Refletindo sobre meu encontro com Paulo
(O brilhante Paulo Freire, que não tive a chance de conhecer pessoalmente)
Foi o Moacir que me apresentou o Paulo. E foi amor à primeira vista!
Decidi escrever duas resenhas a partir da leitura do artigo de Moacir Gadotti. Uma para sintetizar as idéias centrais do artigo, e outra, sobre os autoquestionamentos que o artigo me provocou, o que faço agora. Estou impressionada com as propostas relacionadas à educação, as suas bases conceituais, a metodologia que este grande educador, Paulo Freire, propôs. Impressionada com a compreensão do quanto o processo de educação é muito mais essencial ao seu humano, e às sociedades, do que eu já considerava ser. E impressionada em me aperceber do quanto estive limitada e atrasada, apesar de tanta dedicação à ciência apesar de tantas formações e produções acadêmicas, tanta leitura, que não incluíram nada de Paulo Freire! E nada de Palmer, e somente muito recentemente, Edgar Morin...
Em que sistema de ensino estive? Assim, o artigo me torna ao mesmo tempo sujeito observador e objeto de análise. E somente o velho ditado “antes tarde do que nunca” para consolar-me neste momento.
Por que nunca acessei nenhum livro de Paulo Freire? Hipóteses me ocorreram, na condição de estudante-aprendiz:
Falta de inserção na grade escolar e universitária
Falta de conhecimento dos professores
Falta de compreensão do autor pelos professores
Foco especialista da minha formação em Engenharia de Pesca, priorizando a ecologia dos animais aquáticos (Mas eu tive uma disciplina de Extensão, e outras de EPB, Sociologia, etc! Cadê Paulo Freire???).
Falta de meu próprio interesse, posto que alguns colegas chegaram a comentar o quanto gostavam de Freire. Em geral, colegas de extrema esquerda, o que me fazia pensar que Freire era um mega-intelectual, interessado apenas em salvar os oprimidos, e de linguagem inacessível para mim, que tinha disciplinas demais pra estudar.
Um conjunto de todos estes fatores devem explicar meu atraso.
O que importa agora, é trazer o precioso Pensamento, e sobretudo a prática, das propostas de Freire para o meu universo e o daqueles que eu alcanço, contribuindo para uma formação de práticas e opinião mais humanas no meio que estiver ao meu alcance: meus alunos, meus colegas de trabalho, meus amigos, minha família.Para aqueles que ainda não leram Freire, infelizmente, não dá pra resumir em poucas linhas sua proposta. Vou tentar sintetizar as pontoações do artigo em outra resenha. Fecho esta com a sugestão para aqueles que ainda não conhecem Freire, o fazerem urgentemente. Um bom começo, é o sintético Pedagogia da Autonomia. E também pedir para o Moacir lhe apresentar ao Paulo. Para os que já o conhecem, reler, e acima de tudo, tentar trazer para a prática as idéias deste brasileiro que fez, e ainda faz, diferença no Mundo.
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