terça-feira, 26 de julho de 2011

Ecologia, Consciencialidade e Ecopedagogia - bases para inserção da consciência ecológica na Educação

Repensar paradigmas é uma necessidade cada vez mais presente na vida das pessoas. A urgência de mudanças para a preservação do planeta é um dos enfoques neste sentido. Em muitos casos, sua destruição já é irreversível. Várias ações – empresariais, governamentais, terceiro setor e individuais têm se destacado, mas ainda é pouco.

A Educação é o principal instrumento para a preservação do planeta. E não falo aqui de Educação Ambiental como disciplina no corpo curricular. Falo da necessidade de esclarecimento e sensibilização de todas as pessoas, de todas as idades, quanto à crise planetária, cujas soluções dependem do engajamento de todos. Somos nós que compramos coisas produzidas ilicitamente, poluindo o planeta, agredindo o ambiente ou empregando mão de obra infantil ou vergonhosamente mal remunerada. Somos nós que consumimos em excesso, que não economizamos água, energia, papel. Somos nós que deixamos de separar o lixo para reciclagem... E somos quase 7 bilhões de pessoas!

Educação é um processo abrangente de desenvolvimento humano – não apenas ensinar conteúdos. Trazendo reflexão de Moran: “Educar é ajudar a integrar todas as dimensões da vida, a encontrar nosso caminho intelectual, emocional, profissional, que nos realize e que contribua para modificar a sociedade que temos... é ajudar as pessoas na construção da sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional – do seu projeto de vida, no desenvolvimento de suas habilidades... para que se tornem cidadãos realizados e produtivos”.

Destaca-se o importante papel do professor – que está evoluindo para ser visto como facilitador de aprendizagem, e cuja atuação se implementa com seu próprio investimento em autoconhecimento. Parker Palmer traz esta reflexão: “Nós ensinamos quem nós somos...Ensinar mantém um espelho para a alma. Se posso me ver e não correr do que vejo, tenho uma chance de me enxergar, me conhecer”....

O ambiente – meio em que vivemos, compõe dimensão física essencial das nossas vidas. Sem uma qualidade mínima do ambiente em que vivemos, não dá pra pensar no restante. Fazendo uma analogia: o que conseguimos fazer quando estamos doentes? Nada. Às vezes mal conseguimos pensar. E o planeta está doente – mais em alguns locais, menos em outros, mas a destruição ambiental é como uma epidemia que a cada dia se expande mais.

Gadotti fala em ecopedagogia, uma proposta anterior de Paulo Freire, com a seguinte reflexão: “Os problemas atuais, inclusive os problemas ecológicos, são provocados pela nossa maneira de viver e a nossa maneira de viver é inculcada pela escola, pelo que ela seleciona ou não seleciona, pelos valores que transmite, pelos currículos, pelos livros didáticos.”

Nós somos ecossistemas básicos. Somos consciências vivas. Somos responsáveis por nós mesmos, pela nossa vida. Somos copassageiros evolutivos neste planeta. Tudo isso reforça a interligação entre ecologia, consciencialidade e o papel da ecopedagia.

Uma vez me disseram algo assim “ se as pessoas não cuidam sequer de si, de seu ambiente interno, como espera que cuidem do seu ambiente externo?”. De fato, é necessário que as pessoas desenvolvam maior lucidez, capacidade crítica e autocrítica. Autoconhecimento é algo essencial para uma vida de autorrealizações em todas as dimensões humanas. Percebendo-se, a pessoa tem condição de perceber que precisa colaborar, com o planeta, e umas com as outras. Estes aspectos podem ser desenvolvidos com a ecopedagogia. Sintetizando, a Ecologia propõe as bases para o desenvolvimento sustentável, a conciencialidade é essencial para o engajamento das pessoas na prática ecológica, na vivência da cosmoética e do universalismo, enquanto a ecopedagogia pode ser um dos meios para desenvolver esta consciencialidade.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Ecologia, Consciencialidade e Ecopedagogia - bases para inserção da consciência ecológica na Educação

Repensar paradigmas é uma necessidade cada vez mais presente na vida das pessoas. A urgência de mudanças para a preservação do planeta é um dos enfoques neste sentido. Em muitos casos, sua destruição já é irreversível. Várias ações – empresariais, governamentais, terceiro setor e individuais têm se destacado, mas ainda é pouco.

A Educação é o principal instrumento para a preservação do planeta. E não falo aqui de Educação ambiental como disciplina no corpo curricular. Falo da necessidade de esclarecimento e sensibilização de todas as pessoas, de todas as idades, quanto à crise planetária, cujas soluções dependem do engajamento de todos. Somos nós que compramos coisas produzidas ilicitamente, poluindo o planeta, agredindo o ambiente ou empregando mão de obra infantil ou vergonhosamente mal remunerada. Somos nós que consumimos em excesso, que não economizamos água, luz, papel. Somos nós que deixamos de separar o lixo para reciclagem... Somos quase 7 bilhões de pessoas!

Educação é um processo abrangente de desenvolvimento humano – não apenas ensinar conteúdos. Trazendo reflexão de Moran: “Educar é ajudar a integrar todas as dimensões da vida, a encontrar nosso caminho intelectual, emocional, profissional, que nos realize e que contribua para modificar a sociedade que temos... é ajudar as pessoas na construção da sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional – do seu projeto de vida, no desenvolvimento de suas habilidades... para que se tornem cidadãos realizados e produtivos”.

Destaca-se o importante papel do professor – que está evoluindo para ser visto como facilitador de aprendizagem, e cuja atuação se implementa com seu próprio investimento em autoconhecimento. Parker Palmer traz esta reflexão: “Nós ensinamos quem nós somos...Ensinar mantém um espelho para a alma. Se posso me ver e não correr do que vejo, tenho uma chance de me enxergar, me conhecer”....

O ambiente – meio em que vivemos, compõe dimensão física essencial das nossas vidas. Sem uma qualidade mínima do ambiente em que vivemos, não dá pra pensar no restante. Fazendo uma analogia: o que conseguimos fazer quando estamos doentes? Nada. Às vezes mal conseguimos pensar. E o planeta está doente – mais em alguns locais, menos em outros, mas a destruição ambiental é como uma epidemia que a cada dia se expande mais.

Gadotti fala em ecopedagogia, uma proposta anterior de Paulo Freire, com a seguinte reflexão: “Os problemas atuais, inclusive os problemas ecológicos, são provocados pela nossa maneira de viver e a nossa maneira de viver é inculcada pela escola, pelo que ela seleciona ou não seleciona, pelos valores que transmite, pelos currículos, pelos livros didáticos.”

Nós somos ecossistemas básicos. Somos consciências vivas. Somos responsáveis por nós mesmos, pela nossa vida. Somos copassageiros evolutivos neste planeta. Tudo isso reforça a interligação entre ecologia, consciencialidade e o papel da ecopedagia.

Uma vez me disseram algo assim “ se as pessoas não cuidam sequer de si, de seu ambiente interno, como espera que cuidem do seu ambiente externo?”. De fato, é necessário que as pessoas desenvolvam maior lucidez, capacidade crítica e autocrítica. Autoconhecimento é algo essencial para uma vida de autorrealizações em todas as dimensões humanas. Percebendo-se, a pessoa tem condição de perceber que precisa colaborar, com o planeta, e umas com as outras. Estes aspectos podem ser desenvolvidos com a ecopedagogia. Sintetizando, a Ecologia propõe as bases para o desenvolvimento sustentável, a conciencialidade é essencial para o engajamento das pessoas na prática ecológica, na vivência da cosmoética e do universalismo, enquanto a ecopedagogia pode ser um dos meios para desenvolver esta consciencialidade.

sábado, 9 de julho de 2011

Por que o indivíduo aprende? Há situações mais ou menos propícias à aprendizagem?

Fonte: reflexão postada no fórum do curso de tutoria.

Não é fácil avaliar os motivos que façam alguém aprender algo. Justamente porque tudo vai depender deste alguém - seu perfil, condições atuais, vivências pessoais; e do algo, o que é, qual a necessidade, quando, por quê.

De forma geral, podemos concluir que o indivíduo aprende o que necessita. Falando do aspecto cognitivo, conhecimentos, o indivíduo só vai aprender se necessitar, e/ou se gostar. Já no aspecto comportamental, muitas vezes necessitamos, de verdade, aprender um novo comportamento, mas não conseguimos. Há traços fardos difíceis de serem superados, e talentos que não são fáceis de serem desenvolvidos. Pior é que às vezes necessitamos mas não queremos! Claro processo de autossabotagem.

Então entram as condições propícias à aprendizagem. Autoconhecimento, disponibilidade de tempo para refletir com profundidade, serenidade diante dos conflitos e dificuldades pessoais, ferramentas e metodologia apropriada à necessidade de aprendizagem, e, acima de tudo, a motivação pessoal - vontade, perseverança, entusiasmo.

Importância do tutor na Educação a Distância

Ironia em pleno mês de férias do ensino da faculdade estar com tantas postagens relacionadas à Educação. A verdade é que no mês sem aulas é que acabo tendo mais tempo para me dedicar à docência. rsrs.

Este artigo foi elaborado durante o recente curso de tutoria, como requisito de postagem reflexiiva em fórum. É bem curto. O tema mereceria várias páginas. Mas deixarei isso para os especialistas. Compartilho apenas algumas abordagens da importância do tutor na EAD.

Mesmo com mais de 3 milhões de alunos de cursos em EAD no Brasil, em 2010, a modalidade ainda não foi totalmente apreendida pela sociedade brasileira. Afinal, não é fácil manter a autodisciplina - traço faltante em geral, em nossas vidas. Temos dificuldade em manter a disciplina com o que nos é mais caro! Se vamos fazer um programa com nosso filho toda semana, se vamos manter uma rotina de exercícios físicos ou fazer um regime, se vamos ler um livro por mês... No caso da EAD, sem a exigência de simplesmente estar presente numa sala de aula, e fazer uma prova para ser considerado aprovado em curso presencial, como desenvolver a autodisciplina?

Assim, o tutor tem como principal tarefa, manter o aluno "presente" no curso. Para isso, acompanhar os alunos ao longo do período do curso, orientar as atividades do curso, esclarecer dúvidas, ampliar aprendizagens, maximizando as chances de conclusão do curso pelo aluno e com o máximo possível de aprendizagem.

NOVA LIÇÃO DE MORAL: Professora do RN que criticou a educaço recusa prêmio de empresários

Compartilho esta notícia para reflexões. Admirável os posicionamentos recentes desta jovem professora. Na minha opinião, uma grande consciência, com nobre programação existencial bem definida. É o uso bem direcionado dos talentos - marcadamente a comunicabilidade e a intelectualidade.
Link para o famoso discusso na audiência pública: http://www.youtube.com/watch?v=ab7n-vsUa-U


"A professora Amanda Gurgel, do Rio Grande do Norte, acaba de emplacar mais uma aula de compromisso com a luta por uma educação de qualidade. A educadora que há alguns meses fez um pronunciamento para deputados do RN criticando a falta de prioridade dos governos para com a educação, agora lecionou nova aula de críticas à classe empresarial.
Amanda Gurgel foi escolhida pela classe empresarial para receber o prêmio PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais). A premiação é uma das maiores do País e é destinada a personalidades ligadas a defesa de várias categorias no Brasil. A professora negou o prêmio alegando que sua luta seria outra.
Confira abaixo a carta de recusa da educadora e saiba por qual motivo o cobiçado prêmio foi negado por ela.

Natal, 02 de julho de 2011

Prezado júri do 19º Prêmio PNBE,
Recebi comunicado notificando que este júri decidiu conferir-me o prêmio de 2011 na categoria Educador de Valor, "pela relevante posição a favor da dignidade humana e o amor a educação". A premiação é importante reconhecimento do movimento reivindicativo dos professores, de seu papel central no processo educativo e na vida de nosso país. A dramática situação na qual se encontra hoje a escola brasileira tem acarretado uma inédita desvalorização do trabalho docente. Os salários aviltantes, as péssimas condições de trabalho, as absurdas exigências por parte das secretarias e do Ministério da Educação fazem com que seja cada vez maior o número de professores talentosos que após um curto e angustiante período de exercício da docência exonera-se em busca de melhores condições de vida e trabalho.
Embora exista desde 1994 esta é a primeira vez que esse prêmio é destinado a uma professora comprometida com o movimento reivindicativo de sua categoria. Evidenciando suas prioridades, esse mesmo prêmio foi antes de mim destinado à Fundação Bradesco, à Fundação Victor Civita (editora Abril), ao Canal Futura (mantido pela Rede Globo) e a empresários da educação. Em categorias diferentes também foram agraciadas com ele corporações como Banco Itaú, Embraer, Natura Cosméticos, McDonald’s, Brasil Telecon e Casas Bahia, bem como a políticos tradicionais como Fernando Henrique Cardoso, Pedro Simon, Gabriel Chalita e Marina Silva.
A minha luta é muito diferente dessas instituições, empresas e personalidades. Minha luta é igual a de milhares de professores da rede pública. É um combate pelo ensino público, gratuito e de qualidade, pela valorização do trabalho docente e para que 10% do Produto Interno Bruto seja destinado imediatamente para a educação. Os pressupostos dessa luta são diametralmente diferentes daqueles que norteiam o PNBE.
Entidade empresarial fundada no final da década de 1980, esta manteve sempre seu compromisso com a economia de mercado. Assim como o movimento dos professores sou contrária à mercantilização do ensino e ao modelo empreendedorista defendido pelo PNBE. A educação não é uma mercadoria, mas um direito inalienável de todo ser humano. Ela não é uma atividade que possa ser gerenciada por meio de um modelo empresarial, mas um bem público que deve ser administrado de modo eficiente e sem perder de vista sua finalidade.
Oponho-me à privatização da educação, às parcerias empresa-escola e às chamadas "organizações da sociedade civil de interesse público" (Oscips), utilizadas para desobrigar o Estado de seu dever para com o ensino público. Defendo que 10% do PIB seja destinado exclusivamente para instituições educacionais estatais e gratuitas. Não quero que nenhum centavo seja dirigido para organizações que se autodenominam amigas ou parceiras da escola, mas que encaram estas apenas como uma oportunidade de marketing ou, simplesmente, de negócios e desoneração fiscal.
Por essa razão, não posso aceitar esse Prêmio. Aceitá-lo significaria renunciar a tudo por que tenho lutado desde 2001, quando ingressei em uma Universidade pública, que era gradativamente privatizada, muito embora somente dez anos depois, por força da internet, a minha voz tenha sido ouvida, ecoando a voz de milhões de trabalhadores e estudantes do Brasil inteiro que hoje compartilham comigo suas angústias históricas. Prefiro, então, recusá-lo e ficar com meus ideais, ao lado de meus companheiros e longe dos empresários da educação.
Saudações,
Professora Amanda Gurgel"

domingo, 3 de julho de 2011

Breve reflexão sobre comunicação e preconceito linguístico

Não há dúvidas quanto à importância da boa comunicação para o sucesso das relações interpessoais, para o alcance dos objetivos institucionais. Mais ainda, no processo de docência- presencial, e principalmente, quando à distância - o papel do tutor. Se uma comunicação face a face muitas vezes não é bem sucedida, mais cuidados são necessários na comunicação escrita, que é a base da tutoria.

Recentemente comecei a ler o livro "Preconceito Linguístico". A proposta do autor é bastante polêmica. OS favoráreis concordam com o argumento de que não devemos julgar alguém pela sua forma de se expressar (basicamente, "falar/escrever errado", exemplo típico: "Nós vai"). Os críticos, concentram-se apenas no argumento de que é indefensável o aceite de erros crassos de português. Penso que devemos buscar aprender e falar de forma correta, sim, inclusive para facilitar o processo de comunicação - uma forma comum é necessária. Por outro lado, concordo que não devamos rotular outras pessoas, como incompetentes, não inteligentes, pelo fato de falarem "errado" o português. O autor traz vários exemplos de preonceito e injustiças que se desenvovlvem por questões linguísticas, principalmente com os nordestinos.

Essencialmente, penso que devemos otimizar nosso comunicação, e isso parte dos recursos utilizados para a comunicação, a forma linguística, e, fundamentalmente, atentar ao feedback do receptor.

O principal pilar da Educação

Adorei a abordagem dos Quatro Pilares da educação, apresentados pelo Relatório Delors. Escrevi esta reflexão como exercício do excelente curso de tutoria da ESAF, que estou fazendo a distância(EAD).

Para mim, o que merece maior destaque é o pilar "Aprender a Ser". Penso que todos os demais dependem de uma maior autoconsciência sobre si mesma. Há alguns anos invisto bastante no processo de autoconhecimento. Incluo o tema em minhas aulas de faculdade, e do Intercampi - Associação Internacional dos Campi de Conscienciologia, onde sou voluntária e dou aulas que incluem Autopesquisa e Projeto de Vida.

Aprender a Ser exige que nos conheçamos cada vez mais, reconhecendo nossos talentos, traços negativos e traços que precisam ser desenvolvidos. Penso que somente cientes destes aspectos mínimos, poderemos aprender a conhecer - depois de conhecermos a nós mesmo, ampliar nosso universo de conehcimento "externo", aprendendo a pensar. Somente então, podemos aprender a fazer, colocando a teoría em prática, vivenciando o práxis do conhecimento, desenvolvendo competências e habilidades a partir do que somos e do que conhecemos. Destacam-se aqui as qualidades de saber se comunicar, de trabalhar com os outros, gerir e resolver conflitos, ter inicativa e flexibilidade.

Aprendendo a ser também vai refletir no aprender a viver juntos. É fundamental a ciência de si mesmo para tomar consciência da interdependência entre os seres humanos. Ambientalista como sou, ampliaria este conceito para tomarmos consciência da interdependência entre todos os seres vivos e com a Mãe Terra, como proposto pelo Chefe Seattle desde meados de 1850, quando diz que todos formamos uma grande teia, e que tudo o que é feito à trama, repercute em toda a teia. Ressalta-se então a importância do trabalho colaborativo e cooperativo.

Então este é o destaque: a importância do processo da educação para o desenvolvimento total, integral, da pessoa - o Aprender a Ser.