira, 2 de junho de 2020

Reflexões das respostas da natureza à Pandemia 2020


Com humanos confinados, natureza se expande - ISTOÉ DINHEIROMais de 2 meses em quarentena. Muitas aprendizagens, aproveitando este momento como oportunidade de ampliação do autodiscernmento e desenvolvimento pessoal, marcadamente com relação ao autoconhecimento, reciclagens pessoais e interassistência em ações de voluntariado. Além do trabalho formal em home office, tenho investido em cursos evolutivos, como aluna, e  produzido Lives, vídeos educativos, artigos e outras produções técnicas.


Mas este artigo é para compartilhar tema que me chamou a atenção e despertou a vê-lo como mais um chamado ao que podemos de chamar de Consciência Planetária: os vários exemplos de respostas da natureza à retirada da presença humana dos ambientes.

Penso que estes exemplos evidenciem a pressão nociva que exercemos na natureza, e como vêm dizendo de diferentes maneiras vários defensores do planeta:  o homem é a maior ameaça ao planeta.
Em meio à pandemia, capivaras retomam as margens do Capibaribe ...Mas minha mensagem crucial é a de esperança que mais estes fatos, diante de momento de sofrimento da humanidade faça que todos reflitam sobre suas escolhas e atitudes perante a vida, reconheçam que impactam negativamente, e façam as mudanças necessárias a uma vida próspera a tudo e a todos, em exercício feliz e gratificante de Responsabilidade Planetária. Certamente, quem adotar esta direção será imediatamente recompensando por imenso bem estar e consciência tranquila de estar fazendo a sua parte.

Em breve será lançado o livro Guia da Responsabilidade Planetária da Pré-Instituição Conscienciocêntrica da Responsabilidade Planetária, com várias sugestões de como operacionalizar as ações individuais e grupais. Mas estou segura que qualquer pessoa com mínimo entendimento de que a situação do planeta repercute em si mesma, estará apta a já encontrar mudanças que pode iniciar, já.

Algumas frases de notícias que mais me chamaram a atenção:
  • “A pandemia nos lembra que também somos parte da natureza"
  • "Esta pandemia é uma chamada da natureza"
  • "Pandemia resgatou sensação de comunidade e mudará elo com natureza, diz autor italiano Paolo Giordano"
  • "Animais ressurgem em cidades da Itália e Japão durante quarentena".

 Então vamos a alguns dos registros que levantei, entre inúmeros: as capivaras em Recife; o puma nas ruas de Santiago; as tartarugas no Rio e Janeiro; o bicho-preguiça na calçada de Manaus; águas mais cristalinas em várias partes do mundo; imenso decréscimo nos níveis de poluição da atmosfera por todo o Globo; cantos de pássaros em incremento; recuperação de cardumes; picos do Himalaia voltam a se tornar visíveis, 50 anos, em cidade a mais de 200 km de distância.

Algumas reportagens:



Vista da cidade de Jalandhar da montanha Dhauladhar - Reprodução/Twitter @anshulchopraa Bicho-preguiça é flagrado 'passeando' em ponto turístico de Manaus ...


Mudemos de Paradigma e vamos com Ecoeconomia e Prosperidade




05 de junho é o Dia Internacional do Meio Ambiente. Esta é minha mensagem de celebração deste dia, a este que é Planeta que nos dá vida deveria ser cotidiana. Mas estas datas comemorativas sempre trazem oportunidades de reflexão e expressão de pensamentos, sentimentos e energias! Escolhi o tema trazido por Tim Jackson para este exercício: Prosperidade sem crescimento – vida boa em um planeta finito (2013).

Mas complemento com as propostas de outros dois economistas. Três economistas propondo mudanças de paradigma, e em seus livros, trazendo soluções técnicas, práticas, e efetivas para uma mudança de patamar na Economia, na vida das pessoas e na sustentabilidade do Planeta. 

Precisamos pensar na proposta de quebra de paradigmas trazida por este economista e ecologista. Após mais de 20 anos trabalhando pelo desenvolvimento sustentável deu-se conta de um outro enfoque: se o que queremos do desenvolvimento são condições de prosperidade, é possível obter prosperidade por outros caminhos que não requeiram “crescimento” e consequentes impactos ecológicos.

Inclui repensar nossas escolhas, nossos hábitos, e até valores. Inclui pensar que nossa própria felicidade depende das condições das outras pessoas ao redor do planeta.

Trechos do livro:

“Existe também uma sensação de que cada prosperidade individual é restringida na presença de calamidade social. As coisas indo bem para mim é um pequeno consolo se minha família, meus amigos ou minha comunidade estão todos em apuros. Minha prosperidade e a prosperidade dos outros estão entrelaçadas. Por vezes, inextricavelmente.

A prosperidade fala da eliminação da fome e da falta de moradia, do fim da pobreza e da injustiça, da esperança de um mundo seguro e pacífico. E essa visão é importante não apenas por razões altruístas mas também, e com frequência, para assegurar que nossa própria vida tenha sentido.

Traz com ela uma sensação confortante de que as coisas estão ficando melhores no todo – e não piores – se não para nós, pelo menos para aqueles que vêm depois de nós. Uma sociedade melhor para nossos filhos. Um mundo mais justo. Um lugar em que os desafortunados possam um dia prosperar. Se não posso acreditar nessa perspectiva, então no que vou acreditar? Que sentido pode fazer em minha própria vida?”

Mais recentemente, diante da pandemia do COVID19 vem se falando na proposta da “economia donut”, da inglesa Kate Raworth. Na mesma linha, onde haja atendimento do mínimo necessário a todos - acesso a água potável, alimentação, moradia, saúde, educação, renda, igualdade de gênero, justiça, voz política, e respeito aso limites do planeta.


Finalmente, a totalmente atual proposta da Ecoeconomia, em entrevista ao Ecoeconomista Hugo Penteado, autor do livro “Ecoeconomia – uma nova abordagem”.