sexta-feira, 22 de maio de 2015

Opinião política - continuação

Este texto é para compartilhar reflexões trocadas com um amigo, ante uma postagem de vídeo que fez, onde manifestantes contra o governo insultavam o antigo integrante do CQC, petista, vestindo vermelho, com bebê no colo, passando no meio da manifestação e o qual revidava os “insultos”.  Meu amigo postou “essa é a nossa direita: autoritária e desrespeitosa”. Decepciona-me meu amigo antes antimaniqueísta, restrigindo sua visão e opinião, sendo parcial. Cadê suas tantas leituras, informações, dedicação à espiritualidade e filosofia? Trocou pela ideologia radical esquerdista?
Escrevi o texto como exercício de concatenar meu posicionamento político e incômodos com a situação do Brasil, e a divisão de opiniões na população. O fato é que não aguento mais assistir e ouvir as notícias “direitistas” ou “petistas”.
Numa análise imediata sobre o vídeo, pensemos: As posturas (realmente) lamentáveis não seriam composição do ser humano predominantemente belicista e reacionário? Os “esquerdistas” agiriam diferente em situação inversa (temos vários fatos)? As facetas depreciadas não seriam do Ser, e não do partido? Você retrucaria insultos com seu filho ainda bebê em seus braços? Mais um factóite pinçado para dizermos o que quisermos. Espero que o ator não tenha feito de propósito, justamente pra criar um factoide.
Temos hoje no nosso país uma série sem precedentes de ilogicidades, incoerências, corrupções autocorrupções, seja por maior acesso às informações, seja pela piora dos valores e da cultura brasileira. Para mim, não é questão de esquerda ou direita. É uma decadência de valores e princípios, somados à corrupção generalizada e a impunidade, entre outros ingredientes piores.
Ser partidário hoje, e eu, nesta existência,  felizmente, nunca fui, é mais arriscado que nunca: o risco das emoções se sobreporem à razão, o risco de  ser passional, o risco de ser tendencioso, o risco de apegar-se a fatos isolados para defender uma falsa conclusão, onde há toda uma situação formada por inúmeras variáveis, o risco de restringir as opiniões e perder uma visão mais ampla, mais neutra, mais racional e menos reacionária. Não precisamos de tendências políticas para almejarmos o bem comum, a justiça social, ou a tão distante e almejada paz.
Fico triste por meus amigos tornarem-se partidários ou presos a ideologias (algumas delas ultrapassadas), e tantas vezes empenharem-se em disputas argumentativas questionáveis, muitas vezes ilógicas, mesmo diante de fatos contraditórios. Atacar os erros da “direita” justifica os erros da “esquerda”? O que acrescenta? “A direita” também corrupta inocenta a corrupção da “esquerda”? No Brasil ainda existe “Direita” e “esquerda”? E fico triste de perdermos tempo com argumentações partidaristas, ao invés de reivindicarmos decência, de defendermos a honestidade e a lisura, ao invés de AGIR.  
Foi neste sentido que fui às ruas, com esta intenção de tornar pública minha insatisfação com a realidade do país. Infelizmente, há poucas manifestações. Parece que os brasileiros ainda não se acostumaram de não estar mais na ditadura e não se empenham em movimentos públicos. Em países mais avançados existem movimentos todos os dias nas praças públicas (mais inteligentes, sem prejudicar o trânsito). Não concordo com pedidos de impeachement (sabemos que sequer há cabimento jurídico para isso – ainda não), muito menos a defesa absurda de intervenção militar. Mas têm sido únicos estes movimentos de ir às ruas sob o lema de dizer aos políticos um simples “ estamos insatisfeitos”. Ou sendo mais ousada, que eles entendessem “suas próximas candidaturas estão em risco”. “Mudem, cumpram com a sua obrigação!” Minhas críticas ao governo, não são porque são do PT, mas este é o atual governo.
Mantenho o uso do binômio admiração-discordância. Nos fatos e nas amizades. Não deixo de admirar as facetas positivas de algo ou alguém, por existirem facetas que discordo.
Em termos práticos penso que a melhor maneira de ajudarmos o país a se desenvolver – socialmente, culturalmente, intelectualmente, é o investimento na ampliação do discernimento das pessoas, para que saibam reivindicar a justiça social, votarem corretamente, argumentar com logicidade. E mais que isso, investirem em tornarem-se pessoas melhores. Ideologias e partidarismo são antíteses do discernimento. O emocional se sobrepõe a racionalidade. Por isso os evito.
Convido você a discutirmos possíveis soluções para ajudarmos nosso país a melhorar. Reclamar, OK, mas e aí? O que fazer pela mudança? Meu foco é a Educação. Qual a sua sugestão?

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