quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Sobre viver a vida

Escrevi esta página de diário em 2008 e dei de cara com ela hoje. QUis compartilhar no Blog quem eu sou. Muita coisa continua atual, 4 anos depois, como a ansiedade por dar uma contribuição maior ao mundo. Por outro lado , as seduções da vida intrafísica diminuíram seu poder em minha vida, embora que o mínimo existencial de vivermos pequenos prazeres e lazer permaneçam. E ainda sinto falta de maior integração com outras pessoas por causas mais contributivas para um planeta melhor...

02.11.2008 - pós-baculejo consciencial do filme “O Caçador de Pipas”.


Acho que já exagerei na “boa vida” pós exaustão de trabalho. Namorando demais, conversando demais com os amigos, festa demais, dormindo demais, fds de lazer demais...

Ao menos fui à respiração ontem, e consegui ler uma meia dúzia de páginas do reurbanizatus, pra não dizer que não fiz nada de "consciencial". Também valeu ver o filme “O Caçador de Pipas”... o que felizmente – porque é preciso agir, e infelizmente – porque me angustia, me acordou para a urgência de evoluir, ante à crise planetária sistêmica. Tenho consciência de que o que posso fazer é muito pouco, em meio a tantos desequilíbrios. Mas por outro lado, sei que poderia fazer muito mais do que faço.

Mas me acomodo, não tenho a vontade firme, não potencializo meus talentos no tanto possível. E a verdade é que não sei bem como posso fazer isso. Algumas pessoas acham que faço bastante assistência, pelas palestras voluntárias, pelo voluntariado no Intercampi, pelos artigos “conscienciais” que escrevo, ou com o amor que tento dedicar a todos que me cercam. Mas é muito pouco. E pior, é muito menos do que eu posso fazer. E essa certeza, novamente, me angustia.

Então me vem esta gana de ir além. Esta ansiedade que me sacode porque o tempo é curto.

Pedi a Antônio que me ajude, peço aos amigos, mas não sei se posso explicar pra eles esses meus sentimentos tão íntimos. Esta voz interna que me auto-exige atitude, atitude, atitude por resultados. Pois é mais forte do que eu posso traduzir em palavras.



Por outro lado minha fome de vida grita! Quero gritar e me entregar. Dançar, cantar, tomar banho de mar, descer as ladeiras nas matas ainda que quebre novamente o braço com a bici. Achtung, Clara! Psicossoma fortemente predominante. Pedindo beleza, arte, prazer. E o que realmente tem valor?



NÃO! Não vou me castrar, reprimir, evitar. Mas preciso dosar! Pois há causas maiores. Há propósitos maiores. Porque estamos todos interligados, e grande parte da teia à qual pertenço está se desmanchando. Não posso fechar os olhos aos fatos. E estar face à face com tanta doença e injustiça em todas as dimensões, fragiliza meus próprios fios e me dói! Vivo numa socin patológica. Eu mesma tenho minhas patologias. Sei que contribuo pelo processo evolutivo do planeta quando trabalho pela minha evolução, no raciocínio quase piegas, mas real, de Ana Sharp. Mas... “eu quero sempre mais”!

Não tenho que fazer escolhas radicais – pelo menos, não ainda.

Sei que cada um dá sua cota de contribuição. Todos! Até a moça do salão, que deixa auto-estima de tantas mulheres melhor após os seus cuidados. E na maioria das vezes, estas mulheres simples nem se dão conta do tanto de bem que fazem. É uma coisa pequena. Mas afinal, como canta Rob Thomas, a vida é feita mesmo destes “little wonders”, dos pequenos prazeres, das pequenas alegrias.

E antes que este texto fique mais sem pé e sem cabeça, grito o que é prioridade: Harambee! Trabalhemos todos juntos. Unamos esforços.

Quem se junta neste esforço pela coletividade

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