Na vida em sociedade é quase inevitável
que todos nós vivenciemos conflitos. Sejam eles na família, no trabalho, na rua
e até entre amigos. Também existem os autoconflitos, ou os conflitos íntimos,
causados por nossas próprias limitações íntimas, receios, dúvidas, traços
pessoais negativos. E frequentemente estes conflitos minam a nossa paz
cotidiana. Como superar estes conflitos e manter o equilíbrio e a acalmia?
Primeiramente, é importante identificar
as causas originais dos conflitos. Tanto as causas externas, quanto internas.
Pessoas são diferentes umas das outras. Têm valores e crenças diferentes. É primordial
o autoconhecimento, entendermos a nós mesmos, nosso modus operandi. Como funcionamos? Somos mais vítimas ou
protagonistas? Estudar estratégias de resolução de conflitos também é
importante, uma vez que ajuda a entender as variáveis envolvidas nos diferentes
tipos de conflitos.
Comunicação
Não-Violenta* (CNV),
excelente livro sobre superação de conflitos, explica o quanto é essencial
percebermos que pouco importa o que o outro fala ou faz conosco, mas sim, como
percebemos e recebemos o que o outro fez ou falou. O autor, psicólogo com larga
experiência em mediação de conflitos, propõe uma metodologia de comunicação para
a resolução e prevenção de conflitos baseada em quatro etapas ao lidar com o
outro, quanto ao que nos afeta: (1) a observação
dos fatos desencadeadores de incômodos, (2) os sentimentos que surgem, (3) as necessidades
não atendidas que identificamos diante destes fatos e sentimentos, e (4)
fazermos um pedido ao outro. A partir do momento em que as pessoas começam a conversar sobre o
que precisam, em vez de falarem do que está errado com as outras pessoas, a
possibilidade de encontrar maneiras de atender às necessidades de todos aumenta
enormemente. Cada uma destas etapas é amplamente discutida,
trazendo reflexões que ajudam na resolução dos conflitos com os outros e também
conosco. Como dica de reação, caso o
outro venha a nos atacar de alguma maneira, a CNV recomenda não focar em quais palavras os outros possam usar para
se expressarem, mas simplesmente prestarmos atenção em suas observações,
sentimentos, necessidades e pedidos implícitos em sua atuação.
Outra metodologia interessante é trazida
pelo Instituto Arbinger no livro Resolvendo
Conflitos*. Os autores explicam a gênese dos conflitos e propõem uma
metodologia de resolução de conflitos - a Pirâmide da Pacificação - baseada em
flexibilização e autoconhecimento. Ressaltam a importância de investirmos mais
em fazer as coisas darem certo, do que corrigir o que está errado. Outra dica é
enxergar as pessoas como pessoas, com suas limitações e problemas pessoais, e
não como objetos. Também buscar manter a calma, o “coração em paz”. Apresentam
quatro modelos de funcionamento conflituoso que podemos manifestar, os quais
devemos buscar compreender e superar. Logo no início do livro, ressaltam que “o
mais importante na solução de conflitos, é uma mudança em nossa maneira de
ser”.
Estas informações trazidas por
profissionais da resolução de conflitos nos levam a refletir sobre a
importância do autoconhecimento. E, consequentemente, sobre a importância da
autopesquisa, proposta pela Conscienciologia, para a evolução consciencial. A
autopesquisa ajuda a compreender a nossa parcela de contribuição para os
conflitos que nos ocorrem. E mais que isso, nos ajuda a desenvolver traços e
estratégias que evitam o envolvimento em conflitos interpessoais e
intrapessoais.
Além da autopesquisa, outra contribuição
da Conscienciologia para o nosso entendimento dos conflitos decorre da
explicitação dada por esta neociência sobre a realidade consciencial: somos
consciências (self, almas) em evolução, através de várias vidas. E sabermos que
ao longo destas existências reencontramos antigos inimigos, decorrentes da
condição de interprisões grupocármicas, situação em que ficamos conectados a
outras consciências, enquanto resolvemos determinadas pendências. Estes
reencontros são oportunidades evolutivas para as reconciliações e superações de
antigos traumas e conflitos que comprometem a evolução consciencial. Mais uma
vez, evidencia-se a importância de verificarmos em nós mesmos o que é necessário
mudar, o exercício do perdão e da intercompreensão. Vale acessar o verbete da
Enciclopédia da Conscienciologia “Gestão de Conflitos” e escutar a Tertúlia.
Acesse: http://www.youtube.com/watch?v=q-V_CuwTlmM.
Você, leitor ou leitora, considera-se uma
consciência conflituosa ou anticonflituosa? O que tem feito para superar os
auto e heteroconflitos, atingir a pacificação íntima e otimizar a sua evolução?
Marshall,
Rosenberg. Comunicação não violenta
– técnicas para aprimorar relações pessoais. Agora, São Paulo, 2006.
Arbinger
Institute Brasil. Resolvendo Conflitos
- a Opção Pela Paz em Organizações e Família.
Sextante, São Paulo, 2009.
Um comentário:
gostei muito dessa menssagem, abracos.JONAN
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