domingo, 14 de setembro de 2014

Resolvendo Conflitos


Na vida em sociedade é quase inevitável que todos nós vivenciemos conflitos. Sejam eles na família, no trabalho, na rua e até entre amigos. Também existem os autoconflitos, ou os conflitos íntimos, causados por nossas próprias limitações íntimas, receios, dúvidas, traços pessoais negativos. E frequentemente estes conflitos minam a nossa paz cotidiana. Como superar estes conflitos e manter o equilíbrio e a acalmia?
Primeiramente, é importante identificar as causas originais dos conflitos. Tanto as causas externas, quanto internas. Pessoas são diferentes umas das outras. Têm valores e crenças diferentes. É primordial o autoconhecimento, entendermos a nós mesmos, nosso modus operandi. Como funcionamos? Somos mais vítimas ou protagonistas? Estudar estratégias de resolução de conflitos também é importante, uma vez que ajuda a entender as variáveis envolvidas nos diferentes tipos de conflitos.
Comunicação Não-Violenta* (CNV), excelente livro sobre superação de conflitos, explica o quanto é essencial percebermos que pouco importa o que o outro fala ou faz conosco, mas sim, como percebemos e recebemos o que o outro fez ou falou. O autor, psicólogo com larga experiência em mediação de conflitos, propõe uma metodologia de comunicação para a resolução e prevenção de conflitos baseada em quatro etapas ao lidar com o outro, quanto ao que nos afeta: (1) a observação dos fatos desencadeadores de incômodos, (2) os sentimentos que surgem, (3) as necessidades não atendidas que identificamos diante destes fatos e sentimentos, e (4) fazermos um pedido ao outro. A partir do momento em que as pessoas começam a conversar sobre o que precisam, em vez de falarem do que está errado com as outras pessoas, a possibilidade de encontrar maneiras de atender às necessidades de todos aumenta enormemente. Cada uma destas etapas é amplamente discutida, trazendo reflexões que ajudam na resolução dos conflitos com os outros e também conosco.  Como dica de reação, caso o outro venha a nos atacar de alguma maneira, a CNV recomenda não focar em quais palavras os outros possam usar para se expressarem, mas simplesmente prestarmos atenção em suas observações, sentimentos, necessidades e pedidos implícitos em sua atuação.
Outra metodologia interessante é trazida pelo Instituto Arbinger no livro Resolvendo Conflitos*. Os autores explicam a gênese dos conflitos e propõem uma metodologia de resolução de conflitos - a Pirâmide da Pacificação - baseada em flexibilização e autoconhecimento. Ressaltam a importância de investirmos mais em fazer as coisas darem certo, do que corrigir o que está errado. Outra dica é enxergar as pessoas como pessoas, com suas limitações e problemas pessoais, e não como objetos. Também buscar manter a calma, o “coração em paz”. Apresentam quatro modelos de funcionamento conflituoso que podemos manifestar, os quais devemos buscar compreender e superar. Logo no início do livro, ressaltam que “o mais importante na solução de conflitos, é uma mudança em nossa maneira de ser”.
Estas informações trazidas por profissionais da resolução de conflitos nos levam a refletir sobre a importância do autoconhecimento. E, consequentemente, sobre a importância da autopesquisa, proposta pela Conscienciologia, para a evolução consciencial. A autopesquisa ajuda a compreender a nossa parcela de contribuição para os conflitos que nos ocorrem. E mais que isso, nos ajuda a desenvolver traços e estratégias que evitam o envolvimento em conflitos interpessoais e intrapessoais.
Além da autopesquisa, outra contribuição da Conscienciologia para o nosso entendimento dos conflitos decorre da explicitação dada por esta neociência sobre a realidade consciencial: somos consciências (self, almas) em evolução, através de várias vidas. E sabermos que ao longo destas existências reencontramos antigos inimigos, decorrentes da condição de interprisões grupocármicas, situação em que ficamos conectados a outras consciências, enquanto resolvemos determinadas pendências. Estes reencontros são oportunidades evolutivas para as reconciliações e superações de antigos traumas e conflitos que comprometem a evolução consciencial. Mais uma vez, evidencia-se a importância de verificarmos em nós mesmos o que é necessário mudar, o exercício do perdão e da intercompreensão. Vale acessar o verbete da Enciclopédia da Conscienciologia “Gestão de Conflitos” e escutar a Tertúlia. Acesse: http://www.youtube.com/watch?v=q-V_CuwTlmM.
Você, leitor ou leitora, considera-se uma consciência conflituosa ou anticonflituosa? O que tem feito para superar os auto e heteroconflitos, atingir a pacificação íntima e otimizar a sua evolução?

Marshall, Rosenberg. Comunicação não violenta – técnicas para aprimorar relações pessoais. Agora, São Paulo, 2006.

Arbinger Institute Brasil. Resolvendo Conflitos - a Opção Pela Paz em Organizações e Família. Sextante, São Paulo, 2009.

Um comentário:

Unknown disse...

gostei muito dessa menssagem, abracos.JONAN

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