O termo autoajuda está muito desgastado,
pela enxurrada de livros e propostas produzidas, e, principalmente, pelos
autores e propositores simplórios, simplificadores, prolixos, limitados, e até
charlatães manipuladores, marcadamente aqueles com grande carisma, efusivos e
apelativos. E que quando pior, colocam rótulos nas pessoas, generalizam, ou pregam
teorias hipotéticas como verdades absolutas. Ou propõem um “remédio” que cura
todas as “doenças”, de todas as pessoas.
É necessário muito
cuidado com a seleção dos conteúdos de autoajuda. Particularmente, prefiro palavras
como autodesenvolvimento, autoliderança, ou autoevolução. E penso sim, que cada
um precisa se responsabilizar pelo seu processo de crescimento pessoal. Sou fã
da máxima de Galileu: “não se pode ensinar nada a um homem, que já não esteja
dentro dele”. E portanto, precisamos fazer contínuos “inputs” de sabedoria e
conhecimento, por estudos, análises das realidades dos outros, reflexões e
vivências práticas, pessoais.
Em minha experiência, preciso sentir que hoje, estou mais evoluída
que 5 anos atrás, e não consigo deixar de desejar estar melhor que hoje, daqui
a 5 anos. Causa-me mal estar quando me percebo repetindo os mesmos erros, ou
sofrendo do mesmo jeito ou pelas mesmas razões. Busco ampliar continuamente a pacificação
íntima, ser uma pessoa melhor, e contribuir cada vez mais para um mundo melhor,
ajudando as pessoas a também evoluírem.
Voltando ao tema autoajuda, é fato que cada pessoa é única, e todos enfrentam desafios, traumas,
decepções, etc. E cada um tem motivações, aspirações, valores diferentes. Por
isso, cada “proposta”, técnica, linha filosófica,
método, não vai servir para todos. E vai ter casos, que será necessária a
ajuda de um profissional, para que alguém possa superar determinado problema,
ou desenvolver certo traço força que deseja ter.
É necessário muito cuidado com as promessas oferecidas em
livros, cursos, e, agora, muita coisa na internet. Boas e péssimas. Daí porque
considero que o discernimento é um dos traços
mais importantes a desenvolver, para saber diferenciar o que presta, e o
que não presta, o que funciona e o que não funciona; entender que algo ótimo
para uma pessoa, pode não servir para outra. O cuidado com jargões, e
afirmações radicais.
Exemplificando, nos primórdios da Psicologia, Freud era
categórico em colocar a libido como responsável ou associada a todos os
problemas psíquicos. Felizmente avançamos, e hoje temos várias linhas mais interessantes
que a Psicanálise freudiana. Recentemente ouvi um “guru” muito reconhecido na sociedade,
falando que tudo, em absoluto, é resultado da ação dos seus pais. E que tudo o
que seus filhos forem, é responsabilidade sua.
Em décadas de estudo e pesquisa na Psicologia e
Conscienciologia, é possível afirmar que de fato, há um peso significativo na
formação psicoafetiva do indivíduo, dos pais e do meio em que a pessoa se desenvolve.
Mas se alguém fechar seu raciocínio
apenas nestas “máximas”, de maneira radical, vai deixar de enxergar inúmeras
outras variáveis, e, certamente, vai deixar de resolver seus “problemas” e
de alavancar sua evolução.
Para concluir, dou extremo valor sim, a propostas de
qualidade para a autoevolução,
autodesenvolvimento, autoajuda, desde que incluam contínuos investimentos na
ampliação do autodiscernimento, até para saber quando vai precisar de ajuda
externa. E uma dica final: junte a isso a “intenção
cosmoética”. Que seu desejo de se desenvolver seja benigno, altruísta, e
inclua o bem comum, outras pessoas. Você melhor e um mundo melhor. E na prática cotidiana!
O ideal mesmo, é a evolução dentro do Paradigma Consciencial! Como já expus em outros posts aqui neste blog.
Nenhum comentário:
Postar um comentário