Escrevi esta resenha como requisito de avaliação para a excelente disciplina de Didática do Ensino Superior. Contudo, estou com reflexões de fórum íntimo na cabeça. Fica o desejo de colaborar para a reflexão daqueles que têm a nobre tarefa do Ensinar.
Lendo o brilhante conteúdo do texto de Palmer (The Heart of a Teacher), foram vários os insights. Percebi que estou diante de mais uma grande oportunidade em minha vida. Oportunidade de maior aprendizagem, maior autocompreensão e autossuperação de minhas dificuldades, além de expansão dos meus próprios potenciais latentes. Sim! Ampliação do meu “coração de professora”.
O que mais me chamou a atenção foi o fato de como ele coloca que a qualidade do ensinar não é garantida por técnicas, que são importantes, mas não compõem o essencial. Palmer explica que para um bom ensino, o professor precisa de autoconhecimento. Dar aula, diz ele, é como colocar um espelho diante de si. E se você não está preparado para não gostar do que vê, levantará autodefesas. Com isto, compromete-se a integração do professor com os alunos, e até com o assunto a ser ministrado.
Autoconhecimento. Por que a academia é tão resistente a isso? Por que cientistas das mais diversas áreas resolvem pesquisar de tudo, mas pouquíssimos se interessam pelo mais essencial: a Consciência humana. Divagações à parte, aproveito este ensaio para registrar e fixar os pontos do artigo que foram mais relevantes para mim, resumidos da forma que entendi:
1. Professor: Uma fusão de Freud e Salomão.
2. “Nós ensinamos quem nós somos”. Reforço: a importância do autoconhecimento de mim mesma para uma boa qualidade do ensinar. “Ensinar mantem um espelho para a alma. Se posso me ver e não correr do que vejo, tenho uma chance de me enxergar, me conhecer”. Conhecer os estudantes e conhecer o assunto da disciplina depende muito de autoconhecimento.
3. Ensinar envolve desenvolver e ponderar intelectualidade, emoções e espiritualidade
4. Não existe técnica mais apropriada. Cada professor tem seu estilo próprio. Podem haver técnicas ótimas para uma turma, que não sirvam para outra turma. Portanto, o essencial é manter a identidade e a integridade pessoais, para podermos criar uma teia que nos conecta aos alunos e ao assunto, de forma autêntica, personalíssima.
5. “Técnica é o que professores usam até que o verdadeiro professor chegue”.
6. Identidade e Integridade dizem respeito a tudo que contribuiu para a nossa formação e à autenticidade, autocoerência, autodiscernimento, assunção do que somos, de bom e de ruim.
7. “Nos tornamos professores por razões do coração, animados pela paixão por um assunto e por ajudar as pessoas a aprenderem”
8. Não importa o quanto o meu tópico de ensino seja técnico ou abstrato. Eu me importo com as coisas que eu ensino. E o que eu me importo, define minha personalidade.
9. O tipo de ensino que transforma as pessoas não acontece, se o professor interno do estudante for ignorado. E só podemos falar com este professor interno dos estudantes, se pudermos falar com nosso próprio professor interior.
10. Saber diferenciar: autoridade x poder.
11. Educar é guiar os estudantes por uma jornada por caminhos mais verdadeiros de ver e estar no mundo.
12. Assim como a medicina do século 20 percebeu a necessidade de maior aprofundamento em aspectos psicológicos e espirituais da cura, a educação do século 20 deve se abrir para uma nova fronteira do ensino e da aprendizagem.
E para reforçar tudo e não esquecer, o primeiro parágrafo do texto é a melhor síntese de meus sentimentos:
I am a teacher at heart, and there are moments in the classroom when I can hardly hold the joy. When my students and I discover uncharted territory to explore, when the pathway out of a thicket opens up before us, when our experience is illumined by the lightning-life of the mind--then teaching is the finest work I know.
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