quarta-feira, 15 de junho de 2011

Sobre Liderança

Partindo do artigo que escrevi há alguns anos, Desafiando Líderes - complemento-o com o que traz Vergara (2009), em seu recente “Gestão de Pessoas”, que muito me atraiu. Esta autora apresenta as três principais abordagens/teorias da Liderança, como um crescendo evolutivo. A primeira abordagem, a dos traços, foi a que mais se destacou. Por muitos anos, postulou-se que a capacidade de liderança de uma pessoa seria um fenômeno nato. A pessoa já nasce com características de líder. Traços como comunicabilidade, iniciativa, energia, e até aparência física, etc.
Contudo, liderança – difícil de definir mas fácil de reconhecer, como diz Bennis, pode ser resumida como a capacidade de influenciar pessoas. Por esta razão, pessoas que não apresentam tais traços reconhecidamente de líder, podem ter atuação de um verdadeiro líder. Por isso também, pessoas com tais traços, não são líderes. Entende-se portanto a grande diversidade de perfis de líderes, Hitler/Gandi, Madre Teresa/Luther King...
Diante desta realidade, a autora traz a abordagem comportamental, onde o líder se manifesta através de determinados comportamentos – logo, a capacidade de liderança pode ser desenvolvida. Na teoria comportamental, o líder pode ser classificado em autocrático, democrático ou “deixa livre”. O democrático seria o ideal. Contudo, a verdade é que em determinadas situações, é necessário ser autocrático. Daria para em uma condição de guerra, um general chamar seus soldados para juntos decidirem o que fazer? Em outros casos, liberdade pode ser favorável à inovação e autogerenciamento das equipes. Por fim, seguindo o exemplo do jovem líder de uma turma, com grande poder de influencia-la, que não convenceu os colegas de virem para uma aula numa sexta imprensada por um feriado na quinta-feira, entende-se que liderança também depende da situação. Esta é abordagem da teoria situacional, e mais aceita hoje. Onde a liderança é definida por tre componentes: o líder, os liderados, e a situação.
Finalmente, concordo com a autora quando fala que num mundo onde a informação é o maior dos bens, pouco importam as teorias. O que vale em liderança é conseguir mobilizar as pessoas para uma causa comum, uma causa que motive o engajamento de todos. Claro que há características que facilitam a liderança (como iniciativa, ousadia, ética), mas tal como no processo de motivação, estas características podem ser desenvolvidas, a partir da experiência das pessoas, e principalmente, do autoconhecimento – aliás, uma das principais características de um líder, é conhecer seus pontos fortes e fracos. Além da implicação para a capacidade de liderança, conhecer a si mesmo, e suas necessidades, é a chave para perceber a necessidade do outro, e assim conseguir influenciá-lo, ajudar a motiva-lo – sim, é possível provocar a motivação no outro. Motivação é processo intrínseco, pessoal, mas entendendo a necessidade, é possível incentivarmos a motivação nos liderados.

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