Frequentemente
nos perguntamos qual o propósito da vida, o que viemos fazer neste mundo.
Buscamos a felicidade, a autorrealização, a serenidade e acabamos engolidos
pelo rolo compressor do dia a dia, cada um nas suas diversas tarefas, mais ou
menos significativas. Há os que condicionam a felicidade a metas materiais – um
carro, uma casa, bens de consumo. Há os que condicionam a felicidade a
condições afetivas e sociais – casar, ter filhos, etc. Mas o fato é que pouca
gente alcança a autorrealização, satisfação íntima na vida. Por quê?
Uma das
razões deve-se ao fato de não conseguir identificar o que realmente poderia
trazer esta satisfação pessoal. Outra razão é não se sentir útil a outras pessoas,
vivendo uma vida egocêntrica. Há ainda os que não se sentem evoluindo e
permanecem estagnados no mesmo nível evolutivo por muitos anos, isto é, não
ampliam sua intelectualidade, não melhoram traços negativos, não desenvolvem
novas habilidades e talentos, não renovam seus valores. Há, enfim, vários
motivos que nos impedem de alcançar a autorrealização.
Uma questão
elementar é a dificuldade em identificar as prioridades, auto-organizar-se para
o atingimento das metas e viver de maneira condizente com os valores e
princípios pessoais. Neste ponto, insere-se a importância da elaboração de um
manual de prioridades pessoais. Cada um pode elaborar seu manual, que deve ser
de acordo com seus valores, o que requer uma boa dose de autoconhecimento, para
evitarmos os casos clássicos daqueles que, quando atingem determinada meta,
após vários anos de trabalho, percebem que houve pouca ou nenhuma satisfação e,
às vezes, vários sacrifícios que deveriam ter sido evitados. Assim, o primeiro
passo é conhecer a si mesmo, identificar valores pessoais, traços negativos a
superar, traços positivos a fortalecer e traços faltantes a desenvolver.
Mas quais
os fatores norteadores do manual? Quais os passos para construí-lo? Tudo
dependerá dos valores pessoais. Contudo, o ideal, é que ele promova a
autoevolução da consciência, como propõe a Conscienciologia, que estuda a
consciência de maneira integrada, mais abrangente. Essa neociência considera
que somos consciências em evolução ao longo de várias vidas e com uma
paraprocedência multidimensional (nossa origem extrafísica), e não apenas
intrafísica. Enquanto pesquisadora da Conscienciologia, a partir do meu próprio
exemplo, entendo que estamos aqui para melhorarmos nossos traços pessoais, para
a vivência da interassistencialidade – quando ajudamos o outro, ajudamos a nós
mesmos, e fazermos reconciliações com outras consciências. Tudo isso otimizando
a nossa qualidade de vida, que não deve excluir conforto intrafísico,
estabilidade financeira e saúde, citando apenas alguns valores básicos da
sociedade intrafísica ocidental.
Portanto,
tomando por base a importância desta evolução pessoal, sugere-se como fatores
norteadores para o manual de prioridades: (1) o autodesenvolvimento; (2) os
valores pessoais; (3) metas evolutivas de vida, condizentes com sua realidade
consciencial; (4) condições que trazem satisfação pessoal (qualidade de vida,
trabalho, lazer, afetividade, etc); (5) interassistencialidade (respeito às
pessoas e ao planeta, vida social, responsabilidades assumidas, contribuições à
sociedade, ajudar outras pessoas, preferencialmente no sentido de evoluírem
também); (6) o cumprimento da programação existencial – programa elaborado
antes de nascermos nesta vida, que inclui razões de nossa atual existência e
(7) o alcance de níveis mínimos de satisfação pessoal, de acordo com nossos
reais valores, e atingir a condição de serenidade.
Os
seguintes passos são sugeridos para a construção do manual de prioridades
evolutivas: (1) realizar a autopesquisa; (2) identificar os valores e
princípios; (3) elaborar o Código Pessoal de Cosmoética (o que compõe sua ética
perante o Cosmos); (4) fazer um balanço da atual existência (tudo o que recebeu
da vida, o que retribuiu, o que ficou pendente em todas as áreas da vida); (5)
identificar as diretrizes da programação existencial (o que, possivelmente,
você veio fazer nesta vida); (6) definir as prioridades e respectivas metas de
acordo com estas diretrizes, valores e código de cosmoética; (7) ordenar as
prioridades; (8) elaborar Plano de Ação, definindo as etapas para o alcance das
metas e os prazos; (9) definir as rotinas úteis para otimização da existência
(exercícios bionergéticos, exercícios físicos, estudos, etc); (10) definir as
ferramentas que auxiliarão na concretização das metas (agendas, notebook,
planilhas, listas, etc).
Gostaria de
concluir estas sugestões com duas reflexões, com base em minha experiência.
Primeiramente, o processo de priorização e auto-organização requer vontade,
esforço, dedicação e perseverança, mas a satisfação de ver as metas se
concretizando, os produtos gerados, a existência se qualificando, compõem uma
colheita evolutiva farta, compensadora. Segundo, o valor do “trilhar”: a
caminhada é estimulante por si só, satisfação que vai além do destino onde se
quer chegar, e esta evolução se faz, a cada passo, a cada volta que galgamos na
espiral evolutiva.
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