segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

“Uma muralha de silêncio oculta a violência sexual”, por Nicole Kidman

Não sei porque tenho recebido artigos sobre violência contra a mulher. De fato, a violência sexual é um assunto que sempre me incomodou. E quando envolve crianças, torna-se a coisa mais execrável da humanidade, uma vez que tolhe os valores mais nobres – a liberdade, a individualidade, a própria vida! Saber que estes processos envolvem consréus ressomadas entre vítimas e algozes explica mas não traz conformação.
Nem sabia que a atriz estava à frente de algo além de fazer filmes hollywoodianos. Se todos os artistas usassem sua autoimagem e popularidade para defender causas nobres, acho que a humanidade avançaria a passos mais largos. Segue abaixo resumo do artigo da Ethos.

Uma em cada três mulheres pode sofrer abusos e violência em sua vida. Esta é uma espantosa e permanente violação dos direitos humanos que lamentavelmente continua sendo uma das invisíveis pandemias de nosso tempo. A realidade é que, pelo simples fato de ser mulher ou menina, corre-se perigo...
É crucial que a violência contra as mulheres seja reconhecida como uma violação dos direitos humanos e se atue legalmente contra ela. Sejam maus-tratos domésticos ou em situações de guerra, sejam práticas como a mutilação genital feminina ou o casamento forçado de crianças, a violência contra as mulheres é um crime que, ocorra onde ocorrer, deve ser enfrentado com a força da lei.
Fui designada embaixadora da Boa Vontade do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem) para amplificar as vozes das mulheres e meninas submetidas a violência ou abusos... Terminar com a violência contra as mulheres é uma questão de todos.
Durante recente viagem a Nova York, eu me reuni com duas heroínas: Nujood Ali, de 10 anos de idade, natural do Iêmen, que escapou de um casamento forçado, e sua advogada, Shada Nasser. Depois de apanhar e sofrer violações repetidamente, Nujood que foi obrigada a se casar aos 9 anos, fugiu e apresentou-se com sua advogada num tribunal. Ao contrário de dezenas de milhares de crianças que sofrem em silêncio com a prática do casamento infantil forçado, a coragem de Nujood uniu-se à valentia de Shada. Seu caso fez história em abril passado, quando a menina conseguiu não apenas o divórcio, mas também uma vitória a favor dos direitos das mulheres e meninas do mundo. Agora ela freqüenta a escola e, quando perguntada sobre seus planos, diz: "Quero ser advogada".
Em outra oportunidade, em Kosovo, eu a ouvi contar seus sofrimentos a muitas mulheres que, presas em meio ao conflito na região, haviam sofrido brutais violências sexuais por parte de soldados. .. A violência sexual é uma arma de guerra, um instrumento do terror que deixa em pedaços as vidas de mulheres e homens, fratura as comunidades e força as mulheres a fugir de suas casas...
A Resolução 1820 exorta todos os implicados em conflitos a proteger mulheres e meninas dos ataques dirigidos especificamente contra elas. Agora está claro que pôr fim à violência contra as mulheres está realmente ganhando uma alta prioridade para governos e instituições da importância das Nações Unidas.... Os membros do fundo fiduciário das nações unidas trabalharam para prevenir o tráfico de mulheres na Ucrânia, ajudaram sobreviventes de violência doméstica no Haiti e colaboraram para a aprovação de uma nova lei sobre as violações na Libéria, país afetado pela guerra. Esses exemplos provam que, se houver recursos, é possível obter resultados...

Fonte: http://www.ethos.org.br/DesktopDefault.aspx?TabID=3345&Lang=pt-B&Alias=ethos&itemNotID=9027

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