Já há algum tempo venho ficando cada vez mais chocada com o
grau de perversidades trazidas pelos “artistas” contemporâneos. Músicas,
desenhos, e filmes, por exemplo, apresentam cada vez mais requintes de
crueldade. Particularmente nos filmes, que é o que mais me interessa para
momento de lazer evolutivo, são cada vez mais frustrantes e decepcionantes os
investimentos de tempo no que deveria ser envolvente, encantador, como
prometiam os primórdios da 7ª arte.
Animais são transformados em monstros assassinos e
sanguinários, com características que somente humanos perversos poderiam
desenvolver. Tubarões, orcas, lobos, pássaros, ratos, aranhas, cobras e até
formigas!
Filmes com até 80% de perseguições, tiros, lutas
sanguinolentas, e violências bizarras fazem estrondoso sucesso. Violência
contra a mulher e estupros são frequentemente inseridos, assustando-me o
prognóstico disto vir a ser algo “normal”... E a piora avança para psicopatias
extremas, onde me pergunto qual a vantagem de difusão de tais padrões
conscienciais tão patológicos. Todos conhecerem que esta realidade existe na
vida real? Ou na imaginação de uma mente doentia, capaz de criar estas
atrocidades? Ou despertar/alimentar instintos psicopáticos ou sádicos, latentes
nas pessoas? O que ganhamos, afinal, assistindo tais enredos e cenas?
Perseguição, Corra, Garota Exemplar, Os oito odiados (Tarantino),
e Stoker, em tentativa de ordem crescente de expressão de psicopatia, são
alguns exemplos mais recentes. Certamente há piores, que não passaram na minha
triagem para emprego de meu precioso tempo de lazer, relax ou aprendizagens com
o cinema. O pior, é tais excrescências ter público, ser considerada digna de
exibição, dentro da “máxima” da “liberdade de expressão” através da arte, que
pessoas radicais defendem, muitas vezes com as melhores intensões, como se
fosse adequado a liberdade não ter nenhum limite. Deveria ser limite, aquilo
que deteriora a sociedade, aquilo que banaliza a violência, aquilo que deprecia
o que se diz de “humano” em seu sentido mais belo e digno. Um ou outro filme,
com fins de denúncia ou alerta, até que poderíamos ter. Mas maioria, não dá!
Simplesmente é lamentável os caminhos por onde a humanidade
trilha. E eis que me ocorre o que disse Confúcio, milênios atrás: “conhece-se
um povo pela sua música”. Mas vou deixar para abordar a especificidade música em
outro momento... e faria a versão “conhece-se um povo pela sua arte”.
Cultivo a esperança de que estamos passando pelo processo de
reurbanização do planeta, momento de limpeza das excrescências, para que
possamos avançar para uma era mais nobre, onde predomine a gentileza, a
fraternidade, a cosmoética. Que venham mais escritores e roteiristas com
estórias mais inteligentes, criativas, elaboradas, benévolas, não menos
envolventes, mas sadias! Uma coisa é ter toques, inserções de eventuais e contumazes
males. Outra coisa é enfocar e ampliar requintes de crueldades e
psicopatologias extremadas.
Para contribuir com todos que querem evitar a banalização de
violências, e perdas de precioso tempo
de lazer evolutivo, peço quem leu até aqui, listar nos comentários os filmes que você NÃO
recomenda que assistam por abranger demasiada perversidade ou perversão.
Obrigada.
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